Continua sobre a fala da presidenta Dilma " Reforçou a responsabilidade das mães pontuando diversas políticas públicas e benefícios voltados para a família, que tem recursos entregues diretamente a elas. Ao falar de saúde da mulher, falou apenas das gestantes e da prevenção de câncer de mama e do colo de útero, deixando de lado questões de saúde que atingem as mulheres e que não estão ligadas a reprodução.
Essas
observações me parecem bastante preocupantes, pois associam mulheres a
maternidade – quando maternidade deveria ser uma opção, não uma
obrigação. Além disso, reforçam estereótipos sobre mulheres que vêm
sendo criticados por feministas nos últimos cinquenta anos,
especialmente a pressão para mulheres serem perfeitas
e o mito de que só mulheres são responsáveis pela criação e educação
das pessoas. Na Conferência, o discurso soou bastante deslocado. Como
observou Maíra Kubík Mano: Talvez não fosse o lugar para louvar a maternidade como característica mais importante da mulher..
E complementa sobre a fala sobre violencia privada " A violência privada é um momento dramático porque a dignidade, a integridade física e psicológica da mulher
estão sendo violadas. As crianças assistirem a momentos violentos é um
problema, sim, mas menor do que a violência sofrida pela mulher, seja
com ou sem testemunhas. É importante reforçar este ponto, pois a violência contra mulher não pode ser jamais relativizada em nome da família, sob pena de colocar a mulher como cidadã de segunda classe, com menos direitos do que o homem e os filhos. Preservar a família ou proteger as crianças não pode se tornar sinônimo de tolerância com a violência contra mulheres."
Paula Laboissière - Agência Brasil escreve o artigo Manutenção de Secretaria das Mulheres é primeiro grande resultado de conferência, diz Ministra Luiza Bairros
"Luiza lembrou que, como a SPM, a Seppir também completa oito anos de existência. Apesar das conquistas do ponto de vista dos direitos das mulheres e dos negros, ainda há uma baixa percepção, segundo a ministra, dos efeitos concretos que tais avanços têm gerado no país.
"Não há dúvida alguma – e o Censo 2010 nos mostrou isso – de que, com todos os avanços no sentido das desigualdades, resta um núcleo duro que é a desigualdade racial e que se torna ainda mais evidente quando associada às desigualdades de gênero", ressaltou.Carolina Pimentel, Repórter da Agência Brasil - escreve Creche, trabalho, violência e aborto são temas da Conferência de Políticas para Mulheres
SOS Corpo escreve sobre o Por que precisamos redobrar a atenção em defesa dos direitos das mulheres
Silvia Camurça, socióloga, educadora do SOS Corpo e integrante da coordenação nacional da AMB afirma “Não é uma novidade e chega a ser uma característica de uma racionalidade tecnocrática federal, na qual prevalece a visão que é necessário cortar orçamento das áreas consideradas como não estratégicas, principalmente políticas para mulheres e políticas para igualdade racial.
Um segundo fator que pesa no primeiro período dos governos federais, nos últimos 20 anos, é uma perspectiva de política pública na qual prevalece a ideia que o Estado brasileiro deve cuidar das famílias. Para a socióloga feminista, as famílias devem ser consideradas sujeitos de direitos, assim como as mulheres, ou negras e negros. Cuidar das famílias sem reconhecer que nas famílias existem desigualdades para as mulheres, sobretudo para as mulheres negras, é deixar encoberta uma série de problemas que afetam metade da população.
A
AMB lançará e distribuirá, durante a III CNPM, a publicação Articulando
as Luta Feminista nas Políticas Públicas, cujo conteúdo contextualiza a
situação das mulheres e das políticas públicas neste âmbito, além de
apresentar um conjunto de propostas prioritárias para cada eixo do Plano
Nacional (PNPM). Com esse material e outros documentos, a publicação
pretende ampliar a divulgação dos sentidos do feminismo característico
da AMB.
Para baixar a publicação, clique aqui.
fonte: http://www.soscorpo.org.br/home/entry/iii-cnpm-por-que-precisamos-redobrar-a-atencao-em-defesa-dos-direitos-das-mulheres.html
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