quarta-feira, 28 de março de 2012

formas de violência doméstica e familiar contra a mulher

São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. (Art. 7º da Lei nº11.340, Lei 'Maria da Penha').

Denuncie. Disque 180!
Fonte: Observa Genero

terça-feira, 27 de março de 2012

Material do curso de envelhecimento em acesso aberto

Levando-se em conta que as projeções apontam para o fato de que, em 2025, seremos a sexta população idosa no mundo, é necessário agirmos com rapidez para podermos dar conta desta mudança iminente?, diz o texto de apresentação do curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, oferecido na modalidade a distância, que acaba de ser disponibilizado para download na Biblioteca Multimídia da ENSP e no Campus Virtual em Saúde Pública (CVSP). A ação está de acordo com a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento adotada em 2011 pela Escola. A ideia é que, aos poucos, os materiais de todos os cursos da EAD/ENSP sejam disponibilizados para acesso livre.

Este curso, uma ferramenta para a necessidade de implementação da Política Nacional de Saúde do Idoso, de forma a capilarizá-la por todo o território nacional, foi desenvolvido em 15 módulos, divididos em 4 unidades intituladas Envelhecimento, velhice, sociedade e políticas; Demografia e epidemiologia do envelhecimento; Atenção à saúde da pessoa idosa; e Participação social e envelhecimento.

A Escola está trabalhando para a entrada, cada vez mais rápida, desses materiais em seu repositório institucional. A inclusão é feita dentro dos critérios da Política de Acesso Aberto que está sendo desenvolvida na Escola. Com a adoção dessas ações, a Escola está contribuindo para ampliar o acesso ao conhecimento por ela produzido, além de dar transparência aos investimentos e às ações realizadas. Dessa forma, o amplo e livre acesso aos resultados das pesquisas também colabora de forma importante para o controle social. Acesso livre significa a livre disponibilização, na internet, de literatura de caráter científico, permitindo a qualquer utilizador pesquisar, consultar, descarregar, imprimir, copiar e distribuir o texto integral de artigos e outras fontes de informação científica.

Nesse recente movimento da Escola, iniciado em 2011, a ENSP reconhece os direitos autorais, sejam eles morais ou patrimoniais, em relação ao conhecimento produzido e entende que é obrigação das instituições públicas garantir que a sociedade tenha acesso a ele. O Seminário Internacional Acesso Livre ao Conhecimento, realizado em abril do último ano, foi o marco inicial da adesão da Escola ao Movimento Internacional de Acesso Aberto ao Conhecimento. Em consonância com o movimento mundial, a Escola declara a importância da promoção do acesso universal à informação e ao conhecimento como condição essencial ao desenvolvimento sustentável das nações, à promoção da qualidade de vida das pessoas e à inovação.

Segundo a coordenadora de Comunicação Institucional da ENSP, Ana Furniel, este movimento, com aproximadamente uma década de existência, é denominado Open Educational Resources (OER) ou Recursos Educacionais Abertos (REA). Ele, apesar de ser considerado um movimento jovem, está alcançando muitas instituições. A Unesco, em evento conhecido como  The  Forum on the Impact of Open Courseware for Higher Education Institutions in Developing Countries, cunhou o termo Open Educational Resource, cuja definição, desenvolvida no ano de 2002, considera a provisão de recursos educacionais abertos, ativada por tecnologias de informação e comunicação para consulta, utilização e adaptação por uma comunidade de usuários para fins não comerciais.

Desde a sua adesão a este movimento, a ENSP vem realizando um conjunto de ações que reafirmam seu compromisso com a política de acesso aberto na instituição. A acessibilidade ao material didático produzido no âmbito de seus cursos de Educação a Distância é uma delas. Além disso, a organização e realização do Seminário Internacional de Acesso Livre ao Conhecimento; o mapeamento de suas atividades para definição de política institucional de acesso aberto; a gestão e alimentação da página eletrônica para o Movimento de Acesso Aberto na Escola; o lançamento da fan page na rede social Facebook sobre as iniciativas de acesso aberto; e o desenvolvimento de novo Repositório Institucional para acesso livre à sua produção científica também são ações previstas neste processo.
Acesse aqui todo o material didático do curso.

Fonte EAD- Fiocruz

curso a distancia de Informação e Comunicação em Saúde para o Controle Social

Até o dia 12 de abril estão abertas as inscrições para o curso livre de Informação e Comunicação em Saúde para o Controle Social, oferecido na modalidade a distância pela ENSP. Seu público-alvo são conselheiros municipais e estaduais de Saúde, integrantes do Conselho Nacional de Saúde, que sejam indicados pelos conselhos estaduais de saúde ou pelo Conselho Nacional de Saúde, inclusos no cadastro nacional de conselhos de saúde que aderiram ao Programa de Inclusão Digital. O objetivo dessa formação é contribuir para um processo intensivo e continuado de apropriação e uso das informações e comunicações relevantes para o exercício do controle social em saúde por esses profissionais. Mais de 1.500 vagas estão disponíveis, distribuídas em todos os estados do país. Confira aqui o edital.

terça-feira, 20 de março de 2012

LESBIANAS FEMINISTAS

LESBIANAS FEMINISTAS 

Identidade de Mulheres Revolucionárias
Que lutam contra o patriarcado
Corajosas, guerreiras
Que não se conformam, não desistem
Não se rendem! Preciosas!
Lesbianas Feministas
De todos os lugares
De muitas diversidades
De muitas formas de amar
Amor pela liberdade
Amor pela eqüidade
Amor por outras mulheres
Amor por poder amar!
Lesbianas Feministas
Basta de opressão!
Basta de racismo!
Basta de discriminação!
Viva a autonomia!
Viva a rebeldia!
Viva a liberdade!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ultimas na Semana Internacional da Mulher


Anápolis proíbe aborto autorizado pela Justiça

Vereadores do município goiano aprovam projeto que altera a Lei Orgânica local para impedir a retirada de fetos mesmo nos casos com previsão legal, como estupro ou risco de morte da gestante. OAB alega que norma é inconstitucional.  Veja AQUI
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência Contra a Mulher aprovou, nesta terça-feira (6), o seu plano de trabalho. De acordo com a relatora, senadora Ana Rita (PT-ES), os objetivos principais da CPI mista, definidos no plano de trabalho, são o diagnóstico das lacunas existentes nos sistemas de prestação da segurança pública e jurisdicional e de suas condições estruturais, administrativas e orçamentárias, bem como a apresentação de propostas de aperfeiçoamento das políticas de combate à violência contra mulheres. 
Leia mais Aqui
É incrível que, em pleno século XXI, ainda exista ódio sexista, latente ou escancarado  . Leia reportagem AQUI

Desigualdade de gênero prejudica economia, diz Banco Mundial

O vice-presidente do Departamento de Redução da Pobreza e Gestão Econômica do Banco Mundial, Otaviano Canuto, declarou há pouco que manter as desigualdades entre homens e mulheres, além de ser moralmente condenável, é também uma “burrice econômica”. O relatório Igualdade de Gênero e Desenvolvimento, apresentado hoje pela instituição, aponta, pela primeira vez, que desigualdades de gêneros trazem prejuízos econômicos aos países. Leia AQUI

Primeiro registro da participação feminina no Parlamento brasileiro, organizada em uma linha do tempo. A obra relaciona os discursos das parlamentares aos principais fatos da história política do país - do Estado Novo à ditadura militar, da redemocratização à Constituição de 1988 - e, também, narra o papel das mulheres no processo de construção da atual sociedade brasileira AQUI
ONU Mulheres abre a segunda etapa do edital para propostas do Fundo para a Igualdade de Gênero. O objetivo do Fundo é promover o empoderamento político e econômico das mulheres, duas áreas prioritárias do recém aprovado Plano Estratégico da agência da ONU (2012-2013). Leia mais AQUI

Há algum (pouco) tempo, um filósofo declarou que a vocação das mulheres era a prostituição. Obviamente, essa foi uma conclusão sua e não uma percepção tomada a partir de qualquer literatura ou realidade. Ele, enquanto observador e parte de uma micro-estrutura social, sentiu-se autorizado a proferir isso. Leia AQUI
8 de março não é um dia para se ficar no silêncio. A lista abaixo não é completa. Nem se pretende – afinal, nos dias de edição em tempo real, nenhuma lista é completa, correta, absoluta. Nossa ideia é somente registrar aqui a quantidade de manifestações que ocorre neste dia. Veja AQUI
Estamos as vesperas do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, das mulheres, de TODAS as mulheres. Sejam elas mães, ou não. Leia mais AQUI

primeira vez que TSE será presidida por uma mulher


AGÊNCIA ESTADO
Esta será a primeira vez, nos 67 anos de funcionamento do TSE, que a Corte será presidida por uma mulher

A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha foi eleita nesta terça-feira (6) a nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa será a primeira vez, nos 67 anos de funcionamento do TSE, que a Corte será presidida por uma mulher.
Num rápido discurso em agradecimento aos ministros que a elegeram, Cármen Lúcia fez questão de frisar que, há 80 anos, o Brasil autorizou o voto feminino. "Nós tínhamos uma população de 40 milhões de habitantes e tivemos, em 1934, quando a mulher votou pela primeira vez, 1,5 milhão de votos. Oitenta anos depois, somos quase 52% dos eleitores brasileiros, a despeito de os cargos de representação serem muito pouco exercidos por mulheres", disse.
O ministro Marco Aurélio Mello foi eleito o novo vice-presidente do TSE.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Declaração da Marcha Mundial das Mulheres Dia Internacional de Luta das Mulheres - 2012

Declaração da Marcha Mundial das Mulheres
Dia Internacional de Luta das Mulheres - 2012
 
 
Neste 8 de março, nós, as mulheres da Marcha Mundial das Mulheres, seguimos marchando, resistindo, e construindo um mundo para nós, os outros, os povos, os seres vivos e a natureza. Nossas ações continuam enfrentando embates com o paradigma mortal do capitalismo, com suas falsas soluções para as crises e com a ideologia fundamentalista conservadora.

Vivemos uma crise do sistema capitalista, racista e patriarcal que, para se sustentar, impõe brutais “medidas de austeridade” que obrigam a nós, os povos, a pagar por uma crise que não provocamos: são cortes nos orçamentos de todos os serviços sociais, diminuição de salários e de pensões, estímulo à guerras e avanço da mercantilização de todas as esferas da vida. Nós, as mulheres, pagamos o preço mais alto: somos as primeiras a ser demitidas e, além das tarefas domésticas mais habituais, somos obrigadas a assumir as funções antes cobertas pelos serviços sociais. Tais medidas carregam o peso da ideologia patriarcal, capitalista e racista e são expressão de políticas de incentivo para que voltemos ao mundo privado, ao mesmo tempo que estimulam o avanço da prostituição e da venda das mulheres, o aumento da violência contra nós, o tráfico e as migrações.

Denunciamos a contínua imposição de acordos de livre comércio, que tentam transformar os bens comuns como saúde, educação e água em mercadorias, e aprofundam um mercado de exploração da mão de obra barata nos países do Sul. Recusamos a cultura do consumo que empobrece mais as comunidades, gerando dependência e exterminando as produções locais.

Nos solidarizamos com as mulheres em luta na Europa, especialmente na Grécia mas também em Portugal, Galicia, Estado Espanhol, Itália e Macedonia, que se estão organizando para resistir à ofensiva neoliberal e retrógrada promovida pelas instituições financeiras e políticas, e seus próprios governos, a serviço dos interesses das corporações transnacionais. Nos solidarizamos também com todas as mulheres do Sul que enfrentam a fome, a pobreza, a superexploração do trabalho e a violência, mas que seguem construindo sua resistência.

Denunciamos o avanço da militarização em todo mundo como estratégia de controle dos nossos corpos, vidas, movimentos e territórios. A militarização garante o neocolonialismo, o novo saque e apropriação do capital sobre os recursos naturais e a manutenção do enriquecimento da indústria armamentista frente à crise. Constatamos com temor a ameaça de retorno do militarismo e do autoritarismo como valores na sociedade em diferentes países ao redor do mundo, como: no Oriente Médio, na Tunisia, Líbia e Egito, onde as mulheres e os povos continuam em luta contra todo tipo de ditadura fundamentalista e por uma verdadeira democracia; na Palestina onde as mulheres lutam contra o colonialismo e o sionismo; em diversos países Africanos – como em Senegal onde o governo se utiliza da força do exército por interesses eleitorais, ou no Mali onde grupos armados aterrorizam a população civil em sua luta pelo controle da região norte; em Honduras, México, Guatemala e Colômbia onde há processos de re-militarização; e em diversos países em Ásia-Oceania onde a presença das tropas militares dos Estados Unidos está sendo reforçada.

Nos solidarizamos com as mulheres e os povos em resistência e luta em todos os territórios que estão em guerra, sob controle militar e em risco de serem controlados, ou aqueles que vivem os impactos nefastos da presença militar estrangeira. Apesar disso, nós, mulheres, continuamos defendendo nosso território, corpo e terra da exploração dos exércitos regulares e irregulares, estatais e privados.

Denunciamos a estratégia coordenada dos meios de comunicação globalizados que buscam  revigorar dogmas e valores conservadores, e que põem em risco as conquistas e avanços das mulheres em todo o mundo.

Os espaços de participação são fechados, o protesto é criminalizado, e o direito a decidir sobre nossos corpos é cerceado. Nossa autodeterminação reprodutiva está ameaçada onde a conquistamos, como, por exemplo, em diversos países da Europa (como Portugal e Espanha) e da América do Norte, nos quais o aborto é legalizado, mas este direito é atacado na prática por cortes dos orçamentos públicos que têm como alvo os hospitais e os serviços de interrupção da gravidez. Em muitos outros países, como na América Latina e vários países da Ásia-Oceania, as mulheres que abortam seguem sendo criminalizadas, como no Brasil, Japão e Vanuatu. No México, o aborto é legalizado no Distrito Federal e criminalizado no resto do país. Em Honduras, a pilula do dia seguinte foi proibida. Na Nicarágua, o aborto mesmo em situações de risco de vida para a mãe ou em casos de estupro se torna um crime através de uma Reforma Constitucional. A Rússia segue este exemplo com a primeirda dama à frente de campanhas para proibir o aborto em qualquer situação. Grupos auto-intitulados “pró-vida” defendem na realidade a morte das mulheres, insultam a nós e às profissionais de saúde na América do Norte, pressionam o parlamento para rever a lei na África do Sul e impedem qualquer discussão no Paquistão.

Nos solidarizamos com todas as mulheres que seguem lutando e enfrentando conflitos com a polícia, o Estado e o poder judiciário injusto, bem como com aquelas que enfrentam a violência que sofrem.

Frente a estas situações, estamos nas ruas, temos alternativas que já estamos construindo e vivenciando. Reiteramos que seguiremos nos fortalecendo, a partir de nossos corpos e territórios em resistência, aprofundando nossos sonhos de transformações estruturais em nossas vidas e marchando até que todas sejamos livres!

Fazemos um chamado à articulação de nossos movimentos e às alianças com os outros movimentos sociais, pois só assim construiremos um mundo em liberdade.

Em todo o mundo, 8 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

Liberdade religiosa e direitos reprodutivos

Obama está a ser pressionado para anular a regulamentação de saúde que exige às universidades e aos hospitais católicos, assim como a todos os empregadores, que distribuam anticoncetivos às mulheres que tenham cobertura médica através de seus planos de saúde.

A cúpula da Igreja Católica dos Estados Unidos deu início a uma espécie de guerra santa contra o presidente Barack Obama. O arcebispo Timothy Dolan apelou aos membros da Igreja para cobrarem “de seus líderes eleitos a volta da liberdade religiosa e dos direitos de consciência e a revogação da norma sobre a contraceção”. Obama está a ser pressionado para anular a regulamentação de saúde que exige às universidades e aos hospitais católicos, assim como a todos os empregadores, que distribuam anticoncetivos às mulheres que tenham cobertura médica através de seus planos de saúde. Após receber diversas críticas, a Fundação Susan G. Komen Race for the Cure (uma organização dedicada à prevenção do cancro de mama que conta com dois mil milhões de dólares de fundos anuais) voltou atrás na sua decisão de acabar com o financiamento da Planned Parenthood, uma organização de planeamento familiar. O governo de Obama deve fazer o mesmo e escutar a maioria dos norte-americanos. Os Estados Unidos, inclusive os católicos, apoiam fortemente os direitos reprodutivos.
Na semana passada, o pré-candidato republicano Rick Santorum chamou a atenção dos média com a sua vitória em três estados. Exatamente uma semana antes das eleições primárias, a agência de notícias Associated Press informou que a Fundação Komen havia adotado políticas que dificultavam o financiamento de clínicas vinculadas ao programa Planned Parenthood para realizar estudos sobre o cancro da mama, principalmente junto de mulheres sem plano de saúde.
Uma das principais responsáveis pela decisão foi a espalhafatosa vice-presidente da Komen, Karen Handel. Na campanha para o governo da Georgia em 2010, Handel incluiu na sua plataforma política a retirada do financiamento da entidade favorável à anticonceção. As reações amplas e implacáveis logo surgiram. Em 03 de fevereiro, a organização reconheceu o erro. Quatro dias depois, Handel entregou o seu cargo.
Recentemente, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos publicou uma regulamentação que exige dos planos de seguro de saúde o oferecimento de métodos anticoncecionais. Essa decisão avivou ainda mais a polémica. Para completar, no dia das eleições primárias, o Tribunal Federal de Apelações da Nona Região revogou a problemática Proposição 8, que proibia os matrimónios de pessoas do mesmo sexo no estado da Califórnia.
Na primeira batalha contra Mitt Romney pelas primárias republicanas, Santorum “conseguiu três strikes”. Como católico conservador e pai de sete filhos, o republicano lidera há tempos uma guerra cultural com foco no matrimónio, aborto e sexo. Chegou, inclusive, a comparar numa ocasião a homossexualidade com a bestialidade.
Segundo o independente Guttmacher Institute, que estuda assuntos relacionados com a saúde reprodutiva a nível mundial, “de todas as mulheres que mantiveram relações sexuais nos Estados Unidos, cerca de 99% utilizaram um método anticoncecional alternativo ao invés do planeamento familiar natural. Esse número permanece praticamente invariável no caso das mulheres católicas (98%)”. De acordo com um inquérito realizado pelo Instituto Público de Investigação Religiosa, aproximadamente 58% dos católicos consideram que os empregadores deveriam oferecer planos de assistência de saúde a seus empregados que incluam a cobertura de métodos anticoncecionais.
Os ativistas católicos que reconhecem o amplo uso de anticoncecionais entre os fiéis, apesar da proibição oficial, sugerem que as mulheres possam ter acesso aos cuidados preventivos “em qualquer outro lugar”. E se não puder pagá-los? Loretta Ross, coordenadora nacional do SisterSong, coletivo pela Justiça Reprodutiva das Mulheres de Cor, disse-me: “A norma realmente beneficia mulheres de baixo rendimento, dependentes de assistência médica, no controle de natalidade. As mulheres negras, em particular. É preciso destacar que liberdade religiosa também implica liberdade por parte da religião. Se não quiser usar métodos anticoncecionais, ninguém deve ser obrigado a comprá-los nem usá-los. Mas não impeçam que outras mulheres, caso assim desejem e não possam pagá-los, tenham acesso a eles.
Uma solução possível para o debate vem de um lugar inesperado. Michael Brendan Dougherty, comentarista católico, estava na igreja há duas semanas quando ouviu o padre ler a carta do Arcebispo Dolan, que incentiva os católicos a se oporem ao presidente. Dougherty, que também é contra a regulamentação da anticonceção, disse-me que um sistema de saúde de pagamento único daria conta do problema: “Resolveria principalmente o problema da consciência, como aconteceu na Europa. Os arcebispos repudiam o subsídio do governo ao aborto ou à anticonceção. Mas não estão furiosos porque não se lhes pede que cooperem formalmente com coisas que consideram pecaminosas”.
Ross concorda com a implantação de um sistema de saúde de pagamento único, porém lança uma advertência aos católicos radicais: “Não se metam nos nossos dormitórios. Fiquem fora desse debate que tenta simplesmente esconder uma guerra contra as mulheres. Primeiro com toda essa retórica sobre a liberdade religiosa e o cuidado com o embrião. Agora com o pensamento de que a anticonceção também é uma violência contra a criança antes mesmo dela ser concebida. Não vamos ficar de braços cruzados. E como mostrou a luta contra a Fundação Komen, somos uma força a ser considerada. Vamos trabalhar para fortalecer a posição do presidente Obama de apoiar o acesso aos métodos anticoncecionais”.
Artigo publicado em "Democracy Now" em 09 de fevereiro de 2011. Denis Moynihan colaborou na produção jornalística desta coluna. Texto em inglês traduzido por Mercedes Camps para espanhol. Texto em espanhol traduzido para português por Rafael Cavalcanti Barreto e revisto por Bruno Lima Rocha para Estratégia & Análisehttp://www.esquerda.net/sites/all/modules/extlink/extlink.png); background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: initial; padding-right: 12px; background-position: 100% 50%; background-repeat: no-repeat no-repeat; ">. Revisto para português de Portugal por Carlos Santos
Fonte: Universidade Livre Feminista

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sec XVI- viagem no tempo na luta das Mulheres por direitos

 
Mulheres:uma historia de luta
“Durante muito tempo foi questão incongruente ou ausente. Voltadas ao silêncio da reprodução materna e doméstica, na sombra da domesticidade que não merece ser quantificada ou narrada, terão mesmo as mulheres uma história?"
Duby e Perrot. História das mulheres e antiguidade, Edições Afrontamento, Porto: 1990)

A luta das mulheres, por um mundo melhor, mais justo e igualitário é milenar. Muitas mulheres antes de nós trilharam um caminho árduo, sofreram com torturas, foram estupradas nas guerras, queimadas vivas em fogueiras  e fábricas

A partir destas lutas e ações sociais, as mulheres passaram a ser consideradas sujeitos de direitos específicos e obtiveram avanços na proteção dos seus direitos, nas esferas internacional e em consequência também a nível nacional.
Di Cavalcanti- Mulheres prostentando
Sabemos que as últimas décadas do século 20 foram caracterizadas por um processo de consolidação da nova linguagem dos direitos humanos, que passou a contemplar também preocupações com a cidadania feminina e as relações de gênero, desencadeando políticas públicas, tais como: dos direitos trabalhistas e previdenciários; dos direitos políticos e civis; da saúde sexual e reprodutiva; e da violência de gênero. Todo este avanço e resultado da militância de mulheres ao longo da história.  quero  a partir de hoje fazer uma viagem no tempo e dar visibilidade a estas mulheres.
Século 16
Na colonização do Brasil – séc. XVI - A Coroa Portuguesa, diante de recursos limitados ou falta de interesse, delegou a tarefa de colonização de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terras a nobres e pessoas de confiança do Rei Dom João VI.  Este sistema ficou conhecido como Capitanias Hereditárias. Entre as Capitanias que mais prosperaram estavam, exatamente, as que foram governadas, não exclusivamente pelos donatários que receberam a Carta de Doação, mas por suas esposas.Vejamos três destas mulheres a seguir:

Ana Pimentel :procuradora de Martins Afonso de Souza, donatário da Capitania de São Vicente. Coube a ela a administração da capitania a partir de 1534. Implantou entre outras coisas, o cultivo da laranja, arroz, trigo e criação de gado. O importante papel desempenhado por Ana na administração da capitania não mereceu da história oficial o reconhecimento devido, embora ela o tenha exercido por mais de uma década.
Em 1536, Ana fez uma carta de doação de sesmaria para Brás Cubas, que só tomou posso efetiva das terras em 1540. Nomeou ainda, sucessivamente, como capitão-mor da capitania de São Vicente, Antônio de Oliveira e Cristóvão de Aguiar d´Altero.
Em 1544, nomeou Brás Cubas capitão-mor e ouvidor da capitania e, contrariando ordenes do marido, autorizou, o acesso dos colonos ao planalto paulista, onde se encontravam terras mais férteis e um clima mais ameno do que no litoral.
Ana Pimentel providenciou o cultivo de laranja na capitania com o objetivo de combater o escorbuto, uma doença provocada pela falta de vitamina C que atacava os embarcados durante a travessia do Atlântico. É responsável também pela introdução do cultivo do arroz, do trigo e da criação de gado na região.
O papel administrativo de Ana Pimentel na capitania, por mais de uma década, foi reconhecido pelo sociólogo Gilberto Freire em seu discurso na Academia Pernambucana de Letras, em 11 de novembro de 1986.

 Também merece destaque dona Brites Mendes de Albuquerque, esposa de Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania de Pernambuco. Em 1554, com a morte do marido e estando os dois filhos homens estudando em Portugal coube a dona Brites assumir o comando da capitania. Nesse período enfrentou às investidas dos indígenas hostis ao avanço dos portugueses, destruição dos engenhos e coordenou o trabalho de centenas de colonos e escravos até sua morte em 1584.

Luiza Grimaldi assumiu a Capitania do Espírito Santo em 1589, após a morte do marido Vasco Fernandes Coutinho Filho. Em 1592, organizou a defesa da baía da Vitória contra a invasão inglesa. Essas mulheres representavam o rei de Portugal na colônia, exerciam plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear funcionários e aplicar justiça 

Adriana de Holanda(c.1540-1640). Colonizadora de Pernambuco, juntamente com seu marido estabeleceu-se na região de Porto Calvo, hoje estado de Alagoas, fundando sete engenhos de cana-de-açúcar.
 Ana Barroso (séc. XVI). Na ocasião em que o governador-geral Mem de Sá distribuiu sesmarias para garantir o domínio português na baía do Rio de Janeiro, Ana Barroso recebeu terras numa região bastante valorizada, indicando ter sido uma colona de prestígio.
 Ana de Paiva (séc. XVI). Chegou ao Brasil na armada do primeiro governador-geral, Mem de Sá, juntamente com outras seis órfãs. O grupo recebeu a denominação de órfãs da rainha.
 Ana Roiz (séc. XVI). Denunciadas pela Inquisição e Expressões Religiosas- Cristã-nova de origem portuguesa, manteve vestígios de práticas do judaísmo por pura superstição, sendo condenada pelo Tribunal do Santo Ofício, a suplício e morte.
 Andresa Dias (séc. XVI). Denunciadas pela Inquisição e Expressões Religiosas. Vivia em Salvador (BA), quando o padre José de Anchieta profetizou que sua filha prematura morreria aos 11 anos, o que realmente aconteceu. Anos mais tarde estabeleceu-se com seu marido, proprietário de engenho de açúcar, no Rio de Janeiro.
 Antônia Fernandes, a Nóbrega (séc. XVI).  Denunciadas pela Inquisição e Expressões Religiosas. Portuguesa, foi condenada com a pena de degredo para o Brasil por prostituir a própria filha. Já na Bahia, foi novamente denunciada ao Tribunal do Santo Ofício por feitiçaria.
 Antônia Rodrigues (séc. XVI). Índia guaianá, filha do cacique Piqueroby, casou-se com o sertanista Antonio Rodrigues, SP,  prática comumente adotada para selar alianças entre colonos-lusos e chefes indígenas.
Estatua da Índia Bartira.
 Bartira (séc. XVI)- SP. Índia tupimiquim considerada uma das ""mães do povo brasileiro"". Filha do líder indígena Tibiriçá, uniu-se ao português João Ramalho, viabilizando o processo de colonização. Tiveram muitos filhos e filhas."
Beatriz Dias (séc. XVI). SP- Índia tupiniquim. Irmã de Bartira, também casou-se com português, ajudando no processo de união entre índios e portugueses.
Branca (séc. XVI). RJ - Índia temininó, que em guerra com os tamoios foi expulsa junto com seu povo, exilando-se na capitania do Espírito Santo.
Brígida (séc. XVI).  RJ - Índia que vivia na região de Cabo Frio (RJ), foi capturada para ser vendida em Portugal.
Catarina de Bittencourt (c.1580-?) RJ - Colonizadora do Rio de Janeiro, onde era proprietária de terras na região do rio Iguaçú.
Catarina Paraguaçu (c. 1503-1583) BA - Índia tupinambá da Bahia, casada com Diogo Alves Correia, o Caramurú. Junto a este teve papel decisivo na aliança entre índios e colonizadores, considerada uma das mães do povo brasileiro.
Felipa de Melo (séc. XVI). Portuguesa, veio para o Brasil (PE e MA) para se casar com Jerônimo de Albuquerque, que abandonara a índia Arco-Verde, com quem teve oito filhos, para unir-se à uma nobre.
Felipa de Souza (c.1556-?)BA. Condenada pela Inquisição por lesbianismo. Mesmo casada, ao ser denunciada e presa, confessou seus casos amorosos com várias mulheres. Foi punida, recebendo a pena de açoite público. Seu nome foi atribuído ao principal prêmio internacional de direitos humanos dos homossexuais, o ""Felipa de Souza Award"""
Francisca Luís (c. 1550-?) BA Vivia na Bahia, quando foi denunciada por manter um caso com outra portuguesa por 13 anos. Foi condenada pela Inquisição a penitências espirituais e pagamento das custas do processo.
Guimar Pisçara (c. 1557-?) BA - Portuguesa, vivia em Itaparica (BA), quando foi denunciada ao Tribunal da Inquisição por práticas lésbicas com uma escrava. Recebeu penitências espirituais.
Hilária Luís (sécs. XVI-XVII) – SP  Senhora de escravos e de terras na capitania de São Paulo. Em 1609, após a publicação da lei declarando a liberdade incondicional dos índios, tentou incorporá-los ao inventário de seu marido.
Leonor Soares (séc. XVI) BA Colonizadora da Bahia, nascida em Portugal, veio para o Brasil em 1550. O registro histórico de sua presença e de suas filhas é um dos mais antigos documentos referentes a mulheres portuguesas na colônia.
Iguaçu (séc. XVI) SP Índia tamoio, foi capturada e levada como escrava para as terras de Piratininga, no planalto paulista. Libertada pelos Tamoios, morreu lutando do lado dos franceses na batalha contra os colonizadores portugueses.
 Inês de Sousa (séc.XVI) Portuguesa, colonizadora da capitania do Rio de Janeiro, foi responsável pela defesa da cidade contra um ataque de corsários franceses.
Inês Monteiro de Alvarenga (c.1588-?) Colonizadora da capitania de São Paulo. Após a morte do marido, tomou as rédeas da família. Envolveu-se numa guerra secular com a família Camargo, motivada por crimes passionais.
Ingaí (?-1535) Índia caeté, do litoral pernambucano, lutou contra os portugueses que mataram seu futuro marido. Tentaram prendê-la e violentá-la mas conseguiu fugir suicidando-se no mato.
Isabel (séc. XVI) :Índia escrava, vivia no Recôncavo Baiano, foi queimada viva a mando de seu senhor por ter delatado seus casos amorosos à sua esposa.
Isabel Dias (séc.XVI) Foi a primeira comerciante legalmente estabelecida no Rio de Janeiro, no século XVI..
Isabel Gomes (séc. XVI) Colonizadora da Bahia, filha de mãe índia e do ouvidor Baltazar Leitão, foi denunciada ao Tribunal da Inquisição por bigamia, no séc. XVI.
Isabel Rodrigues (séc. XVI) Portuguesa, vivia em Salvador (BA), quando foi acusada pela inquisição de feitiçaria, tinha a alcunha de Isabel, A Boca Torta.
Isabel Soares (séc. XVI) Acusada pela inquisição de bigamia, em 1593, quando vivia em Salvador (BA).
Madalena Caramuru (séc. XVI) BA :Índia, é considerada a primeira mulher brasileira letrada.
Margarida da Costa (séc. XVI) Colonizadora natural de Portugal, foi interrogada pela Inquisição, por ter acolhido em seu engenho índios que preservavam seus ritos e cultos tupis.
Maria de Lucena (c.1563-?) PB Foi denunciada e processada por lesbianismo pela Inquisição no século XVI.
Maria do Espírito Santo Arco-Verde (séc. XVI) PE Índia caeté, filha do cacique da nação indígena que dominava a costa pernambucana. Salvou da morte o prisioneiro militar Jerônimo de Albuquerque, com quem mais tarde casou-se e teve vários filhos. A Princesa do Arco-Verde, como era chamada, é considerada uma das mães do povo brasileiro.
Maria Lourenço (séc. XVI) BA Portuguesa moradora de Salvador (BA), onde foi acusada pela Inquisição por lesbianismo,
Maria Ortiz (séc. XVI) Considerada heroína após resistir a um ataque holandês, na vila de Vitória, capitania do Espírito Santo, organizando um posto de defesa na ladeira do Pelourinho, que hoje leva o seu nome.
 Maria Rangel (séc. XVI) Portuguesa, vivia na Bahia onde foi inquirida pela Inquisição e confessou ao Santo Ofício ter tido romance com duas mulheres.
Maria Rosa (séc. XVI) Colonizadora, vivia na capitania de Pernambuco onde doou parte dos seus bens para criar o recolhimento, para moças, de N. S. da Conceição em Olinda.
Marquesa Ferreira (séc. XVI) Natural da capitania de São Vicente (SP) foi colonizadora do Rio de Janeiro. Após a morte de seu marido, por volta de 1574, herdou e tomou posse das sesmarias Iguaçu e Guaratiba, atual Baixada Fluminense.
Marta Fernandes (séc. XVI) Escrava, obrigada a se casar após engravidar do Padre Francisco Fernandes com que vivia amasiada. Refugiou-se no final do séc. XVI em Pernambuco, onde foi denunciada por bigamia e condenada ao Tribunal da Inquisição.
Mícia de Lemos (séc. XVI) Moradora de Salvador foi acusada pela Inquisição de lesbianismo, por ter sido amante de uma mulher.
Paula de Sequeira (c. 1551-?) Natural de Portugal, foi condenada pela Inquisição, acusada de possuir livros proibidos, porém acabou confessando seu caso amoroso com Felipa de Souza.
Potira (?-1567) Índia tamoio, filha do chefe indígena Aimberê, casou-se ainda menina com um francês. Morreu lutando ao lado do pai e do marido contra as tropas de Estácio de Sá, que tentavam expulsar os franceses da capitania do Rio de Janeiro.
Terebê (séc. XVI) Índia guainá, filha do poderoso chefe Tibiriçá do planalto de Piratininga (SP). Casou-se com um clérigo português, estratégia bastante utilizada para consolidar alianças entre os colonizadores e as diferentes nações indígenas.