domingo, 28 de dezembro de 2008

análise sobre gênero, diversidade sexual e família nos livros didáticos


O que muda e o que permanece
Uma análise sobre gênero, diversidade sexual e família nos livros didáticos
Cláudia Vianna e Lula Ramires

A idéia de família tem uma constância na escola, ambas são vistas como lugares importantes para o processo de socialização. E essa socialização não é neutra; transmite, produz e reproduz modelos de comportamento, sensibilidade e racionalidade próprios da cultura. Corpos masculinos e femininos são construções sociais e históricas, e as instituições sociais - família, escola etc. - atuam nesse processo educativo. Os conteúdos utilizados pela educação formal estão repletos de significados de gênero, denunciando, e muitas vezes justificando, desigualdades, ora por meio do preconceito, ora valendo-se do silêncio. O conceito de gênero pode permitir que percebamos o caráter sociológico da construção dos conteúdos veiculados pela educação escolar. Para tal, procuramos sair de explicações fundamentadas exclusivamente sobre as diferenças físicas e biológicas, afirmando a natureza social, histórica e política que a socialização de gênero inevitavelmente apresenta.

O uso da categoria gênero pode então ser visto como uma primeira maneira de dar significado às relações de poder. Pode ser entendido como um caminho para compreender as complexas conexões entre várias formas de interação humana, abrangendo outros aspectos da organização sócio-histórica, como os saberes produzidos sobre a sexua­lidade e sobre a noção de família, também esta carregada de sentidos que remetem às relações de gênero. É evidente seu peso na educação, nas imagens e conteúdos veiculados nos livros didáticos e nas expectativas de professoras e professores em relação a seu papel quanto ao desempenho escolar. Se a família se mostra ausente, negligente ou omissa, é acusada pela escola de ser a culpada pelo rendimento insatisfatório dos filhos.

Cláudia Vianna é professora nos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da USP, pesquisadora e líder do grupo de Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual (EdGES), juntamente com Marília Carvalho, e autora de Os nós do nó: crise e perspectivas da ação coletiva docente em São Paulo (Xamã, 1999), entre outros livros e artigos

Lula Ramires é mestre em Educação pela Faculdade de Educação da USP e coordenador-geral do Corsa - Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor, entidade de defesa da cidadania GLBT

Leia reportagem completa http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12589

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