Olá!
Já que temos visto que se proliferam por aí Brunos e Mizaels e Mel Gibsons, é inevitável chegar à conclusão de que estudar o Barba Azul é imprescindível. Vamos começar?
Antes de apresentar o conto em si, vou propor que comecemos a pensar a respeito do assunto. Dessa forma, você amadurece e se abre para captar nele sua riqueza, e aproveitar suas lições.
Fiquei me perguntando como começar a conversa sobre esse tema, e decidi que minha abordagem começa por aqui: O Barba Azul Existe - e você precisa enxergá-lo.
Encaremos de frente: o mal existe, às vezes pode travestir-se de riqueza e amabilidade, e precisamos estar atentas para nos proteger dele! Temos que nos preparar para enfrentar esses monstros, sejam eles personagens do mundo ao nosso redor, sejam eles parte da nossa psique.
É claro que qualquer pessoa que esteja lendo este post já percebeu que o Barba Azul representa algo de mal. Clarissa, em Mulheres que Correm com os Lobos, o define como um verdadeiro potentado predatório, cuja intenção é nos destruir. Ele pode ser um parente ou conhecido seu, no mundo físico, mas ele também existe dentro de você. É um aspecto de sua psique que trabalha contra a sua natureza, e contra tudo o que for positivo: contra o desenvolvimento, contra a harmonia e contra o que for selvagem.
Ele "surge no meio dos planos mais significativos da alma, isola a mulher de sua natureza intuitiva e a faz sentir-se frágil diante da vida".
E, por que insisto em dizer que o Barba Azul existe, se, no mundo em que vivemos, a mídia privilegia a desgraça, e basta ligar a TV ou abrir o jornal para que o Mal seja cuspido na nossa cara? Será que você já não sabe disso? Pra que ficar estudando o Barba Azul, se são tantos os monstros da vida real, enclausurando famílias inteiras, estuprando as próprias filhas, jogando garotinhas pela janela, escravizando seres humanos, que essa idéia de que o mal existe, e de que precisamos estar preparadas pra nos proteger dele já deveria estar mais do que entranhada em nós.
Pergunto: está???
Estamos preparadas para, na presença do predador, detectá-lo, e combatê-lo? Estamos preparadas para detectar qual parte de nossa psique joga contra nós, e anular o efeito de suas cruéis investidas? Se não, por quê? Vamos pensar nisso.
Quero trabalhar aqui a irrefutável teoria de Clarissa, sobre a negação do Mal.
Qualquer mulher que já tenha parado para pensar na educação que recebeu e no que a sociedade demonstra esperar dela, percebeu que há uma mensagem que se repete, implícita ou explicitamente:
não veja, não tenha insight, não fale, não haja.
Clarissa chama isso de "introjeções sombrias que, para as mulheres, são objeto de controvérsia". Ou seja: você recebe essas mensagens a vida toda, acaba acreditando que são verdadeiras, e as incorpora em seu modo de ser.
Mas... sua mulher selvagem, sua alma, sabe que isso não está certo. O antídoto para o mal, a forma de expulsar o predador, é fazer exatamente o contrário. Clarissa nos aconselha:
"tente prestar atenção à sua voz interior; faça perguntas; seja curiosa; veja o que estiver vendo; ouça o que estiver ouvindo; e então aja com base no que sabe ser verdade."
Um conselho como este pode parecer estranho: veja o que estiver vendo, ouça o que estiver ouvindo. Não é até engraçado? Não!!! Não é engraçado! É muuuito triste. O fato é que somos treinadas, desde crianças, a não ver o que estamos vendo, não ouvir o que estamos ouvindo. Aprendemos, desde cedo, a dourar a pílula. Amenizar as situações. Esconder o que é feio. Usamos eufemismos, palavras à meia-boca, expressões de constrangimento, e varremos a sujeira pra debaixo do tapete. Tanto fingimos não ver o que estamos vendo, que acabamos nos convencendo de que aquilo que estamos vendo realmente não existe. Complicado, não? Nem tanto.
Quem já não mordeu a língua para não chamar de agiota aquele conhecido que vive de emprestar dinheiro a juros extorsivos, porque seria ofensivo? Na nossa sociedade, é falta de educação ou preconceito (veja só!) chamar o gordo de gordo, o careca de careca, o pobre de pobre, o negro de negro, o velho de velho... Ou seja: não podemos dar nomes aos bois, porque é feio.
Temos muito acesso à informação, mas quando os problemas estão muito perto de nós, há uma enoorme dificuldade em se falar abertamente sobre eles.
Infelizmente, ficamos sabendo, a todo momento, de casos e mais casos de famílias inteiras acobertando todo tipo de loucura. Pais pedófilos, que abusam por anos a fio dos próprios filhos, sem que isso venha à tona; alcoólatras que nem ao menos percebem que são alcoólatras, porque ninguém tem coragem de falar sobre isso; mulheres que apanham frequentemente, e que não conseguem pedir ajuda a ninguém; pessoas doentes, que não têm coragem de se assumir doentes... Tanta coisa...
A impressão que tenho é de que se aprende, desde cedo, que quando a coisa parece ser muito feia, melhor fingir que nada aconteceu.
E posso dizer que, se cada um de nós começar a pensar na própria vida, vai encontrar inúmeras situações em que a conclusão a que chegamos foi essa.
Você lembra de algo assim em sua vida? Alguma coisa que foi tão abafada por todos ao seu redor, que você chegou à conclusão de que o melhor a fazer seria fingir não ter visto, não ter ouvido, e não falar nada?
Será que, de tanto passar por isso, você não introjetou essa idéia de não enxergar o que é muito feio ou ruim? De negar a realidade? Pense nisso. E me conte. Abra os olhos e veja, de verdade, o mundo ao seu redor.
Escrever sobre isso me fez lembrar dos três macaquinhos da lenda dos três macacos sábios. Você conhece? Vamos falar sobre ela numa próxima oportunidade!
Vou ficar por aqui, esperando seus relatos de "negação da realidade". Quero muito que vocês se dêem ao trabalho de relatar seus próprios casos, e fazer suas próprias reflexões.
Vou esperar por isso! Trocando, aprendemos!
Beeeijos!!! :)
Analú
Já que temos visto que se proliferam por aí Brunos e Mizaels e Mel Gibsons, é inevitável chegar à conclusão de que estudar o Barba Azul é imprescindível. Vamos começar?
Antes de apresentar o conto em si, vou propor que comecemos a pensar a respeito do assunto. Dessa forma, você amadurece e se abre para captar nele sua riqueza, e aproveitar suas lições.
Fiquei me perguntando como começar a conversa sobre esse tema, e decidi que minha abordagem começa por aqui: O Barba Azul Existe - e você precisa enxergá-lo.
Encaremos de frente: o mal existe, às vezes pode travestir-se de riqueza e amabilidade, e precisamos estar atentas para nos proteger dele! Temos que nos preparar para enfrentar esses monstros, sejam eles personagens do mundo ao nosso redor, sejam eles parte da nossa psique.
É claro que qualquer pessoa que esteja lendo este post já percebeu que o Barba Azul representa algo de mal. Clarissa, em Mulheres que Correm com os Lobos, o define como um verdadeiro potentado predatório, cuja intenção é nos destruir. Ele pode ser um parente ou conhecido seu, no mundo físico, mas ele também existe dentro de você. É um aspecto de sua psique que trabalha contra a sua natureza, e contra tudo o que for positivo: contra o desenvolvimento, contra a harmonia e contra o que for selvagem.
Ele "surge no meio dos planos mais significativos da alma, isola a mulher de sua natureza intuitiva e a faz sentir-se frágil diante da vida".
E, por que insisto em dizer que o Barba Azul existe, se, no mundo em que vivemos, a mídia privilegia a desgraça, e basta ligar a TV ou abrir o jornal para que o Mal seja cuspido na nossa cara? Será que você já não sabe disso? Pra que ficar estudando o Barba Azul, se são tantos os monstros da vida real, enclausurando famílias inteiras, estuprando as próprias filhas, jogando garotinhas pela janela, escravizando seres humanos, que essa idéia de que o mal existe, e de que precisamos estar preparadas pra nos proteger dele já deveria estar mais do que entranhada em nós.
Pergunto: está???
Estamos preparadas para, na presença do predador, detectá-lo, e combatê-lo? Estamos preparadas para detectar qual parte de nossa psique joga contra nós, e anular o efeito de suas cruéis investidas? Se não, por quê? Vamos pensar nisso.
Quero trabalhar aqui a irrefutável teoria de Clarissa, sobre a negação do Mal.
Qualquer mulher que já tenha parado para pensar na educação que recebeu e no que a sociedade demonstra esperar dela, percebeu que há uma mensagem que se repete, implícita ou explicitamente:
não veja, não tenha insight, não fale, não haja.
Clarissa chama isso de "introjeções sombrias que, para as mulheres, são objeto de controvérsia". Ou seja: você recebe essas mensagens a vida toda, acaba acreditando que são verdadeiras, e as incorpora em seu modo de ser.
Mas... sua mulher selvagem, sua alma, sabe que isso não está certo. O antídoto para o mal, a forma de expulsar o predador, é fazer exatamente o contrário. Clarissa nos aconselha:
"tente prestar atenção à sua voz interior; faça perguntas; seja curiosa; veja o que estiver vendo; ouça o que estiver ouvindo; e então aja com base no que sabe ser verdade."
Um conselho como este pode parecer estranho: veja o que estiver vendo, ouça o que estiver ouvindo. Não é até engraçado? Não!!! Não é engraçado! É muuuito triste. O fato é que somos treinadas, desde crianças, a não ver o que estamos vendo, não ouvir o que estamos ouvindo. Aprendemos, desde cedo, a dourar a pílula. Amenizar as situações. Esconder o que é feio. Usamos eufemismos, palavras à meia-boca, expressões de constrangimento, e varremos a sujeira pra debaixo do tapete. Tanto fingimos não ver o que estamos vendo, que acabamos nos convencendo de que aquilo que estamos vendo realmente não existe. Complicado, não? Nem tanto.
Quem já não mordeu a língua para não chamar de agiota aquele conhecido que vive de emprestar dinheiro a juros extorsivos, porque seria ofensivo? Na nossa sociedade, é falta de educação ou preconceito (veja só!) chamar o gordo de gordo, o careca de careca, o pobre de pobre, o negro de negro, o velho de velho... Ou seja: não podemos dar nomes aos bois, porque é feio.
Temos muito acesso à informação, mas quando os problemas estão muito perto de nós, há uma enoorme dificuldade em se falar abertamente sobre eles.
Infelizmente, ficamos sabendo, a todo momento, de casos e mais casos de famílias inteiras acobertando todo tipo de loucura. Pais pedófilos, que abusam por anos a fio dos próprios filhos, sem que isso venha à tona; alcoólatras que nem ao menos percebem que são alcoólatras, porque ninguém tem coragem de falar sobre isso; mulheres que apanham frequentemente, e que não conseguem pedir ajuda a ninguém; pessoas doentes, que não têm coragem de se assumir doentes... Tanta coisa...
A impressão que tenho é de que se aprende, desde cedo, que quando a coisa parece ser muito feia, melhor fingir que nada aconteceu.
E posso dizer que, se cada um de nós começar a pensar na própria vida, vai encontrar inúmeras situações em que a conclusão a que chegamos foi essa.
Você lembra de algo assim em sua vida? Alguma coisa que foi tão abafada por todos ao seu redor, que você chegou à conclusão de que o melhor a fazer seria fingir não ter visto, não ter ouvido, e não falar nada?
Será que, de tanto passar por isso, você não introjetou essa idéia de não enxergar o que é muito feio ou ruim? De negar a realidade? Pense nisso. E me conte. Abra os olhos e veja, de verdade, o mundo ao seu redor.
Escrever sobre isso me fez lembrar dos três macaquinhos da lenda dos três macacos sábios. Você conhece? Vamos falar sobre ela numa próxima oportunidade!
Vou ficar por aqui, esperando seus relatos de "negação da realidade". Quero muito que vocês se dêem ao trabalho de relatar seus próprios casos, e fazer suas próprias reflexões.
Vou esperar por isso! Trocando, aprendemos!
Beeeijos!!! :)
Analú
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