Eles parecem não ter nome. São os molequinhos, os sujinhos, os suspeitos. Perambulam pelas ruas, gritam com as pessoas, até batem a sua carteira. Estão invisivelmente nas escadarias das igrejas, nas marquises dos prédios, deitados no cordão da calçada. Qual o nome deles? Eles não tem nome. As vezes pergunto para determinada criança? Fofuxo, qual teu nome? A resposta é: Chonico! Eu insisto perguntando qual o nome, ele não sabe, é assim que é chamado, eu pergunto para o responsável: ei, qual o nome do seu filho? É Chonico!
Eu insisto na necessidade de saber o nome e o responsável tem que se dirigir até onde mora para procurar a certidão de nascimento, pois também não sabe o nome. Chonico também não tem um rosto, na verdade Chonico nem é percebido, é como se não tivesse corpo. Ao encontrá-lo sentado em um praça, na saída de um supermercado, você pode nem perceber a presença dele. São pequenos, rápidos, quietos e barulhentos.
Chonico evade da escola, entra e sai de diversos programas de assistência, nada dá jeito nesse menino. Quase todo dia pode-se encontrá-lo nos sinais perto da escola, a noite é sempre recolhido e trazido de volta. Ele consome muitas bebidas alcoólicas, fuma muito e tem 13 anos. Treze anos de vida e muita experiência. Boa parte das pessoas que atendem Chonico já o colocam como o “garoto problema”, o “menino que não tem mais jeito”, e como um menino de 13 anos não tem mais jeito? Quando tentamos abraçar Chonico seu corpinho se fecha, os braços endurecem e não se abrem, a cabeça fica baixa e o olhar busca o chão.
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