quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 de Novembro: Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher

A data de 25 de Novembro foi estabelecida no Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem às irmãs Mirabal.

Las Mariposas, como eram conhecidas as irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa – foram brutalmente assassinadas pelo ditador Trujillo em 25 de novembro de 1960 na República Dominicana. Neste dia, as três irmãs regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam presos. Elas
foram detidas na estrada e foram assassinadas por agentes do governo militar. A ditadura tirânica simulou um acidente.

Minerva e Maria Teresa foram presas por diversas vezes no período de 1949 a 1960. Minerva usava o codinome “Mariposa” no exercício de sua militância política clandestina. Este horroroso assassinato provocou a repulsa da comunidade nacional e internacional, em relação ao governo dominicano, e
acelerou a queda do ditador Rafael Leônidas Trujillo.

Em nosso país a violência contra a mulher é constante. Uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente já ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem. A cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil, num total de cerca de 2 milhões por ano.

Essa violência atinge todas as mulheres, todas as etnias, mas é mais nítida nas mulheres trabalhadoras e jovens, especialmente as negras. No Rio de Janeiro, em pesquisa o “Dossiê Mulher 2010” mostra que as mulheres pretas e pardas (negras, na categoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%). As brancas só eram maioria nos crimes de ameaça (50,2%).

Estatísticas da violência

Ainda segundo o dossiê, em 2008, 20.216 mulheres sofreram ameaças, e, em 2009, esse mesmo índice saltou para 24.310. Em se tratando de lesãocorporal, o ano de 2008 registrou 26.876 casos no Rio. Já em 2009, foram 30.103 casos. Os dados indicam também que o Rio é o terceiro estado com o maior número de agressões à mulher em todo o país. Perde para o Estado de São Paulo, com 47.107 casos, e a Bahia, com 32.358. E somente 2% dos agressores são punidos.

Esses dados mostram que a Lei Maria da Penha não tem sido eficaz.  Apresenta inúmeras falhas e são necessárias a construção de casas-abrigos e de passagem, atendimento jurídico e psicológico às vítimas de violência, rápida e efetiva proteção a todas as mulheres que denunciam seus agressores.



Precisamos também de creches, salários e empregos dignos!

Fonte: informe  APN - Agência Petroleira de Notícias - SINDIPETRO-RJ

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Políticas para mulheres e mulheres na política

Em entrevista à Carta Capital a cientista social Tatau Godinho faz uma análise da situação da mulher na política, fala sobre desigualdade de gêneros e da postura da oposição diante de uma mulher na presidência.

Texto completo

Fonte-CLAM

Violencia contra Mulher: Quebre este círculo

 Este novo site entra como uma das ferramentas disponiveis para o enfrentamento da violência contra mulher. Acesse http://www.quebreociclo.com.br/

Saiba mais sobre a participação das mulheres na política

Carlota Queiroz foi a primeira deputada federal eleita no Brasil.

Lucas Kodama Seco, professor de história do Anglo, dá uma aula sobre a participação das mulheres na política.
A primeira mulher eleita deputada federal na história do Brasil, em 1933, foi Carlota Queiroz. Ao longo da segunda metade do século 20, a luta das mulheres por direitos e igualdade passa a ser maior.
No Brasil, a eleição de Dilma Roussef neste ano é um marco importante, independente de questões partidárias. Do ponto de vista histórico, a eleição dela tem um grande peso simbólico, segundo Kodama.


Assista à aula em vídeo.





fonte:G1

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ética, Valores e Saúde na Escola




Fonte IPTV USP

Bullying

Video sobre Bullying orientações para professores e alunos.



Fonte IPTV Usp

Violência e Diagnosticos na Escola: de que violência estamos falando?

Vídeo interessante da Profa. Flávia Schieling para refletirmos e atuarmos mais em relação as situações de violência.







Fonte: IPTV USP

Vídeo Usp Diversidade e Pluralidade na escola

Nesta semana que  trabalhamos mais intensamente as questões raciais segue uma dica de video aula da Prof. Dan iele Kowalewski.

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Para ir direto ao vídeoclique  aqui

Fonte: IPTV USP

Treinando a Cidadania e a Democracia

Um exemplo de assembleia e de exercício da cidadania em sala de aula.


Vejam o vídeo neste link

http://www.iptv.usp.br:80/portal/Id.do?instance=0&id=uspK9IHNPNKDLusJUPVZISs3R0pjvEVNE8GJRXlxTYmv2U.&type=video

Fonte: IPTV USP

CNJ afasta juiz de MG que chamou Lei Maria da Penha de "conjunto de regras diabólicas"

Folha.com  por FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu nesta terça-feira afastar por pelo menos dois anos um juiz de Sete Lagoas (MG) que, em 2007, considerou inconstitucional a Lei Maria da Penha em diversas ações contra homens que agrediram suas companheiras, alegando ver na legislação "um conjunto de regras diabólicas" e dizendo que "a desgraça humana começou por causa da mulher".

Por 9 votos a 6, o conselho decretou a disponibilidade de Edilson Rumbelsperger Rodrigues, pena prevista na Lei Orgânica da Magistratura, que considera "grave" a atitude de um magistrado, mas não o suficiente para levar a aposentadoria compulsória.
Durante o período, ele receberá salário proporcional ao tempo de serviço e poderá pleitear a volta ao trabalho após dois anos de afastamento. A maioria dos conselheiros seguiu o relator, Marcelo Neves, ao entender que Rodrigues deveria ser afastado por usar em suas decisões uma linguagem discriminatória e preconceituosa.
Em sua defesa, o magistrado afirmou em uma nota divulgada no início do processo, que não ofendeu ninguém, apenas se posicionou contra a legislação "em tese".
A divergência foi proposta pela conselheira Eliana Calmon, que propôs uma censura ao juiz, com a aplicação de um exame de sanidade mental, ideia que não prevaleceu.
A Lei Maria da Penha (nº 11.340) é considerada um marco na defesa da mulher contra a violência doméstica. Sancionada em agosto de 2006, a legislação aumentou o rigor nas penas para agressões contra a mulher no lar, além de fornecer instrumentos para ajudar a coibir esse tipo de violência.
Seu nome é uma homenagem à biofarmacêutica Maria da Penha Maia, agredida seguidamente pelo marido. Após duas tentativas de assassinato em 1983, ela ficou paraplégica. O marido, Marco Antonio Herredia, só foi preso após 19 anos de julgamento e passou apenas dois anos em regime fechado.
Em uma das sentenças proferidas por Edilson Rodrigues, porém, a lei é chamada de "monstrengo tinhoso", seguida das seguintes considerações: "Para não se ver eventualmente envolvido nas armadilhas dessa lei absurda, o homem terá de se manter tolo, mole, no sentido de se ver na contingência de ter de ceder facilmente às pressões."
Ele também afirma que "a vingar esse conjunto de regras diabólicas, a família estará em perigo, como inclusive já está: desfacelada, os filhos sem regras, porque sem pais; o homem subjugado".
E conclui: "Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (...) O mundo é masculino! A ideia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!".

Fonte: Folha.com

Sim, elas podem. Podem?

Letícia Sorg - revista Época


A eleição de Dilma Rousseff pode incentivar mais mulheres a seguir a carreira política. Mas o caminho do poder ainda é muito mais difícil para elas


Lorena Mendes Resende, uma estudante de 13 anos, ficou surpresa ao saber que Dilma Rousseff será a primeira mulher a assumir a Presidência na história do país. "Achei que já tivéssemos tido outra presidenta no passado", diz Lorena, que cursa o 7º ano do ensino fundamental no Centro de Educação Nery Lacerda, em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília. Lorena também não notou que apenas uma em cada dez congressistas brasileiros é mulher quando, no dia 22 de outubro, esteve na Câmara dos Deputados para apresentar seu projeto de lei. Escolhidas pelo Plenarinho - uma iniciativa da Câmara para estimular a participação política de crianças -, Lorena e outras três estudantes brasileiras apresentaram propostas para um plenário ocupado por crianças de ambos os sexos. A sessão foi presidida por uma garota.
Lorena representa uma nova geração, para quem não haverá mais nada de extraordinário em uma mulher presidente. E talvez Dilma sirva de modelo para ela e outras meninas. Lorena já mostra um interesse acima da média pela política. Foi eleita representante de classe pelos colegas e recebeu o maior número de votos entre os 15 candidatos, pelo Partido Político Mirim dos Alunos (PPMA), em uma eleição simulada na escola. O projeto de Lorena no Plenarinho foi aprovado pelos deputados mirins e está à espera de um padrinho para levá-lo à Câmara "adulta". Nele, a estudante pedia a instalação de assentos especiais para garantir a segurança das crianças no transporte público. Ela notou o problema ao andar de ônibus com sua mãe e a irmã, que tem 4 anos. "Agora, tudo o que vejo de errado me faz pensar em criar um projeto de lei", afirma Lorena.
"Com a eleição de uma mulher, as garotas passam a considerar a política como uma opção viável de carreira", diz Mark P. Jones, professor do Departamento de Ciência Política da Rice University, em Houston, no Texas. "No Chile, a eleição de Michelle Bachelet (leia a entrevista com a ex-presidente) teve um forte efeito sobre como as mulheres, particularmente as mais jovens, viam a política e participavam dela. Podemos ver algo parecido acontecer no Brasil", afirma Jones, coautor do livro Women in executive power: a global overview (Mulheres no poder executivo: uma visão global) , que será lançado no início do ano que vem.
Pelo menos na base do caminho para a política, a escola, meninos e meninas começam em igualdade de condições. "O sistema educacional hoje é igualitário", diz Ilene Lang, da Catalyst, organização sem fins lucrativos que incentiva a participação de mulheres no mercado de trabalho em vários lugares do mundo. "As mulheres só começam a ver as barreiras a seu crescimento depois de alguns anos de carreira." É o que os especialistas chamam de "teto de vidro" - as barreiras invisíveis que impedem o avanço na carreira. A vitória de Dilma ajuda a abrir um buraco nesse teto - na cabeça das mulheres e também dos homens. "É um avanço importante para que eles vejam as mulheres como iguais", afirma Karen Kampwirth, autora do livro Gender and populism in Latin America: passionate politics (Gênero e populismo na América Latina: política passional) e professora de ciências políticas do Knox College, em Illinois.
Certa vez, uma deputada teve uma crise epilética no plenário. "É um chilique!", disse um colega homem
Hoje, as mulheres representam quase metade da população economicamente ativa do país e são maioria nas universidades. Mas ainda ganham, em média, 40% menos do que os homens, segundo dados do Fórum Econômico Mundial, e são minoria no topo da hierarquia corporativa: de 61 empresas que compõem o índice da Bolsa de Valores de São Paulo, apenas uma é dirigida por mulher, por exemplo.
Para que mais mulheres possam, como Dilma, pleitear a Presidência do país é preciso haver mais mulheres em ministérios, nos governos estaduais e na liderança do Congresso - e, antes disso, mais deputadas, senadoras e, claro, candidatas a esses postos. Segundo o índice de desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, o principal problema para as mulheres do Brasil é justamente a representação política. Considerando outros aspectos, além da política - como acesso à saúde, à educação e à igualdade salarial -, o Brasil está na 85ª posição entre 134 países. Olhando apenas para o número de mulheres no Congresso, o país cai para o 108º lugar no ranking.
Alguns números melhoraram - em 2006, 13% dos candidatos à Câmara eram mulheres; em 2010, 22% -, mas a participação continua baixa: cerca de 10% nas duas Casas. O número é ainda mais baixo considerando que desde 1997 vigora, no país, uma lei que prevê que pelo menos 30% das candidaturas à Câmara sejam de mulheres. Na última eleição, as legendas também não reservaram 10% de seu tempo de horário eleitoral gratuito para candidatas, como prevê a legislação. "Os partidos políticos ainda resistem a uma nova e necessária divisão do poder", afirma Lourdes Bandeira, professora de sociologia da Universidade de Brasília e subsecretária de Política para as Mulheres do Paraná. "Mesmo quando se elegem, as mulheres geralmente são marginalizadas em comissões de menos prestígio", diz Leslie Schwindt-Bayer, professora do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Missouri e autora do recém-lançado Political power and women's representation in Latin America (Poder político e representação feminina na América Latina, Oxford University Press).
A deputada Iriny Lopes (PT-ES), uma das 45 mulheres entre os 513 deputados da próxima legislatura, diz que é mais difícil para as mulheres fazer campanha porque as empresas costumam doar menos dinheiro para candidaturas femininas. Outra dificuldade é lidar com o ambiente predominantemente masculino do Congresso. "Certa vez, uma colega parlamentar teve uma crise epilética no plenário. Ouvi um deputado dizer: 'É um chilique!'." A presença de uma mulher era tão incomum na política que, quando a senadora Serys Slhessarenko (PT) elegeu-se deputada estadual, em 1990, o prédio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso não tinha nem banheiro feminino.
No outro extremo, alguns políticos tratam seus pares do sexo feminino como seres frágeis. Foi com uma rosa vermelha que o presidente Lula presenteou Dilma Rousseff após uma entrevista da candidata ao Jornal Nacional. "Eu esperava, pelo fato de você ser mulher e candidata, que o entrevistador tivesse um pouco mais de gentileza", afirmou Lula em um comício em Belo Horizonte. Talvez Dilma não esperasse nem quisesse um tratamento diferente do dispensado aos outros candidatos. No Plenarinho de crianças na Câmara, uma menina de 10 anos, Bárbara Gabriele Hermógenes Castanho, ocupou a Mesa Diretora da Câmara - posto a que nenhuma mulher chegou entre os adultos. Ela não pensa em ser política quando crescer. "Quero ser atriz." Mas, se ela mudar de ideia, como disse Dilma Rousseff em seu discurso da vitória: sim, as mulheres podem.
Os obstáculos
Cinco barreiras que dificultam a ascensão das mulheres na política
1 - Há poucos modelos de mulheres bem-sucedidas
"Se as mulheres não veem outras ocuparem posições de poder, têm menos probabilidade do que os homens de considerar seguir a carreira na política", diz Karen Kampwirth, professora de ciência política do Knox College, em Illinois. Daí a importância simbólica da vitória de Dilma Rousseff
2 - Mulheres no poder são muito fortes ou muito fracas
Se uma mulher chora, é fraca; se é firme, é mandona. Para Ilene Lang, presidente da organização feminista Catalyst, exige-se das mulheres um comportamento ideal que não é cobrado dos homens. "Ou elas são muito fracas ou muito duronas. Parece que nunca estão certas"
3 - Simpatia e competência são incompatíveis?
Segundo Ilene, uma das principais barreiras para a ascensão das mulheres é a percepção de que, para ser competente na liderança, uma mulher não pode ser amada. É provável que essa seja a explicação para "damas de ferro", como as ex-primeiras-ministras Margaret Thatcher, do Reino Unido, e Golda Meir, de Israel, na política mundial
4 - A máquina dos partidos é controlada por homens
Embora exista desde 1997 a Lei do Batom, que estabelece uma cota de 30% de candidaturas femininas à Câmara, nas últimas eleições só 22% dos candidatos eram mulheres. "A estrutura político-partidária continua sendo muito restrita, com escasso acesso das mulheres", diz Lourdes Bandeira, professora de sociologia da UnB
5 - Mulheres são avaliadas com maior rigor
Estudos em empresas revelam que as mulheres precisam mostrar resultados melhores, por mais tempo e com mais frequência do que os homens para subir. Na política, esse rigor se traduz em críticas que não são feitas aos homens. Se Dilma fosse um homem, haveria a mesma ênfase na falta de mérito pessoal e biografia do presidente eleito?
 

Valeu à pena sermos "desaforadas"!

Iáris Ramalho Cortês
Em março de 2005 o Editorial do Jornal Fêmea, escrito por mim, estava cheio de revolta diante do conselho que o presidente Lula deu a nós mulheres, no dia Internacional da Mulher, para que não fossemos "desaforadas" e não começássemos a "pensar na Presidência da República".
Na matéria fiz uma retrospectiva dos nossos "desaforos" e encontrei a resposta na nossa luta para conseguir votar e ser votada, para entrarmos no mercado de trabalho, para termos 120 dias de licença maternidade, para deixarmos de ser "colaboradoras" e "com-sorte" do marido, pala lutar pelas cotas de mulheres na política e muitas outras reivindicações.
Apontei o porquê de precisarmos continuar sendo "desaforadas" para conseguirmos ganhar o mesmo salário dos homens para um mesmo tipo de trabalho, para deixar de sermos violentadas, assediadas, maltratadas, estupradas. Que precisamos continuar a ser "desaforada" para que a sociedade entenda que nossos corpos nos pertencem, que nossos úteros são parte de nós, que nós é que temos que decidir se e quando termos nossos filhos.
Cinco anos se passaram e o conselho do Presidente parece ter fermentado o íntimo das mulheres brasileiras e uma delas se colocou para enfrentar, com "desaforo" a feroz batalha contra magos da política nacional.
É verdade que aquele que há cinco anos pediu para que a mulher brasileira "não fosse desaforada para pensar na Presidência da República", como que, medindo e pesando aquelas palavras, agora resolveu se redimir e apostar em uma mulher e apostou com todas as forças de seu poder presidencial.
Temos uma mulher eleita para Presidenta da República Federativa do Brasil e, como mulher que sonhava ver outra mulher na presidência, me dou o direito de dizer o que penso para não vê-la decepcionando as mulheres, pois afinal, também sou "desaforada". E pergunto:
E agora Maria?
Escutei atentamente seu pronunciamento de vitória. Você nunca se intitulou "feminista", mas, pelo seu histórico de vida sei que é uma guerreira e toda guerreira tem um pouco de feminismo, mesmo sem saber. Gostei do que falou das mulheres (aconselho um pequeno estagio na SPM para conhecer mais as diversidades de mulheres brasileiras – a brasileira não é a mulher e sim as mulheres).
Você vai ter que ser muito "desaforada" para enfrentar o que lhe espera. Vai precisar ser "desaforada" quando for escolher sua equipe (os gorgulhos do Poder estão de olhos nos cargos) que, esperamos, tenha um razoável numero de mulheres.
Vai ter que ser mais "desaforada" ainda, quando tiver que limpar a Corte Palaciana dos corruptos, fichas sujas, aproveitadores etc.
E quando tiver que decidir sobre o orçamento público aí sim seu "desaforo" deve ser implacável do contrário não erradicará a miséria.
O desenvolvimento econômico jamais deverá sobrepujar o desenvolvimento humano e para isto você vai ter que ser, mais uma vez "desaforada".
E como você vai fazer para separar a religião da política sem ter que ser "desaforada" com os fundamentalistas de plantão?
Há cinco anos disse que além de "desaforadas" precisávamos ser mais apressadas para conseguirmos uma igualdade democrática, uma melhor distribuição das riquezas, maiores oportunidade de trabalho para homens e mulheres, repartição das tarefas domésticas para o cuidado com crianças, familiares idosos, pessoas com deficiência e doentes; políticas públicas realmente implementadas, com equipamentos sociais como creches, lavanderias e refeitórios públicos.
Muito disso só será concretizado se a educação do país incluir estas questões, sem discriminações, sem tabus, sem covardia, desde o ensino fundamental. É outro "desaforo" que terá que enfrentar.
Enfim, desejo que seja "desaforada" e "atrevida", só assim marcará este país com sua passagem.
E, como há cinco anos, trago a mesma frase de Fernando Pessoa: "Tudo parece ousado para quem nada se atreve".
Iáris Ramalho Cortês – sócia do CFEMEA
Brasília, 01 de novembro de 2010
Fonte : Universidade Livre Feminista

Vídeo - Pode a Etica e a Cidadania ser ensinadas?




Fonte: IPTV USP

 "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." - Martin Luther King

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Baixe o Livro Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul

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Fonte: Mulheres em Movimento mudam o mundo

Viva as Mulheres!


 Viva as mulheres que trabalham, se afirmam todos os dias e não têm medo de nada, nem do escuro, nem da sombra.
Viva as mulheres que nos tanques da vida lavam a roupa suja da opressão, da desigualdade e da injustiça.
Viva as mulheres que lutam pela igualdade, pelos mesmos direitos que o homem, mesmo salário e mesmas oportunidades.
Viva as mulheres guerreiras que se aventuram nos espaços mais inusitados e mostram sua capacidade com ternura e firmeza.
Viva as mulheres que se doam, não dormem por seus filhos que estão fora de casa ou no hospital, que crêem no amor e o vivem diariamente.
Viva as mulheres corajosas que enfrentam as turbulências da vida, às vezes a violência, e não se dobram, nem se curvam.
Viva as mulheres plantadoras da paz e do milho, dos frutos da humildade e da consciência cidadã. Viva as mulheres que são belas e sorridentes, cantam e encantam, mexem com os corações e a alma.
Viva as mulheres com as mãos cheias de calos e feridas pelos tombos e quedas e que não se vergam ao cansaço e às tempestades.
Viva as mulheres, e sua incansável contribuição para o futuro de um outro mundo possível.
Viva as mulheres parteiras da liberdade, da democracia e da vida.
Viva as mulheres que anunciam o novo, e o regam e o cercam de flores e perfumes.
Viva as mulheres amantes, amigas, irmãs, mães, avós que não se entregam nunca ou se entregam totalmente.
Viva as mulheres e seu olhar de fogo e luz.
Viva as mulheres agricultoras e as que trabalham nas fábricas e nos lares, nas escolas e nas creches, nos hospitais e nos ônibus, nos campos de futebol e nas universidades, nos açudes e nos palácios, nas prisões e nas igrejas, na roça e na metrópole.
Viva as mulheres que choram e riem e deixam suas lágrimas rolar livremente.
Viva as mulheres que põem a semente na terra e no ventre e a conduzem à juventude e à maturidade.
Viva as mulheres guerrilheiras da esperança, da luta incansável por tempos de solidariedade e pelo alegre convívio dos diferentes.
Viva as mulheres donas do pedaço e do nariz.
Viva as mulheres governantes que cuidam de todos e todas, manhã, tarde e noite com dedicação e felicidade.
Viva as mulheres companheiras de todos os dias e todas as horas, na dor e na alegria, no sofrimento e na vitória.
Viva as mulheres cuidadoras do amanhã e suas incertezas, do que virá e suas belezas.
Viva as mulheres sonhadoras de uma utopia onde todos e todas são iguais, onde o amor seja o centro da vida e o construir junto forme a comunidade de irmãos e irmãs.
Viva as mulheres fazendo história.
Dilma Roussef, no seu primeiro discurso como presidenta eleita, disse: ‘...é uma demonstração do avanço democrático do nosso país, porque pela primeira vez uma mulher presidirá o país. Já registro, portanto, o meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras para que esse fato até hoje inédito se transforme num evento natural e que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis e nas entidades representativas de toda a nossa sociedade. A igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia. Eu gostaria muito que os pais e as mães das meninas pudessem olhar hoje nos olhos delas e dizer: ‘Sim, a mulher pode’.

Selvino Heck -  Assessor Especial do Presidente da República do Brasil. Da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política