sexta-feira, 28 de agosto de 2009

chineses desenvolvem aniconcepcional masculino

Chineses desenvolvem anticoncepcional masculino
Pesquisadores chineses testaram um novo anticoncepcional masculino em mais de mil homens de 20 a 45 anos e obtiveram resultados muito satisfatórios. O método é composto por uma injeção de testosterona, que provoca a suspensão temporária na produção de espermatozóides. Os voluntários receberam a injeção por dois anos e meio e, neste período, apenas 1 em cada 100 engravidou a parceira. Seis meses após a interrupção do tratamento, o número de espermatozóides dos participantes voltou ao normal.

Os voluntários tiveram pelo menos um filho nos dois anos anteriores à pesquisa. Suas parceiras tinham de 18 a 38 anos e não apresentavam problemas reprodutivos. Apesar dos bons resultados, o anticoncepcional precisa passar por testes de longo prazo para que sua segurança fique comprovada, principalmente em relação a efeitos sobre a próstata, o sistema cardiovascular e o comportamento do usuário. Se os testes forem bem sucedidos, estima-se que o produto pode estar disponível para o público em cinco anos.

Minha opinião: outros supostos anticoncepcionais masculinos derivados de testosterona já foram testados nos últimos anos, sem um sucesso que justificasse seu uso em escala industrial ou mesmo sua aprovação pelas agências reguladoras de medicamentos no mundo. Resta saber se esse novo método não traz risco de câncer, de eventos cardíacos (como anginas e infarotos), de agressividade e de infertilidade (quando o homem quiser voltar a se reproduzir, deve haver a possibilidade dos testículos retomarem a produção dos espermatozóides). Tudo isso deve ser levado em conta e checado em outros estudos, a longo prazo, com esse método.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Número de homicídios entre negros no Brasil é duas vezes maior que entre brancos









Ter, 25 de Agosto de 2009 15:46
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O número de negros assassinados no Brasil é duas vezes maior do que o de brancos, apesar de cada grupo representar cerca de metade da população do país.

A constatação é de um levantamento feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a 2006 e 2007.

Nesses dois anos, 59.896 negros foram assassinados. Entre os brancos, o número foi de 29.892. A diferença entre o número de homicídios de negros e brancos é maior entre as crianças e jovens de 10 a 24 anos. Entre os maiores de 40 anos, o número de homicídios é quase o mesmo nos dois grupos.

Segundo o coordenador do laboratório, Marcelo Paixão, os números mostram que os negros estão sujeitos a uma exposição maior de risco que os brancos, em várias partes do país. “Isso é determinado por razões que são sociais, ou seja, pelo modo de inserção das pessoas no interior da sociedade, e que fazem com que elas tenham maiores probabilidades de virem a sofrer um atentado violento contra suas vidas ao longo de seu ciclo de vida”, explicou.

Um dos fatores sociais que poderia explicar esse risco maior é o local de moradia, já que muitos negros moram em áreas mais violentas, como as favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo ou de Pernambuco.

Além disso, de acordo com Paixão, há pesquisas que mostram que a letalidade policial - a morte provocada por policiais - é maior entre os negros do que entre os brancos. Um terceiro fator seria a baixa auto-estima da juventude negra que vive em áreas pobres e que não vê alternativas para a sua vida, e que, por isso, teria mais probabilidades de se envolver em situações de risco.

Observatório da Lei Maria da Penha lança Relatório Preliminar de suas atividades


Já está disponível no sítio do OBSERVE - Observatório para Implementação da Lei Maria da Penha - o Relatório Preliminar de Pesquisa do Observatório. O Relatório foi disponibilizado na última sexta-feira, dia 07 de agosto, como parte das comemorações pelo terceiro aniversário da Lei Maria da Penha.

O Observatório para Implementação da Lei Maria da Penha é uma instância da sociedade civil que funciona através de Consórcio, do qual fazem parte núcleos de pesquisa e organizações não-governamentais de todo o país. Os trabalhos do Observatório iniciaram-se em setembro de 2007 e seu principal objetivo é acompanhar o processo de efetivação da Lei que coíbe a violência doméstica e famíliar contra as mulheres, através do desenvolvimento de atividades que possibilitem dar maior visibilidade à Lei Maria da Penha, identificar os avanços e dificuldades para sua aplicação, assim como gerar informações relevantes para os movimentos de mulheres e para as instituições públicas.

O Relatório Preliminar apresenta os resultados do primeiro ano de trabalho do
Projeto de Construção e Implementação do Observatório de Monitoramento da
Lei Maria da Penha. Foram aplicados questionários nas cinco capitais que possuem coordenações do OBSERVE: Salvador, Brasília, Belém do Pará, Rio de Janeiro e Porto Alegre, com o intuito de avaliar os trabalhos das Delegacias Especiais de Atendimento às Mulheres e Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

O Relatório contém uma contextualização do processo de lutas dos movimentos de mulheres no combate à violência de gênero e uma apresentação da Lei Maria da Penha com foco nas mudanças que gerou. Apresenta ainda o processo de construção dos indicadores e a metodologia adotada para sua aplicação, além da discussão dos dados coletados, enfatizando também as boas práticas na implementação da Lei.

O documento pode ser acessado através do sítio do OBSERVE, no endereço http://www.observe.ufba.br/dados

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DST's atingem mais de 10 milhões no Brasil

DST atinge 10,3 milhões de brasileiros


Cerca de 10 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças sexualmente transmissíveis – 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. O mais grave é que 18% deles e 11,4% delas não procuraram nenhum tipo de tratamento. Os problemas causados pelas DST podem aumentar em 18 vezes o risco de infecção pelo HIV, que é uma doença ainda sem cura. Os dados inéditos fazem parte da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade (PCAP – DST, 2008).

Preocupado com essa realidade, o Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (18), a campanha “Muita prazer, sexo sem DST”, voltada principalmente para homens. O objetivo é que a população reconheça os sinais e sintomas (veja quadro abaixo), procure tratamento e alerte o parceiro ou parceira sobre os riscos dessas doenças. Um jingle – gravado por 12 cantores sertanejos, entre eles Daniel e a dupla Chitãozinho e Xororó – funciona como carro-chefe. A música será veiculada em rádios de todo o país.



Também serão distribuídos 1 milhão de folderes, 600 mil adesivos para banheiros, 180 mil cartazes e 60 mil cartões-postais. Uma das novidades da campanha é o hotsite www.aids.gov.br/muitoprazer, que traz informações gerais sobre prevenção e tratamento das DST. Além disso, o internauta pode utilizar cartões virtuais para contar ao parceiro a descoberta da infecção por alguma DST, sem necessidade de se identificar. “Em geral, as pessoas têm muita dificuldade de contar que estão infectadas. As novas tecnologias de comunicação ajudam a enfrentar essas doenças de forma direta e com o mínimo possível de exposição”, acredita Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde.



Automedicação – O levantamento do Ministério da Saúde traz outro dado preocupante: a automedicação. O mau hábito predomina entre os homens. Enquanto 99% das mulheres que procuram tratamento recorrem primeiro a um médico, 1/4 dos homens busca solução no balcão da farmácia. Entre eles, quanto menor a escolaridade, maior é o percentual de quem recorre à prática não recomendada. “As mulheres estão dando um exemplo positivo. A nossa expectativa é que os homens procurem os médicos tanto quanto elas”, diz a diretora.



Em termos regionais, o Norte apresenta o maior percentual (24,6%) de homens que relataram ter tido pelo menos uma DST. Nas outras regiões, esse índice não ultrapassa os 20%. Entre as mulheres, não há diferenças significativas – varia de 11,2% no Sul a 7% no Nordeste. Em relação a raça/cor, o total de homens negros que relataram sinal ou sintoma de DST é maior do que entre os brancos – 19% e 13,8%, respectivamente.



Uma constatação da pesquisa é que os pacientes com indícios de DST nem sempre recebem as orientações adequadas. Apenas 30% dos homens e 31,7% das mulheres tiveram a recomendação de fazer o teste de HIV. A solicitação de exame de sífilis é ainda menor: 24,3% e 22,5%, respectivamente. Cerca de 40% também não são informados sobre a necessidade de usar preservativo e comunicar aos parceiros. “Nesse sentido, a pesquisa nos mostra que os profissionais de saúde devem estar mais atentos na hora de dar orientações durante a consulta”, defende Mariângela.



O tratamento para as DST é simples e está disponível para toda a população no Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte delas tem cura, com exceção do herpes e do HPV.



Fatores associados às DST – O modelo estatístico criado para analisar as informações da pesquisa, permite observar alguns fatores de risco relacionados às doenças sexualmente transmissíveis:



- Homens têm 31,2% mais chance de ter algum sinal ou sintoma de DST alguma vez na vida do que mulheres.



- Relação sexual com parceiro do mesmo sexo mais do que dobra a probabilidade de ter algum sinal relacionado à DST, na vida.



- Indivíduos que já tiveram mais de 10 parceiros na vida têm chance 65% maior de ter um antecedente relacionado à DST.



Metodologia – A Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos foi realizada por técnicos do Ibope em todas as regiões do país em novembro de 2008, com 8 mil entrevistados. A amostragem foi estratificada por macrorregião geográfica (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e situação urbano/rural. A análise dos dados foi feita pela equipe técnica do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde, com o apoio do Centro de Informação Científica e Tecnológica (LIS/CICT) da Fundação Oswaldo Cruz.



DST
Sinais e sintomas
Consequências do não tratamento

Gonorréia
Ardor ao urinar, coceira, corrimento uretral espesso e amarelado.

Na mulher pode apresentar

corrimento ou ser assintomático
No homem: esterilidade

Na mulher: doença inflamatória pélvica e infertilidade

Sífilis
Cancro duro – ferida única indolor, sem pus que desaparece em pouco tempo.



Lesões avermelhadas na pele, principalmente na palma das mãos, planta dos pés e dorso.
Na fase tardia pode evoluir com lesões neurológicas, ósseas e cardiovasculares, caracterizando neurossífilis.



Na gestante pode evoluir para a transmissão vertical se não houver tratamento conjunto da mãe e do parceiro, levando o recém-nascido à sífilis congênita.



Herpes simples

genital
Ardor, coceira, dor, bolhas e depois feridas
Infecção no sistema nervoso (meningite/encefalite)

Tricomoníase (corrimento)
Corrimento amarelo esverdeado, com bolha, odor desagradável, ardência na relação sexual (às vezes acompanha coceira na vulva)
No homem: inflamação na próstata e no epidídimo



Na mulher: doença inflamatória pélvica



Clamidia (uretrite não gonocócica, cervicite, doença inflamatória pélvica)
Geralmente assintomática, pode apresentar corrimento de cor clara e mucóide (parece uma clara de ovo), raramente purulenta
No homem: esterilidade



Na mulher: doença inflamatória pélvica e infertilidade

HPV (crista de galo, condiloma acuminado, figueira, verrugas, ficus e thymus)
Os sintomas podem não se manifestar. Nos homens, quando aparecem, apresentam-se na forma de pequenas verrugas no pênis, ânus e boca. As mulheres podem não perceber as verrugas na região interna da vagina e colo do útero, mas os sinais podem aparecer também na vulva, vagina, períneo, ânus e boca.
Dependendo do subtipo de HPV, pode ocorrer no homem câncer de pênis e ânus



Na mulher: câncer de colo uterino, de vulva e ânus




Outras informações

Atendimento à imprensa

Departamento de DST e Aids

(61) 3306 7051/ 7033/ 7010/ 7016/ 9221-2546

E-mail: imprensa@aids.gov.br

Site: www.aids.gov.br

Atendimento ao cidadão

0800 61 1997 e (61) 3315 2425

domingo, 16 de agosto de 2009

prevenção da violencia sexual infantil

Sete passos para prevenir o abuso sexual infantil

1. Fale para eles/elas sobre as agressões sexuais

Seus filhos/as devem saber sobre a existência de abusos sexuais e de como estes acontecem. Se você estabeleceu com seus filhos/as regras de segurança em outras áreas de sua vida, as precauções relativas ao abuso sexual se converterão em uma parte natural de suas conversas sobre segurança em geral. Se acreditam não ter ferramentas para falar sobre esse tema com seus filhos/as, peça ajuda a seus professores ou a/ao pediatra. Eles sabem como fazê-lo sem que as crianças e adolescentes sintam-se assustadas ou agredidas. Aqui vão algumas sugestões de abordagens apropriadas de acordo à idade:

*18 meses: ensine a seu filho/a os nomes apropriados das partes do corpo;
*3 a 5 anos: ensine a sua criança as "partes privadas" do corpo e a dizer "NÃO" a qualquer oferta sexual. Dê a eles/as respostas diretas a suas perguntas sobre sexo.
*5 a 8 anos: explique-lhe as normas de segurança quando estiverem longe de casa e a diferença entre um carinho bom e um carinho não apropriado. Alente seu filho/a a falar sobre experiências que o/a amedrontaram;
*8 a 12 anos: ensine segurança pessoal; explique as regras de conduta sexual aceitas pela família;
*13 a 18 anos: destaque a segurança pessoal; explique a violação, as enfermidades sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada.

2. Atenta supervisão

O abuso infantil acontece quando um adulto está sozinho com a criança. Sua atenta supervisão é sua melhor proteção contra o abuso sexual. Nunca as deixe sozinhas e fora de seu alcance. Não permita que vão comprar algo sozinhos, que vão a banheiros públicos sem companhia (por exemplo em shoppings e restaurantes), que brinquem na rua enquanto você faz os trabalhos domésticos e não pode vigiá-los; nem se distanciem da casa; cuidar para que qualquer pessoa não entre na sua casa. Basta uma fração de segundos para que uma criança desapareça.

3. Conheça bem a pessoa que os cuida

Peça que outro adulto responsável e confiável os cuide quando você mesmo/a não possa fazê-lo. Tente conhecer bem a pessoa com quem fica seu filho/a. Se tem poucas opções e deve deixá-lo sozinho/a com alguém que não é de sua máxima confiança, procure que sejam observados por outras pessoas, tais como vizinhos, ou familiares, durante o dia.

4. Autocuidado

Ensine seus filhos/as a zelar por sua própria segurança, a não aceitar dinheiro ou favores de estranhos e a nunca passear com alguém a quem não conhecem. Diga-lhes o que podem fazer se alguém se aproxima. Se uma pessoa fica olhando para eles/as ou os toca de uma forma que não gostam, devem contar para você o quanto antes. Diga-lhes que podem confiar em você, pois sempre vai acreditar neles e protegê-los. Explique-lhes também que no caso de você não estar presente, que busquem a ajuda de uma pessoa mais velha imediatamente quando um adulto os faça sentir incômodos ou os assustar. Nessas situações, também é oportuno chamar a atenção, gritar e criar um escândalo.

5. Qualquer um pode agredi-los

Recorde-lhes que muitas crianças são vítimas de pessoas que eles conhecem e que é totalmente correto dizer não mesmo aos parentes próximos e aos amigos. Anime-os a contar a vocês ou para outro adulto imediatamente se qualquer pessoa os toca ou chega até eles/as de forma estranha. Fale-lhes da existência de abusos sexuais por pessoas familiares e conhecidas e não somente os que são cometidos por pessoas desconhecidas. Também podem abusar deles/as familiares, amigos ou vizinhos. 85% dos abusos são protagonizados por pessoas conhecidas.

6. Ninguém pode tocá-los intimamente

Ensinamos aos nossos filhos que sempre devem obedecer às pessoas adultas, fazendo-os acreditar que estas sempre sabem o que é melhor, o que está bem. Às vezes, os obrigamos a beijar as pessoas que não desejam fazê-lo. Esta educação contribui para que possam acontecer os abusos. Por isso, ensine que eles/as têm o direito à privacidade de seu corpo e que ninguém deve tocá-lo ou olhá-lo de uma forma desagradável. Pode negar-se a isso, seja quem for esse adulto. Explique-lhes também as formas em que os agressores tratam de intimidar a suas vítimas para que guardem o abuso em segredo. Ensine-lhes que nunca devem calar apesar das ameaças recebidas.

7. Internet

É uma grande porta de entrada para os abusadores, devemos supervisionar o suo que possam fazer nossos filhos da rede. Explique-lhes que não devem dar seus dados pessoais ou de suas famílias (nomes, endereço, telefones) por internet nem entregar suas senhas a qualquer pessoa. Que nunca se junte ou programa encontros com pessoas que conheceu pela rede sem que você saiba, já que existem muitos adultos que se fazem passar por crianças ou cujo fim é abusar de pequenos como ele/ela. Que não use câmara web para chatear (não seja instalada) e que não aceite nas redes sociais como Facebook e outras como amigos a pessoas que não conhece e que estabeleça privacidade de seu perfil somente a seus amigos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

UFRJ e Arco-Íris lançam vídeos sobre homofobia na escola produzidos por jovens LGBT

Dia 13 de agosto, às 18h30, na Casa da Ciência da UFRJ

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Grupo Arco-Íris, lança ,na próxima quinta-feira, dia 13 de agosto, os curtas Novamente e Por Outros Olhos. Os dois vídeos foram produzidos a partir de uma oficina de vídeo com jovens lésbicas, gays e bissexuais.

"O Arco-Íris entrou com a mobilização dos jovens e a UFRJ com a equipe, equipamentos e com a metodologia", explica Alexandre Bortolini, coordenador do Projeto Diversidade Sexual na Escola, projeto que organizou a oficina. "Foram três meses de encontros, onde os jovens discutiram sobre as suas experiências de discriminação e violência na escola e aprenderam a contar essas histórias através do cinema."

A maior parte dos jovens que participaram da oficina são oriundos dos projetos "Entre Garotos" e "Laços & Acasos", do Arco-Íris, cujo objetivo é formar ativistas e multiplicadores de "práticas sexuais seguras". "Acredito que esta parceria legitima a importância desses dois projetos do grupo e condiciona nossos jovens a desenvolver novas perspectivas e sensibilidades em relação ao mundo que os cerca", afirma a presidente do Grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues.

O roteiro, a produção e a edição dos vídeos foi feita pelos prórpios jovens, com a supervisão da equipe da universidade. Depois do lançamento, os curtas vão ser disponibilizados na internet, para todo mundo que quiser baixar. A idéia é que eles possam ser utilizados por projetos sociais e, principalmente, por professores em atividades que discutam homofobia e violência na escola.


Quando: 13 de agosto, quinta, às 18h30
Onde: Casa da Ciência - Campus da UFRJ - Praia Vermelha (ao lado do Canecão) - Rio de Janeiro


NOVAMENTE

"Tenho vontande de largar tudo, de ir embora, larga essa escola." NOVAmente tem dois pólos opostos que se chocam. Uma escola. Dois casais. Um hétero, outro homo. Para cada um a escola vai reservar um tratamento diferente. O cotidiano de dois jovens, que misturam preconceitos. Para um somente, uma brincadeira, para outro, opressão diária. E não adianta reclamar com a inspetora...


POR OUTROS OLHOS

Em um mundo onde todo mundo é homossexual, um menino e uma menina se apaixonam. Nessa realidade trocada, estes dois héteros têm de enfrentar os preconceitos e discriminações que LGBTs enfrentam no nosso mundo real.

O Projeto Diversidade Sexual na Escola é uma realização da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculado ao Programa Papo Cabeça, financiado pelo Ministério da Educação. Como ações principais, o projeto realiza atividades de formação e sensibilização junto a profissionais de educação da rede pública e estudantes da educação básica, além do desenvolvimento de materiais de orientação para educadores.
www.papocabeca.me.ufrj.br/diversidade
(21) 2598-1892

Os projetos "Entre Garotos" e "Laços & Acasos" são financiados pela Fundação holandesa Schorer e se desenvolvem a partir de oficinas e atividades lúdicas que visam construir um conceito de qualidade de vida e frear a infecção pelo HIV entre gays e lésbicas.
www.arco-iris.org.br

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Conferência Municipal de Saúde Ambiental


Conferência Municipal de Saúde Ambiental

O Diário Oficial de 30/7 publicou o decreto que convoca a 1ª Conferência Municipal de Saúde Ambiental, a realizar-se nos dias 28 e 29 de agosto de 2009, pelas Secretarias Municipais da Saúde e do Verde e do Meio Ambiente. Agende-se.

domingo, 9 de agosto de 2009

Dez por cento das mulheres que fizeram esterilização se arrependeram


31/07/2009 - Diário da Saúde (Brasil)
Uma pesquisa feita no curso de Saúde Pública da ENSP verificou, entre outros resultados, que 10% das mulheres que fizeram esterilização no Brasil sentiram-se arrependidas tempos depois do procedimento. O estudo, realizado pela assistente social Luciana Freitas Barbosa, resultou em artigo publicado na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil.

Texto completo

Outras Opções em Planejamento Reprodutivo

Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos


Uma pesquisa, realizada pela socióloga Luzinete Simões Minella (UFSC) no estado de Santa Catarina e apresentada no Grupo de Trabalho “Saúde e Sociedade” do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, acontecido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na semana passada, revela que os contraceptivos mais utilizados, confirmando uma tendência nacional, continuam sendo a pílula e a laqueadura. No entanto, de acordo com o estudo, as mulheres conhecem mais métodos do que praticam, e o preservativo masculino, embora seja mais conhecido atualmente, tem sido pouco utilizado como método de dupla proteção.

A pesquisa multicêntrica, coordenada pelo SOS Corpo, com apoio do Ministério da Saúde e do Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), teve como objetivos analisar a trajetória contraceptiva e reprodutiva das usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) em cinco estados da federação, incluindo Santa Catarina – onde a cobertura do atendimento básico em saúde atinge 70% da população – e suas percepções sobre o acesso e a qualidade da atenção em planejamento reprodutivo. A metodologia incluiu a realização de 60 entrevistas com mulheres entre 18 e 49 anos, em três unidades de saúde, sendo duas na capital e uma no interior do estado, preferencialmente em área rural.

“As usuárias dessas unidades de saúde são mulheres de 26 a 35 anos, a grande maioria católicas, com baixos níveis de escolaridade e de renda familiar. Comparecem aos serviços regularmente, e acham que tais atendimentos são bons e que são bem atendidas. Não sabemos ao certo se elas classificam os serviços como bons simplesmente pelo fato de eles existirem. Talvez elas achem que pior seria se não existissem”, analisou a socióloga.

Em relação à resistência ao uso do preservativo, a pesquisadora elencou algumas das justificativas usadas pelas mulheres. “Elas afirmam que não o usam porque estão em uma relação afetiva estável ou em uma faixa etária avançada. Uma recomendação de nosso trabalho seria a inclusão dos homens nesses atendimentos”, avaliou Luzinete.

“Por sua vez, embora a esterilização e a pílula sejam os métodos predominantes, as mulheres conhecem o leque de opções que têm”, finalizou.

Anticoncepção de emergência em destaque no Congresso de Sociologia

O debate social sobre a anticoncepção de emergência (AE) no Brasil foi o tema da apresentação, no mesmo Congresso, da pesquisadora Elaine Reis Brandão (UFRJ), em co-autoria com Rozana A. Souza (UFRJ). “A pílula do dia seguinte ganhou, na última década, grande visibilidade, sendo utilizada pelas mulheres, normalmente adquirida em farmácias, sem acompanhamento ou prescrição médica, podendo assim trazer prejuízos à saúde das usuárias”, avaliou Elaine.

Além de sua difusão, sem o devido apoio dos serviços de saúde, exceto nos casos de violência sexual, ocorre na sociedade brasileira um grande debate na mídia sobre o método, aprovado desde 1996, e incluído na 3ª edição do Manual de Assistência ao Planejamento Familiar do Ministério da Saúde, e mais recentemente na Política Nacional de Saúde da Mulher do MS (2004). “Surgiu voltado para proteger a mulher vítima de violência sexual de uma possível gravidez. Hoje, o método é caracterizado como alternativo para uma relação sexual desprotegida. Como ele precisa ser utilizado até 72 horas após a relação sexual desprotegida, o tempo é um fator importante”, disse ela.

Assim como chegou com grande força às prateleiras das farmácias – onde é mais frequentemente adquirida – a pílula do dia seguinte tomou também as páginas de jornais e revistas nos últimos anos, alcançando maior visibilidade do que nos serviços públicos de saúde, onde um certo grau de desinformação – se o método é abortivo ou não – e o preconceito dos profissionais de saúde dificultam o seu acesso. A notoriedade na mídia foi alcançada através de casos como o das cidades de Jundiaí e São José dos Campos, onde leis municipais atribuíram ao medicamento caráter abortivo e sua distribuição chegou a ser suspensa.

A pesquisadora buscou identificar interlocutores do debate público, os argumentos arrolados, os conflitos ocorridos e os posicionamentos de gestores, médicos, religiosos, educadores, feministas, através da análise de dois jornais de grande circulação nacional: O Globo (RJ) e a Folha de São Paulo (SP), no período 2005-2008. Foram levantadas 28 matérias do diário carioca sobre o tema e 53 do paulista. “Discutem-se representações sociais que circulam na sociedade, formatando idéias, opiniões, julgamentos e posições morais sobre o tema”.

Além do caso de Jundiaí, o tema esteve na mídia em diversas outras situações: na ocasião da regulamentação pelo MS da distribuição da pílula do dia seguinte a todos os serviços públicos de saúde em 2005; na decisão do MS em ampliar o financiamento dos métodos contraceptivos em 100% (2005); em 2007, quando o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ser favorável ao uso do método pelas mulheres; quando o arcebispo de Olinda tentou vetar sua distribuição no Carnaval daquela cidade em 2008; e quando o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, recuou na distribuição da pílula do dia seguinte em função da pressão do arcebispo do Rio (2005); dentre outras.

Segundo a pesquisadora, além de ser caracterizado como método abortivo por determinados segmentos sociais, ao uso da pílula do dia seguinte também é atribuído o desregramento do sexo juvenil, ao estimular os adolescentes a não usarem o preservativo, colocando-os em risco perante à Aids e outras DSTs. “No entanto, estudos mostram que quem recorre ao método é quem mais usa o preservativo”, afirmou Elaine. O problema, segundo ela, é a influência de valores religiosos nas políticas públicas de saúde.

“È preciso enfrentar a ampliação do acesso à anticoncepção de emergência, registrado, por exemplo, pela PNDS 2006, como o 3º método mais usado entre as mulheres não unidas sexualmente ativas (23%); o 5º entre as mulheres unidas (11%) e o 3º método mais usado entre mulheres de 15 a 19 anos (10,4%). Tais percentuais indicam a difusão do método entre as mulheres, embora tal acesso não se dê pela via preferencial dos serviços públicos de saúde”, afirma Elaine.

Segundo ela, a difusão da informação deve ser cuidadosa e precisa cada vez mais reiterar a importância da AE como um direito a ser garantido pelos serviços de saúde, que precisam, por sua vez, encontrar uma forma de acolher as jovens e mulheres em suas demandas contraceptivas em situações de emergência.

Perspectiva masculina face ao aborto

Outro trabalho apresentado no GT Saúde e Sociedade do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia colocou em foco as experiências masculinas frente aos eventos contraceptivos e/ou reprodutivos, sobretudo nos processos decisórios de interrupção da gravidez. “Pouco se discute sobre o processo de decisão que se dá em um casal”, avaliou a pesquisadora Cristiane Cabral (UERJ), que apresentou o paper “Uma análise sociológica acerca da perspectiva masculina face ao aborto”, em co-autoria com Maria Luíza Heilborn (UERJ) e Elaine Reis Brandão (UFRJ), e os dados advindos de uma pesquisa que investiga as articulações entre o exercício da heterossexualidade, contracepção e aborto em trajetórias sociais de homens e mulheres de diferentes gerações e camadas sociais, estudo realizado no Brasil, Colômbia e Argentina (pesquisa HEXCA).

O material empírico (30 entrevistas em profundidade com homens de dois grupos etários de camadas populares e médias) reúne narrativas sobre gravidezes imprevistas e abortamentos, às vezes com a mesma parceira, sem que a ocorrência do primeiro evento altere as práticas contraceptivas subseqüentes. “Silêncio, distanciamento e incertezas figuram nos depoimentos, caracterizando a posição masculina como coadjuvante nos processos de tomada de decisão protagonizados pelas parceiras”, relatou Cristiane.

Segundo ela, quando estão em relações duradouras mais estáveis, há uma maior participação masculina nesta negociação. E o fato de terem tido uma experiência de aborto não vai mudar o comportamento reprodutivo desses casais, especialmente os de camadas populares. “Tanto que há relatos de gravidezes subseqüentes. Um rapaz nos disse: ‘Continuamos, depois de dois abortos, a não usar camisinha e gozando dentro’”, relatou a pesquisadora. “Mesmo assim, eles revelam uma preocupação maior em relação às DSTs do que com a gravidez”.

Em relação aos métodos de proteção, os mais presentes em quase todas as entrevistas, segundo Cristiane, são o preservativo e o coito interrompido. “Passa-se à pílula, assim que a relação se estabiliza”, disse ela.

A pesquisadora falou ainda sobre a dificuldade da pesquisa de campo, de acesso aos homens cujas parceiras tenham realizado aborto. “Depois de um ano e meio ainda não conseguimos alcançar nossa meta”, afirmou.

Movimentos sociais realizam ato em Defesa da Lei Maria da Penha


Adital -
Seis anos de agressão. Duas tentativas de homicídio. A biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes que ficou paraplégica em consequência das constantes agressões sofridas pelo ex-marido, se tornou exemplo da luta das mulheres brasileiras contra a violência doméstica e familiar. Em virtude de sua militância pela causa, seu nome batizou a Lei 11.340, sancionada em 07 de agosto de 2006 pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A lei que torna mais rigorosas as punições para casos de violência contra a mulher, completa amanhã, dia 7, três anos de existência.

De acordo com Beth Ferreira, da Coordenação e Secretaria Nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), mesmo com os problemas enfrentados na aplicação da lei, muitos são os avanços. "Depois da lei, percebemos uma ampliação de políticas públicas para as mulheres", informa a coordenadora da AMB. Ela afirma também que aumentaram as denúncias, "o aumento das denúncias não significa que aumentou a violência, mas sim que as mulheres estão tendo mais coragem, confiam na lei, sentem segurança".


Em quase todos os estados brasileiros haverá algum tipo de manifestação em comemoração aos três anos da lei. De acordo com Beth, durante todo o mês de agosto, a AMB e outros movimentos farão atividades em defesa da continuidade da Lei 11.340. Dentre essas atividades estão diversas Audiências Públicas com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. "Teremos audiências com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também falaremos com os parlamentares para que eles assumam o compromisso de não votarem em favor do Projeto de Lei". As audiências em Brasília estão previstas para acontecerem na última semana de agosto.

Ameaça

A lei de responsabilização que pune com maior rigor os agressores enfrenta obstáculos num país de tradições machistas. Sofrendo ataques de setores conservadores da sociedade, a lei corre o risco de perder sua aplicabilidade.

O Projeto de Lei (PL) 156/2009 que prevê a reforma do Processo Penal Brasileiro está em tramitação no Senado. A proposta é que parte da antiga lei 9.099/95 seja resgatada. A lei da violência doméstica e familiar contra as mulheres (Lei 11.340 - Maria da Penha) foi totalmente excluída do projeto de lei. Caso seja aprovado o PL, a violência contra as mulheres volta a ser tratada como antes: acaba a prisão preventiva, acabam as medidas protetivas, as mulheres poderão retirar a queixa na delegacia (o que fazem muitas vezes por serem obrigadas) e os agressores voltarão a cumprir penas através do pagamento de cestas básicas. Em resumo, a violência contra as mulheres volta a ser tratada como crime de menor potencial ofensivo. É contra este retrocesso na lei, que protege a vida das mulheres, que movimentos sociais de todo o país estão se mobilizando.


Dados da violência contra mulher

A coordenadora da AMB, Beth Ferreira, demonstra preocupação com as brechas encontradas na aplicação da lei. Segundo ela, os assassinatos voltaram a crescer neste ano no Ceará. "Em 2006 foram assassinadas 136 mulheres. Em 2007, 118. Já em 2008, o número caiu bastante, sendo 93 mortas. Mas só neste ano, até maio 50 mulheres morreram. O que significa cerca de dez mortes por mês", declara.

No Brasil, um balanço apresentado pela ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, registra um aumento de 32% no número de atendimentos registrados no primeiro semestre deste ano, em mais de 400 delegacias, em comparação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2009, foram registrados mais de 160 mil atendimentos.

Para quem quiser fortalecer o movimento de defesa pela continuidade da Lei Maria da Penha, basta assinar a Petição Online através do site: http://gopetition.com/online/28830.html

Mulheres do Brasil, Presente

Mulheres do Brasil, Presente! from Universidade Livre Feminista on Vimeo.

Video - Mulheres na politica

Lugar de Mulher é na Política from Universidade Livre Feminista on Vimeo.

O treinamento infantil


O treinamento infantil

“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” esta é a máxima de Simone de Beauvoir, e se encontra presente já na primeira frase do capitulo sobre a infância, do livro o Segundo sexo. E ela continua desmistificando a idéia de que homens e mulheres possuem naturezas distintas, ou seja, é a construção social (criação) dada as mulheres e aos homens quem determina o tipo de
comportamento de ambos:

“Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora
esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino”.

Assim é possível compreender que as diferenças no tratamento dado as meninas e meninos, já em sua primeira infância é o responsável por grande parte da
psicologia comportamental dos sexos e do entendimento sexual das relações de poder. Pois quando ainda somos dadas como “jovens demais”, ao cairmos no chão e logo um adulto corre para nos socorrer. Limpar as marcas de terra em nossas pernas, puxar o vestido para os limites do joelho e, dependendo da “proteção”, nos colocar no colo para doces afagos. Assim, as mulheres
aprendem que lágrimas são sinônimos de atenção e carinho. Em dias de “festas infantis”, ou seja, exposição pública, usamos vestidos brancos e rosados cheios de babado e, como qualquer atitude de cavalheirismo (ação masculina de cuidado e proteção na frente de outras pessoas), o carinho aumenta, mesmo que a queda tenha sido menor. O que assusta a criança é verdadeiramente a
queda ou o modo abrupto que os adultos se movimentam em sua direção? Porém, quando estamos em casa sem estranhos observando, não há nada de cavalheirismo infantil, apenas a sutil recomendação (ordem) da autoridade pretensamente preocupada: “cuidado para não sujar o vestido”. Vestidos de festa são armaduras estrategicamente preparadas para que nossos movimentos sejam limitados. E assim representam a limitação da liberdade feminina, pois, em contra partida, os meninos usam shorts folgados. Seus joelhos ficam expostos para serem ralados pelas quedas da vida. Eles tem a permissão de correr de um lado para o outro. A medida que a idade aumenta, diminui-se a preocupação.
Nas festinhas eles acabam tendo que suar justas calças jeans, por ainda serem crianças frente a adultos, ou seja, devem permanecer com parte de seus movimentos limitados. Mas as meninas e os meninos, desde muito cedo, aprendem que não haverá mal algum se ele abaixar as calças e fizer um xixizinho em público, já que seu pênis ainda bonitinho de tão pequenino e inofensivo, diferente da “ameaçadora vagina infantil”.
Assim é que as coisas de macho começam, após mijarem em pé, os meninos puxam as calças e os cabelos das meninas, sem derrubarem “nossa tiara de princesa prometida”. E a menina poderá até reclamar de tal desvantagem para em troca receber a feliz proteção: “não bata na sua irmãzinha, Joãozinho, não esta vendo que ela é mais fraquinha?”.
Mas sobre os olhares de outros adultos, este exercício não pode ser constante, evitando a chatice da manha que é o escândalo de uma criança, outra frase pode surgir, dependendo da quantidade de pessoas ao redor ou se os adultos estiverem fazendo algo “serio e importante”: “xiiiiii, fica
quietinha meu amor, você está tão bonitinha, se chorar não vai parecer uma mocinha bem comportada”.
O reflexo desta diferenciação educacional entre as meninas e os meninos aparece no espelho do futuro, na espera por um protetor que nos ame e defenda dos perigos do mundo. É o Complexo de Cinderela que associa incapacidade nascida da super proteção uma falsa fragilidade das mulheres e, associa o amor, a uma proteção incondicional (tutela). É o mito da infância feliz que alimenta o monstro da dependência afetiva das mulheres e da rude incompreensão emocional masculina.

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Mirian Giannella
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