quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Os meninos esquecidos que não tem nome


Eles parecem não ter nome. São os molequinhos, os sujinhos, os suspeitos. Perambulam pelas ruas, gritam com as pessoas, até batem a sua carteira. Estão invisivelmente nas escadarias das igrejas, nas marquises dos prédios, deitados no cordão da calçada. Qual o nome deles? Eles não tem nome. As vezes pergunto para determinada criança? Fofuxo, qual teu nome? A resposta é: Chonico! Eu insisto perguntando qual o nome, ele não sabe, é assim que é chamado, eu pergunto para o responsável: ei, qual o nome do seu  filho? É Chonico!
Eu insisto na necessidade de saber o nome e o responsável tem que se dirigir até onde mora para procurar a certidão de nascimento, pois também não sabe o nome. Chonico também não tem um rosto, na verdade Chonico nem é percebido, é como se não tivesse corpo. Ao encontrá-lo sentado em um praça, na saída de um supermercado, você pode nem perceber a presença dele.  São pequenos, rápidos, quietos e barulhentos.
Chonico evade da escola, entra e sai de diversos programas de assistência, nada dá jeito nesse menino. Quase todo dia pode-se encontrá-lo nos sinais perto da escola, a noite é sempre recolhido e trazido de volta. Ele consome muitas bebidas alcoólicas, fuma muito e tem 13 anos.  Treze anos de vida e muita experiência. Boa parte das pessoas que atendem Chonico já o colocam como o “garoto problema”, o “menino que não tem mais jeito”, e como um menino de 13 anos não tem mais jeito? Quando tentamos abraçar Chonico seu corpinho se fecha, os braços endurecem e não se abrem, a cabeça fica baixa e o olhar busca o chão.
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