domingo, 28 de dezembro de 2008

ONU apóia a não discriminação por orientação sexual


Na quinta-feira passada (18\12), 66 países representados na Assembléia Geral das Nacões Unidas apoiaram uma declaração que garante a proteção dos direitos humanos em que se inclui a orientação sexual e identidade de gênero. É a primeira vez que a Assembléia Geral condena os abusos contra os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgênero, reafirmando "o principio de não discriminação", que exige que os direitos humanos devam se aplicar por igual a todos os seres humanos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

No texto lido no plenário da ONU pelo embaixador da Argentina, Jorge Argüello, os países signatários manifestaram que estão "profundamente preocupados pelas violações dos direitos humanos e a falta de liberdades fundamentais que as pessoas carecem por razões de orientação sexual ou identidade de gênero".

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Lesão por HPV aparece em 24% das jovens no 1º ano de vida sexual


Um estudo realizado no Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, com 403 garotas mostrou que, um ano após o início da vida sexual, quase uma em cada quatro delas já apresenta lesões causadas por HPV. Em cinco anos de vida sexual, 36,5% apresentam o problema. O câncer de colo de útero, decorrente das lesões, é o terceiro mais comum em mulheres, depois do de pele e do de mama.

A pesquisa foi feita pela ginecologista Denise Monteiro, com jovens de 11 a 19 anos atendidas entre 1993 e 2006 pelo Ambulatório de Ginecologia para Adolescentes do Hospital de Jacarepaguá (RJ). As pacientes não tinham lesões cervicais no início do estudo e haviam tido a primeira relação sexual havia menos de um ano.
Os dados mostraram que, no primeiro ano de atividade sexual, 97 delas (24,1%) apresentaram lesões no colo do útero. Ao longo do estudo, 147 desenvolveram o problema.

A primeira alteração geralmente era de baixa gravidade. Em 113 pacientes, foram encontradas lesões intraepiteliais de baixo grau. Em 12 jovens, foram detectadas lesões de alto grau. Ambas lesões são precursoras de câncer cervical, mas as de alto grau têm um maior potencial oncogênico.
Nas outras 22 jovens, o exame mostrou "alteração escamosa de significado não identificado". "O exame detectou alguma anormalidade, mas não pôde definir se era lesão de baixa gravidade ou outra coisa, como inflamação", diz Monteiro.

Um dado, porém, inquietou a pesquisadora. Mesmo com exames periódicos, parte das lesões já eram de alto grau na primeira vez em que foram detectadas. "Na história natural da lesão, ela começa como de baixo grau e, com os anos, evolui. Mas não é isso que temos observado. Em muitos casos, o vírus é tão oncogênico que a lesão já surge como de alto grau. Encontramos meninas com três meses de atividade sexual que já tinham lesão de alto grau", afirma Monteiro.

Leia reportagem completa http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u483926.shtml

análise sobre gênero, diversidade sexual e família nos livros didáticos


O que muda e o que permanece
Uma análise sobre gênero, diversidade sexual e família nos livros didáticos
Cláudia Vianna e Lula Ramires

A idéia de família tem uma constância na escola, ambas são vistas como lugares importantes para o processo de socialização. E essa socialização não é neutra; transmite, produz e reproduz modelos de comportamento, sensibilidade e racionalidade próprios da cultura. Corpos masculinos e femininos são construções sociais e históricas, e as instituições sociais - família, escola etc. - atuam nesse processo educativo. Os conteúdos utilizados pela educação formal estão repletos de significados de gênero, denunciando, e muitas vezes justificando, desigualdades, ora por meio do preconceito, ora valendo-se do silêncio. O conceito de gênero pode permitir que percebamos o caráter sociológico da construção dos conteúdos veiculados pela educação escolar. Para tal, procuramos sair de explicações fundamentadas exclusivamente sobre as diferenças físicas e biológicas, afirmando a natureza social, histórica e política que a socialização de gênero inevitavelmente apresenta.

O uso da categoria gênero pode então ser visto como uma primeira maneira de dar significado às relações de poder. Pode ser entendido como um caminho para compreender as complexas conexões entre várias formas de interação humana, abrangendo outros aspectos da organização sócio-histórica, como os saberes produzidos sobre a sexua­lidade e sobre a noção de família, também esta carregada de sentidos que remetem às relações de gênero. É evidente seu peso na educação, nas imagens e conteúdos veiculados nos livros didáticos e nas expectativas de professoras e professores em relação a seu papel quanto ao desempenho escolar. Se a família se mostra ausente, negligente ou omissa, é acusada pela escola de ser a culpada pelo rendimento insatisfatório dos filhos.

Cláudia Vianna é professora nos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da USP, pesquisadora e líder do grupo de Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual (EdGES), juntamente com Marília Carvalho, e autora de Os nós do nó: crise e perspectivas da ação coletiva docente em São Paulo (Xamã, 1999), entre outros livros e artigos

Lula Ramires é mestre em Educação pela Faculdade de Educação da USP e coordenador-geral do Corsa - Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor, entidade de defesa da cidadania GLBT

Leia reportagem completa http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12589

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Preservativo feminino urgente


Campanha: Prevenção agora!

Nesse primeiro de dezembro, Dia Mundial da Aids, foi lançada a campanha mundial Prevenção agora!, apoiada por mais de 200 organizações em 45 países, que trabalham com a prevenção do HIV/ Aids e da gravidez indesejada. A campanha está dirigida a governos e agências de cooperação internacional, para demandar financiamento e incremento do acesso aos métodos de prevenção, tanto para homens como para mulheres. Mas o foco principal é a falta de acesso a métodos que sejam usados por iniciativa e sob o controle das mulheres, mais especificamente o preservativo feminino, que ainda é visto com preconceito e alvo de resistências.

A página da campanha, em inglês, traz uma declaração do Diretor Executivo da UNAIDS, Peter Piot, que traduzindo para o português diz:

“Tornar o preservativo feminino mais accessível é um passo importante para ampliar o arsenal de alternativas de prevenção para as mulheres. O preservativo feminino… é especialmente importante em culturas e situações nas quais as mulheres têm um controle limitado sobre as decisões sexuais”.

Vantagens do método não têm bastado para maior disseminação

O preservativo feminino é o único método que dá às mulheres condição de controlar a prevenção, seja da transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, como da gravidez não desejada, o que lhe confere um papel importante também na prevenção de abortos inseguros. Apesar dessa característica, o método ainda não está disponível em muitos lugares nos Estados Unidos e, principalmente, nas comunidades e países mais carentes, com menor acesso a informação e serviços. Faltam recursos para sua disseminação e promoção.

O manifesto da campanha, que pode ser lido na versão em espanhol clicando aqui, menciona resultados de estudos feitos em Madagascar, Quênia, Índia e Brasil, apontando efeitos positivos com a promoção e uso do preservativo feminino. Mas em em 2007, no mundo inteiro, apenas 27 milhões de unidades foram disponibilizadas para uso, o que equivale a cerca de uma unidade por ano, para cada 100 mulheres entre 15 e 49 anos. O dado da UNAIDS, para o mesmo ano, é de que a metade dos 33.2 milhões de pessoas vivendo com HIV e aids era do sexo feminino, ao passo que no início da epidemia os homens eram a grande maioria das pessoas atingidas pelo vírus. Os números na América Latina mostram que as mulheres representam um em cada três casos de adultos vivendo com HIV ou Aids. Nos Estados Unidos, as mulheres latino-americanas representam 16% de todas as novas infecções por HIV, quatro vezes a incidência das mulheres brancas e das não-latinas no país.

O HIV/ Aids vem, portanto, se convertendo rapidamente em uma “pandemia feminina de nível mundial”, o que torna um contra-senso a diminuta importância do uso do preservativo feminino. A situação requer uma resposta específica, e acesso a um leque de métodos de prevenção eficazes e accessíveis. É o caso do preservativo feminino que, acompanhado de uma educação efetiva sobre seu uso, tem comprovada influência na diminuição do número de pessoas infectadas. Entre as barreiras que se interpõem à disponibilização do método, está a falta de vontade política para tal investimento, dado o alto custo do produto, comparativamente ao do preservativo masculino.

Sobre este ponto o manifesto argumenta que o crescimento da compra, pelos governos da América Latina, contribuiria para uma redução de dois terços do custo atual do método, tornando a alternativa mais viável financeiramente. Por outro lado, recentes análises de custo mostram que o maior acesso pode levar a importante economia de gastos em saúde, se comparado o custo de uso do método com o custo potencial com a infecção pelo HIV. É de 97% o potencial que o preservativo feminino tem de redução da probabilidade de transmissão das infecções sexualmente transmissíveis por relação sexual, sendo tão eficaz quanto a camisinha.

Política brasileira é elogiada no manifesto, mas também enfrenta limitações

O governo brasileiro recebe aplausos no texto do manifesto da campanha Prevenção agora!, pelo esforço de expandir a distribuição dos preservativos femininos através de seus programas de saúde.

Segundo informação do DAPES/ Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde, a demanda do preservativo feminino é crescente no país, e o Ministério da Saúde quer chegar a 1 bilhão de unidades disponibilizadas até 2011. Mas para isto depende de um aumento da oferta do produto para importação, por parte dos fabricantes.

Por outro lado, em debate virtual que aconteceu no âmbito da Rede Feminista de Saúde, Marta Giane, da Regional Pará, fez a crítica de que “a campanha nacional do carnaval de 2008 só divulgou e disponibilizou a camisinha masculina”. Concordando que “a camisinha feminina é mais um passo para nossa autonomia sexual”, Marta Giane contribuiu para o debate com o depoimento de uma profissional da Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais da Secretaria de Saúde do Pará, onde cotidianamente se apresenta, divulga e se defende o uso do preservativo feminino:

“A mulherada manifesta interesse. Mas a grande maioria das/dos profissionais nos serviços de saúde tem dificuldade em abordar tal assunto… nossas camisinhas ficam encalhadas nos almoxarifados por falta de divulgação e acesso facilitado, e também por outras razões de cunho moral/ pessoal no que tange à sexualidade feminina”.

Este depoimento evidencia que, para além da dificuldade na oferta do método, o governo terá que enfrentar também o preconceito e despreparo de profissionais que estão na ponta, atendendo as mulheres.

Versão mais barata só depende da aprovação do FDA

No dia 11 de dezembro, um comitê da Food and Drug Administration (instituição norte-americana responsável pela liberação de medicamentos e alimentos para distribuição) decidirá se o órgão vai ou não recomendar um novo tipo de preservativo feminino, o FC2. O método já foi aprovado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Fundo de População para as Nações Unidas, para distribuição por organizações que trabalham com HIV/Aids e planejamento familiar.

O novo modelo é fabricado com um látex mais barato do que o poliuretano, usado no FC1, reduzindo assim o custo de produção e permitindo aumentar a distribuição. Ambos são produtos desenvolvidos pela Female Health Company.

Essas informações foram divulgadas pela AIDS Foundation of Chicago, Center for Health and Gender Equity (CHANGE), National Women’s Health Network, organizações que, junto com a campanha Prevenção Agora!, lideraram a coleta de assinaturas a uma carta de apoio para que os membros do Comitê Consultivo sobre Produtos de Ginecologia e Obstetrícia do FDA, que julgará o FC2, delibere favoravelmente ao novo modelo, que está pronto para entrar no Mercado.

Angela Freitas/ Instituto Patrícia Galvão

Anticoncepcionais podem reduzir libido; mudar pílula soluciona problema



As combinações de hormônios existentes nas pílulas anticoncepcionais causam reações que vão além do simples impedimento da gravidez. Na lista dos possíveis efeitos colaterais graves existentes, como trombose ou enxaqueca, uma reação acaba passando despercebida: a redução da libido feminina.

Desconhecida por muitas mulheres que tomam o medicamento, a alteração que a pílula pode causar no desejo sexual feminino está inclusive na bula dos remédios e costuma ser abordada pelos médicos apenas quando eles são questionados pela paciente sobre o assunto. Isso porque, de acordo com ginecologistas ouvidos pelo "Agora", o desejo sexual é complexo e não envolve apenas o uso do medicamento, mas sim questões como estresse, cultura ou falta de atração pelo parceiro.

O ginecologista Claudio Bonduki, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que a pílula pode causar diminuição da vontade de fazer sexo por causa dos hormônios sintéticos (feitos em laboratório) utilizados nas pílulas. No entanto, nenhuma mulher deve ficar preocupada com a possível reação, uma vez que, segundo Bonduki, a simples troca de fórmula do contraceptivo reverte a situação se for apenas esse o motivo do problema.

As pílulas são compostas por dois hormônios, a progesterona e o estrogênio. O tipo de estrogênio, o etinilestradiol, é o mesmo em todas os anticoncepcionais. Segundo o ginecologista Rodolfo Strufaldi, professor da Faculdade de Medicina do ABC, o estrogênio aumenta a quantidade de uma proteína no fígado que, por sua vez, diminui a dose no sangue de testosterona, hormônio responsável pelo desejo sexual. Com isso, a conseqüência é a diminuição do desejo sexual.

As mulheres, no entanto, têm também uma boa notícia: da mesma forma que algumas pílulas podem diminuir a libido, outras podem aumentar a vontade de fazer sexo. De acordo com Strufaldi, uma "boa" progesterona tem a capacidade de melhorar o nível da testosterona na mulher.

Para provar, ele desenvolveu um estudo com 98 mulheres que usaram pílula por seis meses. Elas tomaram fórmulas diferentes apresentaram melhora de 5% a 7,5% no desejo sexual. A satisfação sexual melhorou cerca de 6% para os grupos analisados.

Strufaldi alerta, porém, que não há uma pílula universal. "A progesterona é seletiva. Há um tipo melhor para a pele, outro para a mama. Não há uma perfeita", disse. Pelo mesmo motivo, certas fórmulas funcionam bem no organismo de algumas mulheres e mal no de outras.

Alternativa

Foi por desconfiar que a pílula anticoncepcional que tomava há mais de quatro anos tinha alguma influência na redução do desejo sexual que vinha sentindo há algum tempo que a secretária Cristina (nome fictício), 28 anos, procurou um médico no meio deste ano.

"Tem de perguntar se não eles não falam nada", disse Cristina, que obteve do médico a resposta que precisava ouvir: sim, o uso do medicamento poderia interferir em sua vontade de fazer sexo.

Após a consulta ao ginecologista, a secretária mudou de fórmula e disse ter percebido uma melhora na relação sexual. "A gente conhece o nosso corpo", afirmou. Ela reconhece, no entanto, que outros fatores emocionais também podem ter interferido na questão. No caso dela, Cristina acredita que uma viagem ao exterior feita recentemente possa ter influenciado o lado sexual, pelo impacto psicológico de ter ficado um tempo fora do país. De acordo com a secretária, até o ciclo menstrual ficou mais regulado após a troca da fórmula.

Ausência de sintomas é comum em infecções por HPV


ADRIANA ALVES
da Revista da Hora

Se você notar que há verrugas nos seus órgãos genitais, fique atenta e procure um ginecologista. O surgimento de lesões é o principal sintoma de infecções causadas por HPV (papiloma vírus humano). Também podem estar relacionados ao vírus manchas ou caroços, coceira, corrimento e dor ou sangramento durante a relação sexual.

O vírus é transmitido quase que exclusivamente por meio das relações sexuais e pode causar lesões na vagina, na vulva, no colo do útero, no pênis e no ânus. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), do Ministério da Saúde, também existem estudos que demonstram a presença rara do vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago.

Embora os homens também possam ser atingidos pelo HPV, as mulheres são as principais vítimas. O vírus é a causa do câncer de colo do útero, o segundo mais freqüente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama.

Segundo dados do Inca de 2005, os últimos disponíveis, 4.506 mulheres morreram por câncer de colo do útero naquele ano. "Mas ter HPV não é motivo para pânico", conforta o ginecologista e obstetra Sérgio Mancini Nicolau, professor e chefe da disciplina de oncologia ginecológica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Segundo ele, a minoria das mulheres com o vírus desenvolve câncer de colo do útero. "O câncer do colo uterino é um desfecho raro dentro do número de mulheres infectadas pelo vírus", afirma o médico.

Além disso, se diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer de colo do útero são de até 100%, de acordo com o Inca. Ainda conforme o instituto, na maioria dos casos, as infecções por HPV costumam transcorrer sem sintomas e regredir espontaneamente, sem necessidade de tratamento.

Cuidados para prevenir a doença

Se por um lado não há motivo para pânico, por outro não há razão para descuido. É preciso, acima de tudo, prevenir-se: use camisinha em todas as relações sexuais, procure ter parceiro sexual fixo, seja cuidadoso com a própria higiene pessoal e íntima e evite fumar e beber em excesso --esses vícios afetam o sistema de defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável ao HPV.

Também é fundamental fazer exames preventivos. O papanicolaou é o principal deles. Segundo indicação do Inca, toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve se submeter a exame preventivo periódico, especialmente se tiver entre 25 e 59 anos de idade.

Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um intervalo de um ano) apresentem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três anos.

Saiba mais sobre o HPV

O que é
O HPV (papiloma vírus humano) é um vírus transmitido por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, vulva, colo do útero, pênis e ânus. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago.

Incubado
O HPV pode infectar uma pessoa e ficar anos --até duas décadas, no caso de infecção genital-- sem se manifestar. A doença se manifesta mais em quem é imunodeprimido (como portadores de HIV e pessoas transplantadas).

Tipos
Existem mais de 100 tipos de vírus papiloma. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco, como os tipos 16, 18, 31, 33, 45 e 58, estão relacionados a tumores malignos

Sintomas
O sintoma mais comum é o surgimento de verrugas. Manchas ou caroços, coceira, corrimento e dor ou sangramento durante a relação sexual também podem estar relacionados a infecções por HPV

Mais mulheres
A doença atinge principalmente as mulheres. Nos homens, o vírus tem menor gravidade. Quando surgem sintomas, como verrugas, eles conseguem identificar mais rápido, pois o pênis é mais visível que os órgãos sexuais femininos

Câncer de colo de útero
O HPV é a causa do câncer de colo do útero. O vírus está presente em 100% dos casos deste tipo de câncer. O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que este ano serão 18.860 casos novos, em cada 100 mil mulheres

Como prevenir
- Use preservativo em todas as relações sexuais
- Seja cuidadoso com a própria higiene pessoal e íntima
- Tenha parceiro sexual fixo
- Evite fumar, beber em excesso ou usar drogas. Esses vícios afetam o sistema de defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável ao HPV

Vacinação
Recentemente foram liberadas duas vacinas para o HPV, com o objetivo de prevenir a infecção pelo vírus. No momento está em estudo no Ministério da Saúde o uso desta vacina pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Apesar das grandes expectativas e resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero.

A vacina quadrivalente é indicada para mulheres de 9 a 26 anos e a bivalente, para mulheres de 10 a 25 anos. A vacinação, porém, não dispensa o exame preventivo

Como detectar

Papanicolaou
É o principal exame preventivo. Não detecta o vírus, mas as alterações que ele provoca nas células. Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Para garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 72 horas anteriores ao exame.

Além disso, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado. Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.

Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um intervalo de um ano) apresentarem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três anos

Colposcopia
É um exame que amplia a visão da área afetada em cerca de 40 vezes. Assim, fica mais fácil identificar as alterações detectadas pelo papanicolaou

Biopsia
É a análise de um pequeno pedaço de tecido da área afetada

Captura híbrida
É um teste mais moderno e confiável. Uma técnica de biologia molecular que se baseia na detecção do DNA do HPV e é capaz de notar a presença do vírus mesmo antes que o paciente apresente algum sintoma

Tratamento
Atualmente são aplicados ácidos ou pomadas quimioterápicas para destruir as feridas
Outra opção é a cauterização elétrica ou a laser ou, ainda, a remoção do tecido afetado, por meio de cirurgia. Dependendo da gravidade da situação são combinados tratamentos diversos

Fontes: Sérgio Mancini Nicolau, ginecologista e obstetra, e Inca (Instituto Nacional de Câncer)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia Mundial contra a Aids


Adital - Noticias da America Latina e Caribe divulga:
Nesta segunda-feira (1°), diversas atividades estão sendo realizadas em vários países do mundo com o objetivo de celebrar o 20° Dia Mundial contra a Aids, cujo tema deste ano é "Liderar - Empoderar- Prover".

Porém ,alerta, não temos muito o que comemorar." No entanto, as organizações que lidam com a causa consideram que ainda há muito que fazer para que o número de doentes de estabilize. " "o diretor do Onuaids América Latina convocou os países e as comunidades a identificar de onde vêm as novas infecções e a programar as ações preventivas mais efetivas e torná-las acessíveis à população. Nuñez lembrou ainda o compromisso de alcançar o Acesso Universal à prevenção, ao tratamento e ao atendimento e cuidados em 2010, além de tentar eliminar o estigma e a discriminação das comunidades afetadas.

A Federação Cruz Vermelha também se posicionou com cautela frente aos avanços na luta contra a Aids. A entidade afirmou que ainda é cedo para se demonstrar qualquer satisfação em relação à estabilidade no número de portadores do vírus da Aids. Segundo a Cruz Vermelha, comemorar antecipadamente os avanços é mais perigoso que o HIV.

Um informe da ONU sobre a situação da Aids no mundo em 2008 revela que a doença continua sendo um problema de saúde mundial de uma magnitude sem precedentes. O HIV já chegou a provocar cerca de 25 milhões de mortes após sua descoberta há 30 anos. O vírus também provocou profundas mudanças demográficas nos países mais afetados."