segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Minha vida em cor de rosa (homossexualidade e transexualidade)

Décima quarta indicação de filme para estudos de Gênero e Feminismo, Minha vida em cor de rosa trata de questões como homossexualidade e transexualidade.

O roteiro desenvolve as desventuras Ludovic menino de 7 anos vive com seus pais e irmãos e acha que é um menino-menina e que vai se transformar em menina a qualquer momento, cresce imaginando que nasceu no corpo errado. A criança como protagonista levanta a questão da homossexualidade (neste caso, transexualidade) como condição inata, retira a perversão, opção e escolha consciente, elucidando ser apenas uma característica da pessoa, alheia à sua vontade. Ludovic, inocente e de uma doçura ímpar que nos conquista com seu sorriso e olhar verdadeiros, sofre preconceito e rejeição causados pela intolerância e obtusidade da vizinhança, apenas por ser quem ele é, sem fazer mal a ninguém. Um filme especial, no tom certo, que fará com que pessoas com um mínimo se sensibilidade repensem alguns de seus preconceitos. Recebeu 1 Globo de Ouro, 11 outros prêmios e 5 indicações.

A ação se concentra na rejeição social ao comportamento transex do garoto, desde sua família aos seus “amigos” e irmãos, incluindo até a repressão que outros meninas/os sofrem durante a descoberta e construção de sua identidade sexual.
 
Comentário feminista: Esta é uma importantíssima pérola cinematográfica, pois consegue traduzir em imagens e diálogos um dos preceitos fundamentais da feminista Shulamith Firestone, ainda nos anos de 1970: “a luta pela libertação das mulheres perpassa a libertação sexual das crianças”, ao trata de um dos mais difíceis temas referentes ao “novo feminismo”: homossexualidade e transexualidade na infância. Algumas feministas poderiam se encomodar com o fato da personagem principal ter adoração por “um objeto”, entretanto, neste caso, a abordagem lida com a idéia de transcendência física e não exatamente com imposição de padrão de beleza e coisificação do corpo. Indicadíssimo para oficinas de sexualidade, tanto para adolescentes quanto para adultos, já que o enredo consegue esplendorosamente solucionar questões mais dramáticas, desarmando os preconceitos de qualquer expectador que consiga se indispor a assisti-lo. É sem dúvida um filme que feministas devem ter em casa. 
O filme trata não apenas da questão da sexualidade, mas principalmente das relações família-sociedade, da pressão social para que tudo e todos sejam perfeitamente enquadrados dentro das estruturas convencionadas, onde os diferentes são rejeitados, desrespeitados e ignorados sistematicamente. O que nos leva a refletir sobre o nosso papel dentro deste contexto social, ainda tão conservador.Vejam o trailer: 

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