O Brasil e mais 158 países se mobilizam, até o próximo dia 10, pela erradicação da violência contra as mulheres. Neste domingo (6), porém, os homens é que serão o destaque da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, coordenada, no Brasil, pela ONG Agende Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento-AGENDE.
O dia 6 de dezembro é lembrado, desde 2007 e por força de lei (nº 11.489), como o Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Esta é uma das datas-marco da Campanha 16 Dias de Ativismo e foi inspirada na Campanha Laço Branco, uma mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres.
A Campanha do Laço Branco recebeu esse nome em razão do massacre na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá. Em 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos invadiu uma das salas da faculdade e matou, a queima roupa, 14 alunas do curso de engenharia. Outras 13 ficaram feridas no maior crime já registrado em território canadense em uma instituição educacional.
Em carta deixada pelo assassino, que se suicidou após o massacre, ele afirmava que não poderia aceitar o fato de mulheres estudarem engenharia, curso tradicionalmente escolhido e dirigido ao público masculino. O crime mobilizou a opinião pública e resultou em um amplo debate sobre o preconceito, as desigualdades de gênero e a violência gerada pelo desequilíbrio social. Lançava-se, então, a Campanha do Laço Branco.
Neste domingo e no decorrer da Campanha 16 Dias de Ativismo, a idéia é que homens (e mulheres) assumam a responsabilidade de lutarem pelo fim da violência contra as mulheres. A proposta é que a sociedade se mobilize, levando para as ruas fitas ou laços brancos, símbolos mundiais adotados pela Campanha do Laço Branco, cujo lema é "Jamais cometer um ato de violência contra mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência".
Para a diretora-executiva da Agende, Marlene Libardoni – que coordena nacionalmente a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, desde 2003 – “essa é a oportunidade para que todos, especialmente os homens, demonstrem que estão atentos e sensíveis à violência contra as mulheres e a um triste cenário no Brasil e no Mundo”.
De acordo com pesquisa feita este ano pelo Ibope, encomendada pelo Instituto Avon, 56% dos entrevistados apontaram a violência doméstica contra as mulheres como o problema que mais preocupa a brasileira. O estudo também mostrou que 48% acreditam que o exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres.
Com o slogan “Uma vida sem violência é um direito das mulheres. Comprometa-se. Tome uma atitude. Exija seus direitos”, a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres está focada, este ano, nas chamadas violências “sutis”, ou seja, atos de violência moral, psicológica e de controle econômico e de sociabilidade, entre outros, considerados “normais” ou “naturais” por estarem arraigados na cultura e porque, muitas vezes, não são direta ou claramente percebidos como violência pela sociedade e pelas próprias mulheres vitimadas.
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