quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Erradicação da violência contra mulheres é foco da campanha realizada pelos movimentos Via Campesina

Os movimentos da Via Campesina estão engajados em uma campanha para erradicar a violência contra as mulheres, a fim de que a sociedade possa constituir igualdade para todos, sem opressão de gênero, através de denúncias, cobranças do poder público e incentivo às mulheres, para que elas se organizem e lutem para combater os problemas desse tipo de violência.
De acordo com os movimentos da Via Campesina, a figura feminina é vítima da violência devido ao modelo patriarcal de sociedade, no qual as relações pessoais não estão fundamentadas no afeto, mas nas relações de poder e propriedade. Dentro desse contexto, as mulheres têm dificuldade pra entenderem que estão sofrendo violência, principalmente quando esta não é física, por isso é vista de forma natural.
Há diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres além da física (ou seja, as agressões e até assassinato) e da sexual (estupros e outros atos contra a sua vontade). Há também a violência psicológica (ameaças e chantagens), patrimonial (omissão ou destruição de objetos) e moral (calúnias e injúrias).

Violência contra as mulheres do campo

Adriana Mezadri, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), explica que, para as mulheres do campo, há alguns agravantes. “Por causa do isolamento e das relações mais conservadoras nas famílias, acabamos tendo mais dificuldade para denunciar esses casos. Há muita dificuldade em se separar dos maridos, porque as mulheres são mais culpabilizadas pelo fim dos relacionamentos”, conta.
Além desse tipo de violência praticado dentro de casa, as mulheres camponesas estão sujeitas à violência do agronegócio e dos grandes projetos, como os de barragens. “Eles avançam sobre os nossos territórios e nos expulsam. E sabemos que esses problemas atingem as mulheres com mais força, com casos de violência sexual e prostituição, que acompanham esses projetos”.

O MAB  -Movimento dos Atingidos por Barragens vem tratando desse assunto com bastante destaque este ano, a partir do Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens, realizado em abril em Brasília. O Movimento também publicou uma cartilha sobre as violações dos direitos humanos das mulheres na construção de barragens, comprovando que elas são as mais prejudicadas por esses projetos. Além disso, diversos estados estão organizando encontros estaduais de mulheres para discutir o tema da campanha, entre outros assuntos.

A militante do MMC destaca a importância das mulheres se unirem para combater esse problema: “É fundamental a organização entre as mulheres. Se você não tem com quem conversar, em quem se apoiar, acha que não tem saída. Organizadas nós nos ajudamos, encaramos os problemas e conseguimos lutar por mudanças”, explica.

A violência em números
Mais de 40% das mulheres brasileiras já sofreram violência doméstica;
A cada 24 segundos, uma mulher sofre violência física no país;
Entre 1997 e 2007, 10 mulheres foram assassinadas por dia no Brasil;
Até 47% das mulheres do mundo tiveram sua primeira relação sexual forçada.



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