É a primeira vez que a programação cultural contempla o tema. Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é autor dos livros Literatura negro-brasileira e da biografia de Lima Barreto, ambos da Selo Negro Edições. O debate será no dia 12 de agosto, 14h
O escritor e pesquisador Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, autor dos livros Literatura negro-brasileira e Lima Barreto (Selo Negro Edições), participa no domingo, 12 de agosto, às 14h, da mesa sobre literatura negra, que acontece no Salão de Ideias, da 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Com mediação de Heloisa Pires, Cuti debate o tema com o jornalista José Nabor. Serão distribuídas senhas duas horas antes da atração. O Salão de Ideias fica Rua K, nr. 80. Quem quiser adquirir os livros, poderá encontrá-los no estande da Book Partners (Rua C, nr. 60). Durante o mês de agosto, todas as obras do Grupo Editorial Summus serão vendidas com 30% de desconto.
Com o avanço das lutas contra o racismo, nas últimas décadas do século XX, os negros começaram a se tornar protagonistas das suas obras. Usando a palavra como forma de resistência, diversos escritores e poetas criaram uma produção diferenciada, com nuanças específicas, baseadas nos elementos culturais de origem africana e no resgate da dignidade. No livro Literatura negro-brasileira (152 p., R$ 16,80, com desconto promocional), quarto volume da Coleção Consciência em Debate, Cuti analisa a participação do negro, como personagem, autor e leitor, na literatura brasileira.
Escritor profícuo e grande pesquisador, Cuti destaca os precursores e a nova geração dessa corrente - que alcançou um patamar significativo com os trinta anos de edição ininterrupta dos Cadernos Negros, coletânea anual de poemas e contos. "A literatura é alimento para o nosso imaginário, que se move o tempo todo, recebendo, produzindo e reproduzindo ideias, palavras, frases, imagens sobre o que somos como pessoa e povo", revela o autor. Para ele, as palavras carregadas de emoções nutrem a dimensão interna de nosso ser. "Nossas relações inter-raciais também são mediadas pelo texto não referencial", complementa. A obra cumpre, nessa dinâmica, o papel de trazer um deslocamento de perspectiva na superfície e na profundidade do texto ficcional e poético, estabelecendo uma formação discursiva dissonante no contexto hegemônico da ideologia racista que ainda vigora nos meios de comunicação brasileiros.
Lima Barreto
Autor de obras-primas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Recordações do escrivão Isaías Caminha, Lima Barreto foi duramente rechaçado pelos críticos. No livro Lima Barreto (128 p., R$ 16,80, com desconto promocional), sétimo volume da Coleção Retratos do Brasil Negro, Cuti analisa a produção do escritor e mostra a atualidade dos problemas que ele apontou no início do século XX. "Ainda hoje, seus livros travam uma luta contra as forças de exclusão social, muito poderosas no Brasil. Elas interferem na cultura, em especial nas artes, que têm o poder de alimentar nosso imaginário", afirma o autor.
Considerado um dos representantes máximos do pré-modernismo brasileiro, Barreto criou personagens inesquecíveis, como o quixotesco major Quaresma e a ingênua Clara dos Anjos. Seus escritos sempre denunciaram o papel marginal a que negros e negro-mestiços eram relegados em sua época. Crítico do racismo, da burocracia, da corrupção, sofreu, ao longo de sua vida, diversos preconceitos, aos quais respondeu com uma obra vigorosa. A lucidez com que retrata os primeiros anos do século XX tornou-se fonte de amplas reflexões para educadores, pesquisadores, militantes do movimento negro e todos aqueles envolvidos na construção de um Brasil mais solidário.
Serviço:
Evento: Salão de Ideias sobre Literatura negra, na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo*
Participação: Luiz Silva (Cuti), José Nabor e Heloisa Pires (mediadora)
Data: 12 de agosto, domingo
Hora: 14h
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi
Endereço: Av. Olavo Fontoura, 1.209 | Santana - São Paulo/SP
Informações: www.bienaldolivrosp.com.br
*retirar senha duas horas antes
Com o avanço das lutas contra o racismo, nas últimas décadas do século XX, os negros começaram a se tornar protagonistas das suas obras. Usando a palavra como forma de resistência, diversos escritores e poetas criaram uma produção diferenciada, com nuanças específicas, baseadas nos elementos culturais de origem africana e no resgate da dignidade. No livro Literatura negro-brasileira (152 p., R$ 16,80, com desconto promocional), quarto volume da Coleção Consciência em Debate, Cuti analisa a participação do negro, como personagem, autor e leitor, na literatura brasileira.
Escritor profícuo e grande pesquisador, Cuti destaca os precursores e a nova geração dessa corrente - que alcançou um patamar significativo com os trinta anos de edição ininterrupta dos Cadernos Negros, coletânea anual de poemas e contos. "A literatura é alimento para o nosso imaginário, que se move o tempo todo, recebendo, produzindo e reproduzindo ideias, palavras, frases, imagens sobre o que somos como pessoa e povo", revela o autor. Para ele, as palavras carregadas de emoções nutrem a dimensão interna de nosso ser. "Nossas relações inter-raciais também são mediadas pelo texto não referencial", complementa. A obra cumpre, nessa dinâmica, o papel de trazer um deslocamento de perspectiva na superfície e na profundidade do texto ficcional e poético, estabelecendo uma formação discursiva dissonante no contexto hegemônico da ideologia racista que ainda vigora nos meios de comunicação brasileiros.
Lima Barreto
Autor de obras-primas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Recordações do escrivão Isaías Caminha, Lima Barreto foi duramente rechaçado pelos críticos. No livro Lima Barreto (128 p., R$ 16,80, com desconto promocional), sétimo volume da Coleção Retratos do Brasil Negro, Cuti analisa a produção do escritor e mostra a atualidade dos problemas que ele apontou no início do século XX. "Ainda hoje, seus livros travam uma luta contra as forças de exclusão social, muito poderosas no Brasil. Elas interferem na cultura, em especial nas artes, que têm o poder de alimentar nosso imaginário", afirma o autor.
Considerado um dos representantes máximos do pré-modernismo brasileiro, Barreto criou personagens inesquecíveis, como o quixotesco major Quaresma e a ingênua Clara dos Anjos. Seus escritos sempre denunciaram o papel marginal a que negros e negro-mestiços eram relegados em sua época. Crítico do racismo, da burocracia, da corrupção, sofreu, ao longo de sua vida, diversos preconceitos, aos quais respondeu com uma obra vigorosa. A lucidez com que retrata os primeiros anos do século XX tornou-se fonte de amplas reflexões para educadores, pesquisadores, militantes do movimento negro e todos aqueles envolvidos na construção de um Brasil mais solidário.
Serviço:
Evento: Salão de Ideias sobre Literatura negra, na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo*
Participação: Luiz Silva (Cuti), José Nabor e Heloisa Pires (mediadora)
Data: 12 de agosto, domingo
Hora: 14h
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi
Endereço: Av. Olavo Fontoura, 1.209 | Santana - São Paulo/SP
Informações: www.bienaldolivrosp.com.br
*retirar senha duas horas antes
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