segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pesquisa mostra que 25% das mulheres sofreram violência no parto

27/2/2011 10:05,  Por Redação, com ABr - de São Paulo
Grávida
A gravidez é desrespeitada na hora em que a mulher mais precisa de atenção


Uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo revelou que 25% das mulheres que tiveram filhos de parto natural na rede pública ou privada de saúde sofreram algum tipo de violência no atendimento ao parto. Dessas, 74% ouviram a ofensas na rede pública e 17% em hospitais particulares. Outras 8%, nos dois locais.
Os dados são da pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privados, feita em agosto do ano passado. No capítulo Violência Institucional no Parto, a pesquisa mostra que, entre as entrevistadas, 68% tiveram o parto na rede pública, 16% na privada e 8% recorreram às duas redes hospitalares em ocasiões distintas.
A pesquisa indicou ainda que 23% das entrevistadas ouviram algum tipo de despropósito durante o momento do parto. Entre as frases mais ouvidas, estão “não chora que, no ano que vem, você está aqui de novo” (15%); seguida de “na de hora de fazer não chorou nem chamou a mamãe, por que está fazendo [isso] agora?” (14%); “se gritar, eu paro agora o que estou fazendo, não vou te atender” (6%); e “se gritar vai fazer mal para o seu neném, seu neném vai nascer surdo” (5%).
Também foi constatado que 10% das mulheres sentiram dor ao fazer o exame de toque durante o trabalho de parto, 10% tiveram negado o pedido de algum tipo de alívio para a dor e 9% responderam que foram ofendidas com gritos do atendente. E ainda 9% das mulheres não foram informadas sobre qual o procedimento o atendente estava fazendo, 8% reclamaram que o atendente se negou a atendê-las e 7% foram humilhadas ou xingadas.

Fonte: Correio do Brasil

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Jovens são vítimas de violência sexual nos relacionamentos

Jovens são vítimas de violência sexual nos relacionamentos

Pesquisa coordenada pelo Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP/Fiocruz), junto com a Fiocruz Pernambuco, revelou que agressões entre casais começam ainda na fase do namoro. O estudo teve como alvo investigar a prevalência e as formas de violência entre estudantes de escolas da rede pública de Recife, mostrando que 67,3% dos casais admitiram já ter ocorrido violência sexual por parte de ambos os parceiros. A publicação foi destaque na edição de 13 de fevereiro do jornal O Globo. Confira a íntegra da matéria abaixo.



O Globo
Jovens têm rotina de agressões nos namoros
13 de fevereiro de 2011
Marcelo Remígio


Agressão virou sinônimo de domínio nas relações amorosas de jovens do Recife. Para marcar território, casais com idades entre 15 e 19 anos recorrem à violência como forma de controle de parceiros e parceiras. Em muitos relacionamentos, a violência sexual faz parte do namoro e, na maioria dos casos, a vítima também passa a exercer o papel de agressora. Levantamento realizado pela Fiocruz Pernambuco e pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, com 290 estudantes de 11 escolas da rede pública da capital mostra que 67,3% dos casais admitiram já ter ocorrido violência sexual por parte de ambos os parceiros.

O estudo mostra ainda que em 23,7% dos namoros a violência sexual é praticada somente pelos rapazes e em 9% pelas moças. Considerada como um ato de grau grave, a relação sexual forçada sob ameaça - de agressão física, de chantagem e até da colocação de fotos íntimas em sites de relacionamento na internet - é mais comum quando o agressor é um adolescentes do sexo masculino: 73,7%, contra 15,98% do feminino.

Para pesquisador, há uma crise de valores

De acordo com o pesquisador da Fiocruz e biomédico Eduardo Bezerra, o comportamento identificado nos jovens levará à formação de adultos cada vez mais agressivos, ao aumento da criminalidade e à concretização da banalização da violência. Bezerra ressalta que jovens que sofreram alguma ação de violência no local onde vivem, como assaltos ou brigas, têm o dobro de chances de as agressões influenciarem em suas relações.

- São adolescentes que enfrentam cada vez mais cedo a violência em diversos graus. Os jovens começam a achar isso tudo muito normal. Acreditam que, para ter domínio da relação e do companheiro, é preciso usar de violência. Esse comportamento também oferece respaldo para a permanência em seus grupos sociais. Controlar a namorada ou o namorado pode ainda representar independência para quem tem 12 ou 13 anos. Enfrentamos uma crise de valores - explica Bezerra, que promoveu a pesquisa.

A análise do comportamento dos jovens também possibilitou identificar o risco de as agressões se repetirem, criando uma rotina de violência. Quem perdeu o controle e bateu no companheiro tem 2,5 vezes mais chances de partir para a briga novamente. Quem mantém relações sexuais com seus parceiros aumenta em três vezes o risco de ser vítima de violência ou se transformar em agressor. A probabilidade de problemas no relacionamento também é alta quando o casal não tem religião.

- Até então, os controles religioso e moral nas relações afetivas eram maiores. Agredir era um ato fora do normal. Atualmente, o controle é menos intenso. O curioso é que existia a figura do agressor e da vítima. Hoje, elas se misturam, com os namorados desempenhando os dois papéis. Alguns jovens acreditam que quando uma menina é paquerada por um outro rapaz e seu namorado não reage de forma violenta batendo nela, por exemplo, ele estaria concordando com a situação. Acontece até quando, usando a linguagem deles, ela não "dá mole" - diz Bezerra.

Violência começa com beijo forçado e vai aumentando

Para o pesquisador, hoje a violência demonstrada pelos jovens começa com um ato de grau leve, como um beijo forçado, e vai aumentando gradativamente podendo chegar a estupros e brigas com agressões físicas e verbais. Segundo Bezerra, os jovens vão "testando os limites da violência" em suas relações.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mulheres são maioria entre jovens fora da escola e do mercado de trabalho

Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília
 
Parte da população de 18 a 24 anos do país faz parte de um grupo que nem estuda nem trabalha. São cerca de 3,4 milhões de jovens que representam 15% dessa faixa etária. Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostra que as mulheres são mais afetadas por esse problema, muitas vezes em função da maternidade e do casamento.
Do total de jovens fora da escola e do mercado de trabalho, 1,2 milhão concluiu o ensino médio, mas não seguiu para o ensino superior e não está empregado. A proporção de jovens nessa situação aumentou de 2001 a 2008, segundo o Inep, e quase 75% são mulheres. Uma em cada quatro jovens nessa situação tinha filhos e quase metade delas (43,5%) era casada em 2008.
Para Roberto Gonzales, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo reflete que a desigualdade de gênero ainda persiste não apenas na diferença salarial, mas no próprio acesso ao mercado de trabalho. “Isso tem muito a ver com a divisão do trabalho familiar, seja doméstico ou de cuidados com o filho. É uma distribuição muito desigual e atinge em especial as mulheres, por isso você tem tantas meninas fora do mercado e da escola”, diz.
Entre as mulheres de 18 a 24 anos que estão na escola e/ou no mercado de trabalho, o percentual daquelas que têm filhos é cinco vezes menor. Segundo o estudo, os dados comprovam que “existe forte correlação entre casamento/ maternidade e a saída, mesmo temporária, da escola e do mercado de trabalho observada para as mulheres”.
Uma vez que o processo de escolarização foi quebrado, o retorno aos estudos é bem mais difícil. Para Gonzales, esse afastamento do jovem do mercado de trabalho ou dos estudos pode não ser apenas uma situação “temporária”, como sugere o estudo. Um dos fatos que corroboram essa teoria é a queda da matrícula entre 2009 e 2010 nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), segundo dados do último censo escolar.
“A baixa escolaridade não é uma barreira absoluta ao mercado de trabalho, mas é um problema porque há a possibilidade de criar-se um círculo vicioso. A mulher não terá acesso a bons empregos que dariam experiência profissional e poderiam melhorar sua inserção no futuro”, alerta.
Gonzales afirma ainda que as políticas públicas precisam ser mais flexíveis e acompanhar os “novos arranjos” da sociedade para garantir mais apoio a esse grupo de jovens mães. “As pessoas costumam ter uma ideia mais tradicional de educação em que os pais provêm o sustento para que o filho termine a escolaridade, depois ele segue para o ensino superior e entra no mercado de trabalho. E, na realidade, esses eventos não acontecem necessariamente nessa ordem. Assim como temos muitos jovens casais, também temos famílias monoparentais chefiadas por mulheres com filho e isso, muitas vezes, abre espaço para outras trajetórias de vida”, explica.
Uma das estratégias básicas para garantir que a jovem consiga prosseguir com seus estudos ou ingressar no mercado é a ampliação da oferta em creche. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos têm acesso a esse serviço no país. “Essa é uma das principais barreiras alegadas pelas mulheres inativas”, indica Gonzalez.

Fonte UOL Educação
 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mulher chefia apenas 5% das grandes empresas no Brasil

No Brasil, onde uma mulher acaba de assumir a Presidência da República, apenas 5 das 100 maiores companhias em receita com vendas têm mulheres na presidência, informa reportagem de Carolina Matos para a Folha

O levantamento foi feito pela Folha a partir do ranking "Melhores & Maiores" da revista "Exame" (veja quadro). O número é baixo, mas o cenário era ainda menos favorável às mulheres em 2009, quando não havia nenhuma presidente nas cem maiores companhias.
Hoje, incluindo as empresas "médias-grandes", com faturamento anual bruto entre R$ 90 milhões e R$ 300 milhões, por critérios do BNDES, a situação é similar à dos maiores grupos.
Nos EUA, a ocupação dos cargos é menos desigual nos níveis até diretoria, mas a presença feminina na presidência das grandes corporações segue baixa: 3%, de acordo com o Conselho das Mulheres Líderes Mundiais.

 Fonte. Folha.com