Por Talita R da Silva - Blogueiras Feministas
Muita gente acredita que feminista é aquela mulher que não aceita qualquer gentileza advinda do sexo oposto, por considerá-la uma ofensa à sua condição social, mas que, por sua vez, não perde oportunidades de se vitimizar no momento de exigir leis. Por que exigimos leis, ao invés de nos contentarmos com as supostas gentilezas?
As gentilezas, quando bem empregadas, tornam o convívio mais ameno e, geralmente, atuam como um sinal de que um sujeito está preocupado com o bem-estar de outro(s). Pessoalmente, acredito que tornar-se um ser humano mais gentil é um exercício bastante árduo, que podemos e devemos desenvolver. Demanda atenção às necessidades daqueles que nos cercam e disposição para nos mobilizarmos em prol de um bem-estar que não nos atingirá diretamente. Logo, a gentileza indica um caráter mais altruísta, o que é sempre bem-vindo no mundo.
Na comunicação, uma forma de gentileza seria, por exemplo, não assaltar o turno do interlocutor, ou seja, deixar o outro terminar sua fala para, então, posicionar-se. Isso torna a comunicação menos ruidosa, portanto, mais eficaz. No dia a dia, não precisamos seguir manuais de etiqueta para sabermos que o ideal é jamais tentar furar filas, não empurrar as pessoas para ser o primeiro a entrar no vagão do metrô, dar passagem no trânsito, e assim sucessivamente.
Na minha opinião, praticar a gentileza deveria ser encarado como um exercício de respeito mútuo e percepção social. Seria ótimo se todos nós fôssemos capazes de compreender e colocar em prática algumas gentilezas para com aqueles que nos cercam no cotidiano, sejam essas pessoas homens ou mulheres, idosos ou crianças, deficientes ou não. Porque, na verdade, a gentileza deveria caracterizar quem a exerce e não para quem ela é voltada. No entanto, a realidade é que nem todas as pessoas preocupam-se em ser socialmente conscientes. Nem todos enxergam o valor de se tornar uma pessoa mais gentil e por isso, as leis se mostram fundamentais.
Por que gestantes precisam de assentos reservados em transportes públicos e de filas diferenciadas? Isso se faz necessário porque a resistência física de uma gestante não é similar a de mulheres e homens em condições não-excepcionais. Um “encontrão” para uma gestante pode significar a perda do feto. Marcar esse direito não significa oferecer privilégios, mas assegurar que essa mulher receba aquilo que poderia vir como uma gentileza por parte de pessoas com o mínimo de bom senso. Mas, caso a gentileza não se apresente, que a lei se faça valer. O mesmo poderia ser ponderado com relação às leis que punem violências contra a mulher. O idealíssimo seria que pessoas, homens ou mulheres, evitassem se agredir mutuamente sob qualquer aspecto; o ideal seria que homens percebessem que sua força física costuma ser superior a de mulheres, em condições normais, por isso que eles jamais ousassem cometer a covardia de agredir uma mulher. No entanto, a realidade pode diferir disso. Homens espancam mulheres, diariamente, e vários não encerram as sucessivas agressões até que algum mecanismo penal os faça parar ou a vítima venha a óbito. Dessa forma, exigir que leis capazes de intervir sejam promulgadas é um direito do qual não podemos abrir mão.
Por outro lado, apoiar leis que beneficiem, principalmente, mulheres pode ser encarado como um grande gesto de gentileza, que muitos homens fazem questão de realizar. Tais atitudes são as que nós, feministas, gostaríamos de enxergar para a construção de um mundo mais democrático. De fato, não precisamos de Lords em seus cavalos brancos, mas seria agradável contar com homens mais gentis, caminhando lado a lado, dividindo as contas e, sobretudo, as responsabilidades sociais.
Por fim, proponho que reflitamos quais gentilezas, realmente, constroem uma sociedade mais altruísta e, feito isso, que invistamos maiores esforços em praticá-las!
Receber gentilezas é bom, mas possuir direitos é melhor!Blogueiras Feministas | Blogueiras Feministas
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Sexo por compaixão (sociedade feminista)
Décima sexta indicação de filme para estudos de Gênero e Feminismo, Sexo por compaixão (sociedade feminista)
Escrito
e dirigido por uma mulher (Laura Mañá), o
filme, SEXO POR COMPAIXÃO (Sexo por Compassíon) é uma comédia dramática
que se passa num vilarejo mexicano, contando a história de Dolores
(interpretada pela atriz francesa Elisabeth Margoni), uma mulher madura
de cerca de cinquenta anos. Reconhecida por todos como muito piedosa,
por sua bondade excessiva, ela acaba abandonada pelo marido, Manolo
(José Sancho), que não suporta mais tanta generosidade. Eles moram em um
povoado desolado, onde reinam a tristeza e a resignação. Mesmo
desesperada e querendo trazer seu amado de volta, ela acredita no
futuro.
Um
dia, Dolores resolve pecar pela primeira vez em sua vida. Ela acaba
dormindo com um desconhecido que passou por aquelas bandas. Sem querer,
ela lhe salva a vida e o suposto pecado converte-se em uma obra de
caridade. Dolores - que muda de nome para Lolita - passa a dedicar sua
vida às obras de caridade. Mas não as usuais, muito pelo contrário. Ela
resolve entregar-se de corpo e alma ao povoado. Principalmente o corpo,
já que passa a espalhar o bem ao fazer sexo com vários homens. E é a
partir dessas relações sexuais por compaixão, como diz o título, que ela
vai ajudar a devolver a cor e a alegria de um povoado que se encontra
imerso em tristeza.
Numa
brincadeira, o filme ganha cor e a cidade torna-se mais alegre, até
Manolo, “marido da santa”, voltar e descobrir a nova ocupação da esposa.
Revoltado, ele briga com ela e a tristeza volta a reinar. Em defesa de
Dolores (e em busca da alegria que os maridos perderam), as mulheres do
povoado decidem dar uma lição em Manolo, mostrando como é difícil o
papel que sua esposa desempenha.
Uma
velhinha, interpretada por Leticia Huijara, é responsável por arrancar
várias gargalhadas do público, já que insiste em passear pelo vilarejo
com seus passos trôpegos enquanto tira fotos nada discretas de tudo o
que acontece: sua função seria a de mostrar a memória do vilarejo por
meio de suas próprias lembranças de um lugar bonito, com pessoas muito
alegres, que se mostra depois um lugar sem vida e triste.
O alegre universo criado pela diretora Laura Mañá
tem espaço até mesmo para prostitutas itinerantes, que percorrem o
interior do país em uma caminhonete vermelha trazendo o cartaz “Putas”. O
filme é dirigido e escrito pela estreante Laura Maná, que atuou como
roteirista. O roteiro é habitado por uma galeria de personagens
interessantes e muito divertida.
Comentário feminista:
O filme consegue tratar de temas feministas sem dar a eles um tom
dramático ou panfletário que só provocariam repulsa “as pessoas
não-entendidas”. A história analisa as limitações impostas por uma
sociedade patriarcal sobre a sexualidade de homens e mulheres de cultura
cristã. Entre os vários pontos altos do filme, está a cena em que nos
defrontamos com o famoso antagonismo prostituta vs “mulher séria”.
Outros desconcertantes acertos do roteiro estão em estabelecer uma
profunda relação de carência afetiva e insatisfação sexual entre os
sexos femininos e masculinos, revelar a "verdade biológica" sobre a
potência sexual masculina, além de criar cenas bem “didáticas” sobre
comportamentos de “cumplicidade” masculina e tradicionais angústias
femininas. Este é com certeza, desde sua realização a concepção da
história, o mais feminista dos filmes que já assistimos, pois Laura Mañá
evitou a todo custo reproduzir qualquer dos estereótipos machistas
comuns do cinema (um dos exemplos que podemos citar sem estragar o
grande prazer de assistir a película é o fato da protagonista ser
totalmente fora dos padrões de beleza atuais). Sexo por compaixão é
belíssimo e obrigatório para qualquer feminista. Vejam o trailer:
O
filme pode ser utilizado como auxílio à discussão de temáticas sobre as relações de
gênero. Ele levanta a discussão sobre a misoginia — a aversão, o
desprezo e o ódio às mulheres que abandonam suas qualidades ou atributos
de feminilidade convencionais. Trata também do machismo e do poder do
homem sobre a mulher; do sexismo, que é pautado no principio da
superioridade de um gênero sobre o outro; do heterossexismo, que é uma
forma de opressão e discriminação, baseada na orientação sexual e no
binarismo ativo/passivo; da sexualidade, que está presente em todo
filme, tanto pela generosidade de Lolita quanto através das prostitutas e
outros personagens. O filme envolve ainda outros temas: a identidade
sexual e de gênero; a violência de gênero (visível nas ofensas que as
prostitutas e que Lolita receberam); os estereótipos da mulher e do
homem; as diferenças; as desigualdades; e as discriminações das mulheres
prostitutas.
Uma outra proposta de atividade é explorar a linguagem que o filme aborda, trabalhando o
significado das palavras que são ditas; anotar e destacar as cenas mais
importantes, para a discussão
Tudo
no filme propicia elementos para que possam ser estudadas as relações
de gênero, como o jogo sensual que é feito por algumas mulheres, os
nomes dados aos personagens, o sugestivo título do filme e as cores que
retratam a mudança de humor de Lolita.
A
roteirista também brinca com os nomes dos personagens, já que cada um
tem relação com o tema em questão; um exemplo disto são os nomes dados à
personagem principal do filme: Dolores é associável ao sofrimento
(significa “dores, pesares”, em Espanhol) e mesmo que tentasse ajudar as
pessoas, passando lealdade e confiança por onde passava, sua vida
pessoal era uma lamentação. Já o segundo nome que adota, Lolita, é um
nome muito sensual e de forte impacto — Lolita foi título de um romance em língua inglesa, de autoria do escritor russo Vladimir Nabokov, publicado pela primeira vez em 1955, que trata de uma ninfeta e sua influência sobre o escritor, o que é ressaltado pelo fim trágico do personagem.
Outro
ponto que o filme coloca é a critica às atitudes machistas típicas dos
homens latino-americanos, que ganham um aspecto mais influente em
comunidades conservadoras e pequenas, como a Lolita.
Sites de Livros:
Diversidade na Educação: experiências de formação continuada de professores http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154577POR.pdf
Educação na diversidade: experiências e desafios na Educação Intercultural Bilíngüe http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154581POR.pdf
Gênero e Educacão para Todos. O SALTO RUMO À IGUALDADE http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001324/132480por.pdf
Educação como exercício de diversidade. http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001432/143241POR.pdf
RAÇA E GÊNERO NO SISTEMA DE ENSINO. Os limites das políticas universalistas na Educação
Educação como exercício de diversidade. http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001432/143241POR.pdf
RAÇA E GÊNERO NO SISTEMA DE ENSINO. Os limites das políticas universalistas na Educação
Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/escola_protege/caderno5.pdf
Sites Recomendados sobre o filme:
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Human zoo (arte feminista)
Human zoo (arte feminista)
Décima quinta indicação de filme para estudos de Gênero e Feminismo, o
filme narra a história de Adria em plena Guerra do Kosovo e em
Marseille (como imigrante ilegal). Apesar da própria experiência de
vida, a personagem constrói sua identidade passando por pelos clichês
femininos, porém superando-os e transcendendo os limites da
“feminilidade burra”.
Comentário feminista: Escrito, produzido, dirigido (e atuando) a ex-modelo e militante feminista Rie Rasmussen consegue realizar um filme totalmente dentro (ao estilo Tarantino) e ao mesmo tempo fora dos padrões cinematográficos do gênero ação. Cheio de sacadas geniais, como o modo que a personagem vez por outra observa os comportamentos femininos, Rie Rasmussen conseguiu com louvor produzir um projeto verdadeiramente feminista na concepção do termo, pois em nenhum momento estigmatiza as personagens masculinas e nem busca qualquer solução fácil para sua personagem principal. Este é um dos poucos casos de filmes que, nas belíssimas cenas de sexo, se baseia no conceito fundamental de arte feminista: “a utilização do próprio corpo da realizadora na condição de sujeito de arte e não de objeto mercantil”. Excelente entretenimento, apesar da abordagem de temas serissímos, como a automutilação, para ser visto com namoradas/os que odeiam feminismo ou para feministas que não suportam as “heroínas gostosonas" e esteotipadas, comuns nas adaptações de HQ para o cinema. Vejam o trailer:
Fonte: Maças Podres
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Comentário feminista: Escrito, produzido, dirigido (e atuando) a ex-modelo e militante feminista Rie Rasmussen consegue realizar um filme totalmente dentro (ao estilo Tarantino) e ao mesmo tempo fora dos padrões cinematográficos do gênero ação. Cheio de sacadas geniais, como o modo que a personagem vez por outra observa os comportamentos femininos, Rie Rasmussen conseguiu com louvor produzir um projeto verdadeiramente feminista na concepção do termo, pois em nenhum momento estigmatiza as personagens masculinas e nem busca qualquer solução fácil para sua personagem principal. Este é um dos poucos casos de filmes que, nas belíssimas cenas de sexo, se baseia no conceito fundamental de arte feminista: “a utilização do próprio corpo da realizadora na condição de sujeito de arte e não de objeto mercantil”. Excelente entretenimento, apesar da abordagem de temas serissímos, como a automutilação, para ser visto com namoradas/os que odeiam feminismo ou para feministas que não suportam as “heroínas gostosonas" e esteotipadas, comuns nas adaptações de HQ para o cinema. Vejam o trailer:
Fonte: Maças Podres
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Minha vida em cor de rosa (homossexualidade e transexualidade)
Décima quarta indicação de filme para estudos de Gênero e Feminismo, Minha vida em cor de rosa trata de questões como homossexualidade e transexualidade.
O roteiro
desenvolve as desventuras Ludovic menino de 7 anos vive com seus pais e irmãos e acha que é um
menino-menina e que vai se transformar em menina a qualquer momento, cresce imaginando
que nasceu no corpo errado. A
criança como protagonista levanta a questão da homossexualidade (neste
caso, transexualidade) como condição inata, retira a perversão, opção e
escolha consciente, elucidando ser apenas uma característica da pessoa,
alheia à sua vontade. Ludovic, inocente e de uma doçura ímpar que nos
conquista com seu sorriso e olhar verdadeiros, sofre preconceito e
rejeição causados pela intolerância e obtusidade da vizinhança, apenas
por ser quem ele é, sem fazer mal a ninguém. Um filme especial, no tom
certo, que fará com que pessoas com um mínimo se sensibilidade repensem
alguns de seus preconceitos. Recebeu 1 Globo de Ouro, 11 outros prêmios e
5 indicações.
A ação se concentra na rejeição social ao
comportamento transex do garoto, desde sua família aos seus “amigos” e
irmãos, incluindo até a repressão que outros meninas/os sofrem durante a
descoberta e construção de sua identidade sexual.
Comentário feminista:
Esta é uma importantíssima pérola cinematográfica, pois consegue
traduzir em imagens e diálogos um dos preceitos fundamentais da
feminista Shulamith Firestone, ainda nos anos de 1970: “a luta pela
libertação das mulheres perpassa a libertação sexual das crianças”, ao
trata de um dos mais difíceis temas referentes ao “novo feminismo”:
homossexualidade e transexualidade na infância. Algumas feministas
poderiam se encomodar com o fato da personagem principal ter adoração
por “um objeto”, entretanto, neste caso, a abordagem lida com a idéia de
transcendência física e não exatamente com imposição de padrão de
beleza e coisificação do corpo. Indicadíssimo para oficinas de
sexualidade, tanto para adolescentes quanto para adultos, já que o
enredo consegue esplendorosamente solucionar questões mais dramáticas,
desarmando os preconceitos de qualquer expectador que consiga se
indispor a assisti-lo. É sem dúvida um filme que feministas devem ter em
casa.
O filme trata não apenas da questão da sexualidade, mas principalmente
das relações família-sociedade, da pressão social para que tudo e todos
sejam perfeitamente enquadrados dentro das estruturas convencionadas,
onde os diferentes são rejeitados, desrespeitados e ignorados
sistematicamente. O que nos leva a refletir sobre o nosso papel dentro
deste contexto social, ainda tão conservador.Vejam o trailer:
Fontes; Maças podres Curso de Psicologia;
domingo, 25 de dezembro de 2011
A excêntrica família de Antônia (matriarcado)
Décima terceira indicação de filme para estudos de Gênero e Feminismo,
A excêntrica família de Antônia descreve as relações de matriarcado.
A excêntrica família de Antônia descreve as relações de matriarcado.
A
fábula conta a história da Antônia que, ao voltar à vila onde nasceu,
estabelece em uma comunidade matriarcal. As relações pessoais giram em
torno da família, dos moradores da vila, pessoas violentadas, além da
possível amizade entre os gêneros feminino e masculino, na figura de um
velho filósofo “heremita” (estudioso de Schopenhauer e Nietzsche).
Comandada por Antonia, a saga familiar
atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que
desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o
filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó
louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre
abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua
generosidade.
Comentário feminista:
obra prima do cinema holandês, e vencedor do Oscar de melhor filme
estrangeiro, "A excêntrica família de Antônia" é um filme feminista por
excelência. Dirigido por uma mulher (Marleen Gorris), a película
estabelece um cem número de paralelos de como poderiam ser (ou eram) as
relações pessoais dentro de uma sociedade matriarcal, onde a maternidade
não é uma imposição social e nem uma divindade, mas um processo tão
comum quanto a própria morte. Destacamos as cenas em que a neta de
Antônia estabelece uma sensível e direta relação de afeto e respeito com
um idoso, sem que nenhum dos dois infantilize o outro. Belíssimo,
indicado para qualquer pessoa que deseje introduzir-se em assuntos
filosóficos e conhecimento feminista. Vejam o trecho do filme:
sábado, 24 de dezembro de 2011
Estamira (condição das mulheres negras no Brasil)
Décima segunda indicação de filme, este documentário Estamira trata da condição das mulheres negras no Brasil.
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Este
premiadíssimo documentário registra a vida de Dona Estamira, uma mulher
já idosa que sobrevive catando lixo e que é descrita como louca por
seus familiares, por entre outras coisas rejeitar a figura masculina de
Deus. Porém dona de uma lucidez extrema, ela levanta profundos
questionamentos sobre comportamentos socialemente aceitos no senso
comum, como o uso da medicalização em pessoas que causam transtorno
social ou a sobre as diferenças biologicistas entre os sexos.
Comentário feminista: Este
é provavelmente um dos melhores e mais contundentes documentários
brasileiros de todos os tempos. Com uma apresentação da personagem
narrada de “forma progressiva”, o filme mostra o nível
de “desumanização” que um ser humano/mulher pode agüentar e o quanto a
poderosa presença do patriarcado (dentro de sua família) pode destruir,
ainda mais quando aliada a violência institucional das estruturas
estatais. Aqui cada frase de Dona Estamira pode ser considerada um
brado contra o sistema patriarcal ou render uma tese de mestrado
feminista. Destacam-se as cenas em que a Dona Estamira questiona
e estabelece paralelos sobre cromossomos “Xx” (par) e “Xy” (ímpar), o
poder natural da gestação e a manipulação religiosa, como instância
afirmadora do poder familiar masculino. Indicado para toda e qualquer
pessoa lúcida, sem qualquer "trocadilho". Vejam o trailer:
Fonte: Estamira e Maças podres
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Olhos azuis (lutra contra o racismo e prática feminista)
Décima primeira indicação de filme, Olhos azuis é um documentário que mostra a lutra contra o racismo e prática feminista.
Documentário
que denuncia o preconceito racial através de workshops em que pessoas
brancas são colocadas nas mesmas condições sociais em que comumente as
pessoas negras se encontra. A genial premissa da oficina é que pessoas
que possuam "olhos azuis" são intelectualemente inferiores as demais.
Comentário feminista:
provavelmente este filme seja o mais importante de todos os que nós
listamos, pois não é só um registro documental, mas também uma
experiência sensorial e conscientizadora com detalhes do processo
metodológico e com provas expressas na transformação física das pessoas.
Aqui a professora Jane Elliot derruba toda e qualquer mistificação
biológica de superioridade racial (e de gênero), inclusive não se
acomodando com o fato (e nem se excluindo de sua responsabilidade
social) de ser uma mulher branca. Todas as cenas são muito fodásticas,
já que demonstram, nua e cruamente, os violentos processos de
interiorização social que fragiliza tanto negras/os quanto as mulheres.
Jane Elliot dá um soco no estômago de qualquer feminista que ainda
acredita ou profere a falácia de que “os interesses do feminismo mudam
diante de sua condição social da mulher”. Avisamos que se você tiver
pena das pessoas na situação em que foram colocadas, deve suspeitar dos
motivos deste sentimento. é sem dúvida é documento fundamental para
todas as bibliotecas de movimentos sociais que desejam desenvolver uma
práxis revolucionária ou para educadores que acreditam na função de
intelectual orgânico. Vejam um trecho e sintam a força da realidade:
Fonte: Maças Podres
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
A cor púrpura (condição da mulher negra e masculinidade dos homens negros)
Décima indicação filme A cor púrpura fala sobre a condição da mulher negra e masculinidade dos homens negros
Comentário: Um filme que trata de maneira precisa temas tão complicados como racismo, violência, abuso sexual, incesto, relacionamentos humanos. “A Cor Púrpura” é considerado uma obra importante para a compreensão da condição das mulheres negras e pobres no início do século XX. O romance trata, também, da homossexualidade feminina. Entretanto, o filme de Spielberg foi criticado por movimentos afro-americanos, feministas e homossexuais por não conseguir reproduzir na tela a profundidade das questões levantadas no livro. Estas críticas são apontadas como o provável motivo de o filme ter recebido 11 indicações para o Oscar (incluindo melhor filme, melhor atriz para Whoopi Goldeberg e melhor atriz coadjuvante para Margaret Avery e Oprah Winfrey) mas não ter recebido nenhum.
Fonte: Maças podres
A Cor Púrpura (en: The Color Purple), é um filme estadunidense de 1985, do gênero drama, dirigido por Steven Spielberg e baseado no romance epistolar da premiada escritora afro-americana Alice Walker, que trata de questões de discriminação racial e sexual e conta a história Celie que aos 14 anos é violentada pelo
pai, se torna mãe de duas crianças. Separada dos filhos e da única
pessoa no mundo que a ama, sua irmã, ela é doada a "Mister" um violento
homem que a despreza.
Sinopse
Georgia,
1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com
apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas
crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é
separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é
doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como
escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por
alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual
cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza
em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a
ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua
Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia
(Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister,
entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando
consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
Comentário feminista: este
filme é um doloroso retrato do racismo (tanto dentro do roteiro quanto
na academia de cinema americano). Obra prima do cinema, indicado ao
recorde de estatuetas do Oscar, não ganhou nenhuma, pois nesta época
ainda não vivíamos tempos “politicamente corretos”. Também foi o filme
de estréia da atriz Whoopi Goldberg, que devido ao “fracasso na
cerimônia”, teve que rumar sua carreira para papeis mais amenos para os
padrões brancos de Hollywood. O filme é interessantíssimo, pois pode
estabelecer um palpável paralelo entre a condição atual dos negros nos
EUA e no Brasil, já enquanto no norte da América, os negros receberam
terras no fim do processo de escravidão, aqui na terra brasilis, estes
foram lançados as ruas, sem a menor condição de sobrevivencia (tanto
que ainda vivemos com as consequências da miséria econômica a que a
comunidade negra foi lançada). Entre as cenas de destaque ficamos com os
dois momentos em que a personagem da apresentadora Oprah Winfrey
sucumbe e supera a violência doméstica sofrida ao longo do filme.
Indicado para qualquer pessoa que deseje desenvolver sua consciência
negra, nos termos de expostos por Steve Biko. Vejam um trecho:
Comentário: Um filme que trata de maneira precisa temas tão complicados como racismo, violência, abuso sexual, incesto, relacionamentos humanos. “A Cor Púrpura” é considerado uma obra importante para a compreensão da condição das mulheres negras e pobres no início do século XX. O romance trata, também, da homossexualidade feminina. Entretanto, o filme de Spielberg foi criticado por movimentos afro-americanos, feministas e homossexuais por não conseguir reproduzir na tela a profundidade das questões levantadas no livro. Estas críticas são apontadas como o provável motivo de o filme ter recebido 11 indicações para o Oscar (incluindo melhor filme, melhor atriz para Whoopi Goldeberg e melhor atriz coadjuvante para Margaret Avery e Oprah Winfrey) mas não ter recebido nenhum.
Fonte: Maças podres
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Alfie – O sedutor (masculinidade)
Nona Indicação filme Alfie – O sedutor (masculinidade)
Esta
é a história de um jovem homem solteiro e muito dentro dos padrões de
beleza que desenvolvem as mais diferentes técnicas para conquistar as
mulheres.
Comentário feminista: este é um filme difícil de assistir em seu início, pois chega a causar asco tamanho é o conjunto de frases machista pronunciadas nos minutos iniciais, mas não se enganem já que grande parte da equipe de produção é formada por mulheres. Muito indicado para homens que desejam superar sua condição de macho garanhão e ver o quanto frágil é a masculinidade que se baseia apenas no poder do falo. Por isso, temos a liberdade em dizer que esta refilmagem é literalmente um chute no saco masculino, ao desenvolver uma história rude e realista sobre a incapacidade masculina de se relacionar afetivamente como mulheres e homens (destacamos a cena em que o machismo ultrapassa os limites do mito do “companheirismo masculino”), o filme amplia as perspectivas de analise sobre os comportamentos sexuais masculinos e a latente solidão emocional que os garanhões se encontram, mas dificilmente gostam de assumir em público. Filme obrigatório para mulheres que já não acreditam em de “príncipes encantados” e que desconfiam da "nova cordialidade masculina", principalmente em tempos de “casamento real”, ou para feministas/garotas que desejam pregar uma peça em seus namorados/amigos machistas. Veja a cena final do filme, infelizmente esta foi a única que encontramos legendada:
Fonte: Maças podres
click para assistir online |
Comentário feminista: este é um filme difícil de assistir em seu início, pois chega a causar asco tamanho é o conjunto de frases machista pronunciadas nos minutos iniciais, mas não se enganem já que grande parte da equipe de produção é formada por mulheres. Muito indicado para homens que desejam superar sua condição de macho garanhão e ver o quanto frágil é a masculinidade que se baseia apenas no poder do falo. Por isso, temos a liberdade em dizer que esta refilmagem é literalmente um chute no saco masculino, ao desenvolver uma história rude e realista sobre a incapacidade masculina de se relacionar afetivamente como mulheres e homens (destacamos a cena em que o machismo ultrapassa os limites do mito do “companheirismo masculino”), o filme amplia as perspectivas de analise sobre os comportamentos sexuais masculinos e a latente solidão emocional que os garanhões se encontram, mas dificilmente gostam de assumir em público. Filme obrigatório para mulheres que já não acreditam em de “príncipes encantados” e que desconfiam da "nova cordialidade masculina", principalmente em tempos de “casamento real”, ou para feministas/garotas que desejam pregar uma peça em seus namorados/amigos machistas. Veja a cena final do filme, infelizmente esta foi a única que encontramos legendada:
Fonte: Maças podres
Meninos não choram (construção da identidade gênero e orientação sexual)
Oitava indicação filme: Meninos não choram (construção da identidade gênero e orientação sexual)
Fonte: Maças podres
click e assista de graça no PC |
Brandon Teena é um forasteiro que quase todos que conheciam se sentiam atraídos por sua inocência. Como qualquer jovem, ele expressa as contradições da identidade sexual que não obedece as normatividades de uma sociedade fundamentalmente patriarcal.
Comentário feminista: dirigido por Kimberly Pierce e baseado na história real de Brandon Teena, o filme conta com cenas de extrema violência que expõem de maneira cabal como identidade masculina e feminina pode ser socialmente construída ou "falsificadas", algo que muito difere da orientação sexual de uma pessoa. Não vamos escrever muito sobre este filme, pois é um dos poucos casos em que palavras jamais poderão substituir o choque que cada fotograma se propõe a denunciar, apenas destacaremos as cenas de violência sexual masculina para que as feminista entendam como esta é utilizada em sua função de enquadramento social das mulheres. Veja o trailer
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Lanternas vermelhas (mito da rivalidade feminina)
Sétima indicação de filme : Lanternas vermelhas (mito da rivalidade feminina)
O filme conta a história de Songlian, uma jovem obrigada a se casar com senhor de uma família da China que já possui outras três esposas. A competição entre as esposas é dura, o que as faz criar uma disputa para obter os privilégios e confortos oferecidos pelo senhor do palácio.
Comentário feminista: o grande destaque deste filme e a sua incrível condição de nos possibilitar o entendimento de duas questões: o quanto o patriarcado possui de semelhanças, mesmo em épocas tão “distantes” e culturas tão diferentes quanto a brasileira; e como as estruturas patriarcais estimulam nas mulheres a desunião de gênero (mito da rivalidade feminina). Destacamos os diálogos travados entre as mulheres na presença do marido/senhor e às cenas em que a submissão sexual feminina parece representar um poder social, mas que todavia, sua condição não passa de uma total ausência de poder. Indicado para feminista que buscam similaridades estruturais dentro dos diferentes sistemas sociais do patriarcado. Veja um trecho deste filme:
Fonte: Maças podres
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Libertárias (feminismo de ideologia operária e anarquista)
Libertárias (feminismo de ideologia operária e anarquista)
Sexta Indicação de estudo: O filme narra a história do grupo de militantes anarquista da organização femininista do movimento libertário espanhol chamada "Mulheres Livres", nos primeiros dias da Guerra Civil Espanhola.
Comentário feminista: Se, enquanto filme, é possível que surjam criticas sobre a maneira que as personagens são apresentadas (existem clichês estereotipados sobre os comportamentos femininos), todavia, enquanto material feminista, há várias cenas que podem muito bem ilustrar a curiosidade de feministas sobre questões históricas, como por exemplo: a visão participativa de mulheres em guerras, pouco apresentada em livros didáticos, e as ideologias feministas de base anarquista e operária muito populares no início do século XX, e hoje extremamente censuradas e invisibilizadas pela grande mídia e história oficial. Indicado para feministas militantes de outros movimentos sociais que querem ampliar sua visão ideológica e que não se satisfazem com o papel de colaboracionaistas do Estado ou secretárias de partido. Veja o trailer:
Fonte: Maças Podres
domingo, 18 de dezembro de 2011
Preciosa (feminismo negro)
Preciosa (feminismo negro)
Fonte: Maças Podres
Para ver grátis no PC click na imagem do poster |
Quinta indicação para estudos: O filme Preciosa conta a história de uma adolescente de 16 anos e as privações que ela enfrenta durante sua juventude, onde o único recurso que ela tem em mãos para amenizar a sua situação é a ilusão do sucesso vendido nas revistas.
Claireece Jones Precious sofre privações inimagináveis em sua juventude. Abusada pela mãe, violentada por seu pai, ela cresce pobre, irritada, analfabeta, gorda, sem amor e geralmente passa despercebida. A melhor maneira de saber sobre ela são suas próprias falas: "Às vezes eu desejo que não estivesse viva. Mas eu não sei como morrer. Não há nenhum botão para desligar. Não importa o quão ruim eu me sinta, meu coração não para de bater e meus olhos se abrem pela manhã. Uma história intensa de adversidade e esperança.
Comentário feminista: Um dos filmes mais dramáticos dos últimos tempos a abordar a questão das mulheres negras em seu estado de vulnerabilidade social, desde as questões de padrão de beleza, passando pela violência sexual produzida pela hiperobjetivação do corpo feminino como propriedae masculina, o filme demonstra o quanto são reduzidas as perspectivas de vida de uma jovem negra de periferia e a delicada questão que as mulheres negras (e pobres) enfrentam na manutenção de seus relacionamentos afetivos com homens igualmente desprovidos de perspectivas sociais. Extremamente realista este filme é indicado a qualquer feminista que deseje adentrar nas questões do feminismo negro que sentenciaram o quanto diferente ser “uma mulher” e ser “uma mulher negra” (algo muito similar a realidade da maioria das mulheres brasileiras). Veja o trailer:
Fonte: Maças Podres
Políticas Públicas para Mulheres
POR Barbara Lopes - Blogueiras Feministas
Durante a 3ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, perguntamos para militantes presentes: O que mais avançou em políticas públicas para mulheres? O que você espera que avance? Juntamos as respostas no vídeo abaixo.
Da Conferência, sai um plano com as diretrizes que a sociedade civil e o governo – já que é uma construção conjunta – esperam que norteiem as políticas públicas para as mulheres. A Conferência é fundamental porque acreditamos que o Estado tem um papel importante para mudar a vida das mulheres. Entender as medidas que melhoram a situação das mulheres como políticas públicas também significa que elas não devem ser isoladas, mas parte de uma estratégia. A existência dessas políticas tem também um poder simbólico – que precisa ser confirmado na prática, com a efetivação dessas políticas.
O Plano Nacional de Políticas para Mulheres foi tema de um dos painéis da 3ª Conferência e, entre as palestrantes, estava Tatau Godinho, subsecretária de Planejamento e Gestão da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Queria ressaltar dois pontos da fala dela. O primeiro é sobre o tema da Conferência: “Autonomia e igualdade para as mulheres”. Ela afirmou que a SPM pretende dar prioridade para a autonomia econômica e social – no trabalho, na política, no lazer, etc. – das mulheres agora, como foi prioridade o enfrentamento à violência na gestão anterior.
O segundo ponto é o que Tatau colocou como “armadilha da institucionalização”. No processo de construção da Conferência com as etapas municipais e estaduais, houve um aumento no número de organismos de políticas para mulheres (secretarias, coordenadorias, etc.), que passaram de 294 para 432. Isso é um ganho importante. O perigo é, ao transformar mulheres em gestoras de políticas, afastá-las do feminismo, do movimento. E as políticas públicas, por mais poderosas que sejam, não substituem a militância, a luta nas ruas, a que a gente faz todos os dias.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) fez um vídeo de encerramento com um resumo dos vários dias de conferência, veja abaixo:
*Imagem do destaque: Auditório no 4° Dia da Conferência. Foto: 3° Conferência/Divulgação.
FONTE: Universidade Livre Feministasábado, 17 de dezembro de 2011
O lutador (masculinidade)
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O que sobra para um homem quando este já não pode mais exercer sua masculinidade? Este drama conta a história de um homem de meia idade que construiu sua carreira nos ringues de “luta livre”, sem jamais conseguir exercer com completude satisfatória a paternidade, o papel de provedor ou relacionamentos sentimentais.
Comentário feminista: Do mesmo diretor de “Cisne Negro”, o filme traça um panorama sobre o modo que se constrói a masculinidade em uma sociedade machista. A luta livre, os anabolizantes musculares e as cicratrizes podem ser usadas como metáforas capazes que nos possibilite entender o modo que os homens estabelecem suas relações sociais e como se comunicam entre si através da agressão e da dor física. Desmistificando parte da teia de violência que envolve a identidade dos machos comuns, com este filme é possível se fazer um interessante exercício de percepção de alguns dos mais comuns códigos masculinos cotidianos (“uma certa coreografia”, como olhar que um homem lança para outro homem que paquera a namorada acompanhada, sem que isso se torne uma briga) e como o respeito e a "camaradagem", em sua na maneira violenta/rude de ser portar socialmente, indica sempre a espera dos homens que sua macheza seja reconhecida por seus semelhantes masculinos. Interessante para homens feministas (e mulheres) que desejam compreender os malefícios que o machismo traz para a construção de sua identidade. Veja o trailer:
Fonte: Maças Podres
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Anjos do sol (exploração sexual, prostituição e tráfico de mulheres)
Terceira indicação : Anjos do sol (exploração sexual, prostituição e tráfico de mulheres)
click para ver online |
Maria é uma garota de 12 anos, que no verão de 2002, foi vendida por sua família a um recrutador de prostitutas, sendo enviada a um prostíbulo na região do garimpo. Após meses de abusos, Maria decide que tentará fugir mesmo que o risco possa custar a sua vida.
O longa-metragem de ficcão (90 min.) é escrito e dirigido por Rudi Lagemann.
Comentário feminista: asqueroso e brutal, o filme é uma pungente materialização da realidade da prostituição, a exploração sexual e o tráfico de mulheres e adolescentes no Brasil. Nada neste filme parece inverossímil e sua denúncia ultrapassa os limites da “defesa dos direitos humanos”, pois tão aterradora quanto é a mensagem contra a exploração sexual é a concreta ausência de perspectiva sociais que as meninas nesta condição enfrentam para, se quisessem, sair dela. Destacamos o apurado tratamento visual que muitas vezes nos transporta para as condições expostas no filme. Altamente recomendado para oficinas com garotas pobres de periferia que ainda acreditam em conto de fadas ou que possam estar se deslumbrando com as porcarias como as “brunas surfistinhas” da vida. Assista o trailer:
Fonte : Maças Podres
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
As virgens suicidas (sexualidade na adolescência)
Segunda indicação da lista de filmes : As virgens suicidas (sexualidade na adolescência)
Dirigido e roteirizado por Sofia Coppola, este filme narra a história de 5 belas adolescentes americanas que em pleno auge da liberdade sexual estadunidense são sexualmente reprimidas pelos seus pais, especialmente a mãe extremamente religiosa. Comentário feminista: Apesar de se basear num livro escrito por um homem e narrado pelo ponto de vista dos garotos, a história lança um sensível olhar sobre a prisão sexual em que se encontram as jovens mulheres (e homens) em sociedades de forte apelo religioso cristão. O filme, já em seus primeiros minutos, possui um dos mais fantásticos diálogos feministas já escritos sobre o que significa ser uma adolescente mulher que tem sua sexualidade reprimida e observa o mundo através de um criterioso olhar sobre de como estão estabelecidas as bases da desigualdade entre o ser mulher e ser homem. Ideal para se passar em oficinas em que adolescentes debatem os temas de gênero e sexualidade.
Veja Trailer do filme
Fonte: Maças Podres
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
TOMATES VERDES FRITOS - filmes feministas
Tomates Verdes Fritos (por Uryuu-RO e Lídia)
"Tem uma abordagem interessante da valorização da mulher (...) sobre relacionamentos, patriarcado, violência, e, o melhor de tudo, mostra a autonomia das mulheres e o companheirismo, derrubando o mito da rivalidade feminina."Este filme é uma indicação de uma lista de 15 filmes separados por MAÇÃS PODRES. Indicados para
para a formação de feministas/ de gênero (ou simplesmente pessoas que gostam de bom conteúdo cinematográfico). A lista é composta por alguns filmes amplamente conhecidos, e outros nem tanto, realizados por mulheres (e feministas).
Segue trailler deste filme
para a formação de feministas/ de gênero (ou simplesmente pessoas que gostam de bom conteúdo cinematográfico). A lista é composta por alguns filmes amplamente conhecidos, e outros nem tanto, realizados por mulheres (e feministas).
Segue trailler deste filme
Fonte : Maçãs Podres: 17 filmes feministas, por MAÇÃS PODRES
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Na pauta da 3° Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
Cynthia Semíramis faz pontuações sobre a Abertura da 3° Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres: "O ponto alto do discurso da presidenta, e que está em todas as notícias de hoje, foi o momento em que ela garantiu que a SPM não será extinta nem fundida a outro ministério, acabando com boatos a esse respeito. No entanto, a presidenta não falou nada sobre a redução do orçamento para a SPM."
Continua sobre a fala da presidenta Dilma " Reforçou a responsabilidade das mães pontuando diversas políticas públicas e benefícios voltados para a família, que tem recursos entregues diretamente a elas. Ao falar de saúde da mulher, falou apenas das gestantes e da prevenção de câncer de mama e do colo de útero, deixando de lado questões de saúde que atingem as mulheres e que não estão ligadas a reprodução.
Continua sobre a fala da presidenta Dilma " Reforçou a responsabilidade das mães pontuando diversas políticas públicas e benefícios voltados para a família, que tem recursos entregues diretamente a elas. Ao falar de saúde da mulher, falou apenas das gestantes e da prevenção de câncer de mama e do colo de útero, deixando de lado questões de saúde que atingem as mulheres e que não estão ligadas a reprodução.
Essas
observações me parecem bastante preocupantes, pois associam mulheres a
maternidade – quando maternidade deveria ser uma opção, não uma
obrigação. Além disso, reforçam estereótipos sobre mulheres que vêm
sendo criticados por feministas nos últimos cinquenta anos,
especialmente a pressão para mulheres serem perfeitas
e o mito de que só mulheres são responsáveis pela criação e educação
das pessoas. Na Conferência, o discurso soou bastante deslocado. Como
observou Maíra Kubík Mano: Talvez não fosse o lugar para louvar a maternidade como característica mais importante da mulher..
E complementa sobre a fala sobre violencia privada " A violência privada é um momento dramático porque a dignidade, a integridade física e psicológica da mulher
estão sendo violadas. As crianças assistirem a momentos violentos é um
problema, sim, mas menor do que a violência sofrida pela mulher, seja
com ou sem testemunhas. É importante reforçar este ponto, pois a violência contra mulher não pode ser jamais relativizada em nome da família, sob pena de colocar a mulher como cidadã de segunda classe, com menos direitos do que o homem e os filhos. Preservar a família ou proteger as crianças não pode se tornar sinônimo de tolerância com a violência contra mulheres."
Paula Laboissière - Agência Brasil escreve o artigo Manutenção de Secretaria das Mulheres é primeiro grande resultado de conferência, diz Ministra Luiza Bairros
"Luiza lembrou que, como a SPM, a Seppir também completa oito anos de existência. Apesar das conquistas do ponto de vista dos direitos das mulheres e dos negros, ainda há uma baixa percepção, segundo a ministra, dos efeitos concretos que tais avanços têm gerado no país.
"Não há dúvida alguma – e o Censo 2010 nos mostrou isso – de que, com todos os avanços no sentido das desigualdades, resta um núcleo duro que é a desigualdade racial e que se torna ainda mais evidente quando associada às desigualdades de gênero", ressaltou.Carolina Pimentel, Repórter da Agência Brasil - escreve Creche, trabalho, violência e aborto são temas da Conferência de Políticas para Mulheres
SOS Corpo escreve sobre o Por que precisamos redobrar a atenção em defesa dos direitos das mulheres
Silvia Camurça, socióloga, educadora do SOS Corpo e integrante da coordenação nacional da AMB afirma “Não é uma novidade e chega a ser uma característica de uma racionalidade tecnocrática federal, na qual prevalece a visão que é necessário cortar orçamento das áreas consideradas como não estratégicas, principalmente políticas para mulheres e políticas para igualdade racial.
Um segundo fator que pesa no primeiro período dos governos federais, nos últimos 20 anos, é uma perspectiva de política pública na qual prevalece a ideia que o Estado brasileiro deve cuidar das famílias. Para a socióloga feminista, as famílias devem ser consideradas sujeitos de direitos, assim como as mulheres, ou negras e negros. Cuidar das famílias sem reconhecer que nas famílias existem desigualdades para as mulheres, sobretudo para as mulheres negras, é deixar encoberta uma série de problemas que afetam metade da população.
A
AMB lançará e distribuirá, durante a III CNPM, a publicação Articulando
as Luta Feminista nas Políticas Públicas, cujo conteúdo contextualiza a
situação das mulheres e das políticas públicas neste âmbito, além de
apresentar um conjunto de propostas prioritárias para cada eixo do Plano
Nacional (PNPM). Com esse material e outros documentos, a publicação
pretende ampliar a divulgação dos sentidos do feminismo característico
da AMB.
Para baixar a publicação, clique aqui.
fonte: http://www.soscorpo.org.br/home/entry/iii-cnpm-por-que-precisamos-redobrar-a-atencao-em-defesa-dos-direitos-das-mulheres.htmlAcompanhe mais notícias pelo blog da 3° Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.
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