sábado, 25 de julho de 2009

25 de Julho, pouco a comemorar e muito a reivindicar.


Durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo (República Dominicana) em 25 de julho de 1992, definiu-se que este dia seria o marco internacional da luta e resistência da mulher negra.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) de 2008, das 27 Unidades da Federação o Brasil tem grandes chances de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 4, que trata da redução da mortalidade na infância. Contudo, as crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, em comparação às ricas. A mortalidade infantil entre crianças filhas de mães negras é cerca de 40% maior do que entre as filhas de mães brancas.
O Brasil, de acordo com o índice de desenvolvimento de gênero, IDG (relatório de desenvolvimento humano elaborado pelo PNUD), ocupa a situação de septuagésimo nono (79º) lugar entre 143 países, no que se refere aos indicadores de desigualdade entre sexos. Quando se refere à população negra, o Brasil no recorte gênero, raça/etnia fica em nonagésimo primeiro lugar (91º). No IDH de 2002, em 65º.
Nas relações de gênero aspectos da raça/etnia e classe social obtivemos a criação de leis, executarem o que foi assinado é que são eles.
Muito por reivindicar contra a violência ideológica imposta no cotidiano com a nossa imagem que de tão estereotipada induz nossas meninas negras a sentirem vergonhas de serem negras.
Muito a cobrar para a execução do Plano Nacional da Saúde da População Negra no SUS quanto às doenças específicas da mulher negra. Necessitamos de um olhar diferenciado dos profissionais de saúde com respeito ao tratamento da hipertensão, diabetes mellitus, as doenças cardiovasculares; da anemia falciforme para diminuir a mortalidade precoce de doentes falciformes, DST/HIV/AIDS, câncer de mama, útero, e de pulmão, a depressão, alcoolismo, estresse, infecções, cirrose hepática a saúde mental só para citar as mais comuns. Não poderia deixar de citar a responsabilidade de se reciclar a saúde pública para outro olhar para atendimento de casos de violência doméstica, sexual e racial, como também o reconhecimento das ações de saúde prestadas pelos terreiros de candomblé.
Estamos incluídas nas maiores taxas de desemprego e recebemos rendimentos com cerca de 60% a menos que as demais mulheres.
Estarmos inclusas como maioria do mercado informal não é opção nossa, vêm da necessidade para sobreviver à fome. Se 1% do percentual de 56% das trabalhadoras domésticas possuem registro em carteira ,na atual crise econômica os dias no emprego e salário diminuíram,no entanto,o serviço fica acumulado e não existe o pagamento das horas extras.
Somos as filha de avó, das tias crecheiras, das irmãs mais velhas.São ainda as filhas e filhos de patroas que passam mais tempo com nossas mães.
A data não é só de comemoração mas de denúncia para informar a população brasileira as condições de vida das mulheres negras no Brasil,América Latina e Caribe
Ps: Texto extraido do Livro E a mulher negra como fica?

Reprodução autorizada desde que comunicado à autora Alzira Rufino, e-mail: ccmnegra@uol.com.br

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