Todas em luta por uma vida sem violência!
Ato pelo fim da violência contra as mulheres!
Dia 24 de novembro, quinta-feira.
Concentração as 17h30 no metrô Carrão.
Dia 24 de novembro, quinta-feira.
Concentração as 17h30 no metrô Carrão.
Estaremos nas ruas denunciando todas as formas de violência sexista.
Especialmente neste dia, manifestaremos nossa solidariedade a todas as mulheres vítimas de abuso sexual que denunciaram o pastor Aldo Bertoni. Atualmente, estas mulheres são hostilizadas pela comunidade porque tiveram coragem de romper o silêncio e denunciar a violência.
Especialmente neste dia, manifestaremos nossa solidariedade a todas as mulheres vítimas de abuso sexual que denunciaram o pastor Aldo Bertoni. Atualmente, estas mulheres são hostilizadas pela comunidade porque tiveram coragem de romper o silêncio e denunciar a violência.
Segue abaixo a carta de apoio às mulheres, elaborada pela MMM, SOF, Casa Cidinha Kopcak e Casa Viviane dos Santos.
Carta de apoio às mulheres que sofreram violência pelo Pastor Aldo Bertoni.
A violência contra a mulher é
um fenômeno estarrecedor na vida de muitas mulheres e não está somente
circunscrita a casa e ao trabalho. Vivemos em sociedade machista e
patriarcal, na qual a violência contra a mulher está disseminada em
todos os lugares: transforma a mulher em mercadoria, controla a vida das
mulheres, afeta a vida profissional, a saúde e auto estima. Há mais de
dois anos, o cientista Roger Abdemassih - médico de projeção
internacional que trabalhava com reprodução assistida- foi acusado de
assédio sexual. O caso teve um efeito surpreendente. Dezenas de
mulheres, em seguida, fizeram suas denuncias, o que resultou na
condenação do violador a 278 anos de prisão. Outras historias com
ginecologistas, bispos, professores, padres -pessoas consideradas na
sociedade como acima de qualquer suspeita- tem sido, com freqüência,
denunciados de assédio e abuso sexual.
Neste momento, estamos vivendo
outro caso emblemático. Desta vez, trata-se de um pastor: um homem de
85 anos chamado Aldo Bertoni, líder da igreja apostólica, com sede em
São Paulo e mais de 25 mil seguidores em todo o país. Para os e as
fiéis, este homem é quase um Deus intocável. A religião criada por ele e
sua Avó Dalva (nos anos 60) tem disciplina rígida e normas como: as
mulheres devem vestir sempre roupas abaixo do joelho, é proibido ver TV,
a vida das e dos fieis tem que ser dedicada exclusivamente a igreja.
Como Aldo Bertone é
considerado por muitos uma divindade, as pessoas com problemas de
qualquer ordem procuram sua ajuda, conselhos ou mesmo a cura para
doenças. Assim, mulheres que, em momentos de dificuldade ou de doenças, o
procuraram e foram abusadas sexualmente. Um caso foi o de uma mulher
que buscava cura para um câncer de útero. Aldo Betone afirmou que teria
como curá-la através de relações sexuais, pois seu sêmen tinha poder de
cura.
Há mais de dois anos algumas
mulheres tiveram a coragem de denunciar publicamente o abuso sofrido.
Foi uma atitude de coragem destas mulheres pois o crime de abuso sexual é
um crime silencioso, sem testemunhas, e o violador conta com seu poder
frente às vítimas e com sua respeitabilidade frente aos demais. No caso
do pastor Aldo, é ainda mais complexo pois ele é considerado “Santo
Primaz, profeta dos ultimos tempos" para os e as fieis.
Por tudo isto, as mulheres que
denunciaram a violencia foram transformadas em culpadas. Neste caso,
onde em geral toda família participa desta mesma religião, estas
mulheres vem enfrentando humilhações e hostilidade tanto dentro da
famila como na comunidade religiosa. O agressor é acolhido, defendido e
apoiado. As mulheres, vítimas de violencia, são desacreditadas.
As pessoas fazem muitas
perguntas como: por que somente agora ela denuncia? Por que não gritou
na hora? É fácil fazer essas perguntas, mas, para quem vive uma situação
de assédio sexual, estupro ou abuso por uma pessoa com estas
características não é simples. O importante é que, em algum momento, uma
fez a denúncia, o que encorajou várias outras a fazer o mesmo. A
pergunta que devemos fazer é: quantas mais ainda não tiveram coragem de
denunciar e levarão esta violência como segredo e sofrimento pelo resto
da vida, por medo de serem julgadas pela comunidade?
Ao invés de questionar as
vítimas, temos que acolher estas mulheres, ouvi-las sem julgamento para
que sintam e saibam que fizeram a coisa certa. Não importa o momento da
denúncia. Se o caso foi há vinte anos ou recente, uma hora este agressor
tem que pagar pelo crime para que outros sejam constrangidos de
continuar assediando sexualmente as mulheres. A violencia continua pois
os homens acreditam que não serão punidos.
O Ministério Publico já pediu a
prisão preventiva do pastor Aldo. Nós, do movimento de mulheres,
queremos que a justiça seja feita: o agressor na prisão e as mulheres
vítimas apoiadas inclusive pscologicamente, para enfrentar as
humilhações impostas por familiares e por parte da comunidade que
acredita na santidade deste homem. Ressaltamos que este homem é um
violador, estuprador e agressor, que se utiliza da boa fé de uma
comunidade para manter o luxo e a riqueza e transformar as mulheres em
objeto para seu uso.
Toda a nossa solidariedade as mulheres vitimas desta violência!
Punição ao assediador!
Punição ao assediador!
Marcha Mundial das Mulheres
Casa Viviane dos santos
Casa Cidinha Kopcak
SOF - Sempreviva Organização Feminista
Mais informações sobre a denúncia aqui: http://www.youtube.com/watch? v=6JKaQmMvXSU&feature=player_ embedded
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
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