domingo, 26 de janeiro de 2014

Idas e voltas da política sexual no final de 2013

Ao longo de 2013 os direitos sexuais e reprodutivos foram objetos de decisões jurídicas e políticas em vários lugares do mundo.  Em muitos casos, essas decisões e medidas podem ser interpretadas como regressivas ou mesmo perdas importantes no terreno dos direitos humanos e sexualidade. As más notícias, deve-se dizer, se multiplicaram no final do ano.  

Por exemplo, no dia 11 de dezembro, a Suprema Corte da Índia restaurou a criminalização da homossexualidade, ao anular decisão de Tribunal Superior de 2009 que revogara lei da era colonial que condenava a relação entre pessoas do mesmo sexo. O fato gerou manifestações pelo mundo e mobilizou o ativismo na busca pela reversão da decisão da Suprema Corte. O SPW acompanhou o caso e as repercussões.

Um pouco antes o Senado da Nigéria finalmente aprovou uma lei draconiana, que vem sendo debatida desde 2007, para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e também criminalizar a demonstração de afeto em público e o ativismo em torno dos direitos LGBT. Também em Uganda o Parlamento aprovou, às vésperas do Natal, o projeto de lei “contra a homossexualidade” que tramita desde 2009. A lei agora aprovada estipula, entre outras coisas, prisão de 7 anos para quem “promover a homossexualidade” e prisão perpétua para a união entre pessoas do mesmo sexo.  O SPW também esteve atento aos fatos e às repercussões.

Contudo, é fundamental sublinhar que as regressões da política sexual já não são um traço peculiar dos países do Sul global. Na França, projeto de lei, apresentado pela Ministra da Mulher e apoiado por uma parcela importante do partido socialista do presidente François Hollande, que penaliza os clientes de prostituição foi parcialmente aprovado pela Assembleia Nacional e aguarda um debate final no Senado. O projeto, que prevê que os clientes paguem uma multa, é rejeitado por cerca de 2/3 da população francesa..  Aqui, você encontra (em inglês) uma compilação de artigos reunidos pelo SPW para contextualizar e apresentar análises sobre essa iniciativa legislativa. 

O trabalho sexual também foi alvo de medidas regressivas no Brasil. Em junho de 2013, o Ministério da Saúde, sob pressão de setores religiosos conservadores que compõem a coalização do governo federal, suspendeu uma campanha de visibilidade das prostitutas no âmbito da prevenção do HIV. A medida gerou forte reação da sociedade civil, que tem criticado duramente a condução das políticas de resposta ao HIV e de promoção dos e direitos sexuais e reprodutivos no governo Dilma Rousseff. 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Programa da TV USP discute o feminismo

A TV USP acaba de produzir o PGM – Especial Feminismo, que derruba alguns mitos sobre o tema e faz repensar o machismo que ainda existe na sociedade.

O especial está dividido em três partes (links abaixo). No primeiro, em um passeio pela Rua Augusta, a escritora e blogueira Clara Averbuck mostra atitudes machistas do dia a dia que muitas vezes passam despercebidas. Em seguida, a Profª Dra. Ana Paula Cavalcanti Simioni, do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, faz um percurso pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP para explicar onde estiveram as artistas mulheres a partir do século 19 e a postura que algumas assumiram a partir do modernismo até os dias atuais. Na última parte, a atriz Bia Bouissou foi até a Avenida Paulista para cantar alguns homens e fazê-los passar pelo assédio vivido por muitas mulheres.

Além disso, o programa traz a opinião da Profª Dra Eva Alterman Blay, com mais de 50 anos de estudos sobre feminismo, e da doutoranda Djamila Ribeiro, pensadora contemporânea da posição da mulher negra e outras facetas do feminismo. Também conta com cenas curtas interpretadas pelo Coletivo 2ª Opinião, que invertem, com humor, situações pelas quais passam homens e mulheres. 

PGM – Especial Feminismo
O PGM
O PGM é um programa de reportagens da TV USP, transmitido no Canal Universitário (CNU) - 11 NET, 71 Vivo TV (ex-TVA) e 187 Vivo TV Digital. O programa também pode ser acessado pelo canal do YouTube http://www.youtube.com/TVUSPonline

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Jackson Katz: Violência contra a mulher -- é uma questão masculina

Violência doméstica e assédio sexual normalmente são chamados de "questões femininas". Mas nessa palestra audaz e forte, Jackson Katz aponta que essas questões são intrinsecamente masculinas -- e mostra como esses comportamentos violentos estão atrelados às definições de masculinidade. Uma chamado para todos nós -- homens e mulheres -- a condenar comportamentos inaceitáveis e ser líderes da mudança
Jackson Katz faz uma pergunta muito importante que fica na raiz do motivo pelo qual o abuso sexual, estupro e violência doméstica continuam a ser um problema: O que está acontecendo com os homens

Revista Americana de Geografia e Gênero


A Revista Latino-americana de Geografia e Gênero tem a missão de publicar artigos científicos relacionados à área de geografia, gênero e sexualidades que contribuam com o desenvolvimento do conhecimento teórico e metodológico deste campo de saber. Além disso, visa estimular o debate acadêmico daqueles que atuam na temática e ampliar as relações com profissionais da América Latina e outras regiões do mundo, através do alcance da mí­dia eletrônica. A revista é uma publicação semestral e é composta pelas seções de artigos, resenhas e entrevistas.