No Brasil, existem 241 rotas de tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual, 1.820 pontos de exploração sexual infantil nas rodovias federais, 13.472 denúncias de pornografia infantil na internet apenas no primeiro semestre de 2010 e 3.600 denúncias telefônicas de abuso e exploração sexual infanto-juvenil no mesmo período.
Esses dados mostram que a violência sexual infantil é, sem dúvida, uma questão delicada no Brasil. Segundo a World Childhood Foundation, além da vulnerabilidade econômica, existem outros fatores que podem favorecer esse tipo de violência. Um deles é a erotização precoce da criança e do adolescente pela mídia.
Para Anna Flora Werneck, existe, também, uma relação que se estabelece entre a exploração sexual e o consumo, que não pode ser analisada como causa isolada, mas que certamente contribui como um fator de vulnerabilidade. Em estudo recente da WCF, 65% das meninas declararam usar o dinheiro da exploração sexual para comprar celular, tênis, roupa. A exploração sexual não se restringe a bolsões de pobreza e se manifesta de diversas formas, assim como o desejo de consumo não é despertado apenas naqueles investidos de poder aquisitivo.
Recentemente recebi uma reprodução da campanha publicitária da grife de biquínis Água de Coco, publicada na Revista Joyce Pascowitch (abaixo). No anúncio, uma criança é retratada como uma mini-mulher. Fotografada em uma pose apelativa, vestida de maneira sensual, mexendo em um aparelho celular, a imagem rompe com a fronteira entre mulher e menina – o que pode ser perigoso num país onde as barreiras que delimitam e protegem a infância já são notavelmente embaçadas.
A infância é uma construção social, uma convenção que visa a proteger aqueles que estão em desenvolvimento, e por isso, mais vulneráveis. Quando desconstruímos a imagem de uma criança, estamos colocando em risco alguns de seus direitos. Além disso, vale lembrar que mesmo as crianças que não podem adquirir os produtos oferecidos pela publicidade acabam absorvendo e reproduzindo os comportamentos que o anúncio propõe como adequados, já que a publicidade apela para a necessidade de pertencimento da criança.
Esses dados mostram que a violência sexual infantil é, sem dúvida, uma questão delicada no Brasil. Segundo a World Childhood Foundation, além da vulnerabilidade econômica, existem outros fatores que podem favorecer esse tipo de violência. Um deles é a erotização precoce da criança e do adolescente pela mídia.
Para Anna Flora Werneck, existe, também, uma relação que se estabelece entre a exploração sexual e o consumo, que não pode ser analisada como causa isolada, mas que certamente contribui como um fator de vulnerabilidade. Em estudo recente da WCF, 65% das meninas declararam usar o dinheiro da exploração sexual para comprar celular, tênis, roupa. A exploração sexual não se restringe a bolsões de pobreza e se manifesta de diversas formas, assim como o desejo de consumo não é despertado apenas naqueles investidos de poder aquisitivo.
Recentemente recebi uma reprodução da campanha publicitária da grife de biquínis Água de Coco, publicada na Revista Joyce Pascowitch (abaixo). No anúncio, uma criança é retratada como uma mini-mulher. Fotografada em uma pose apelativa, vestida de maneira sensual, mexendo em um aparelho celular, a imagem rompe com a fronteira entre mulher e menina – o que pode ser perigoso num país onde as barreiras que delimitam e protegem a infância já são notavelmente embaçadas.
A infância é uma construção social, uma convenção que visa a proteger aqueles que estão em desenvolvimento, e por isso, mais vulneráveis. Quando desconstruímos a imagem de uma criança, estamos colocando em risco alguns de seus direitos. Além disso, vale lembrar que mesmo as crianças que não podem adquirir os produtos oferecidos pela publicidade acabam absorvendo e reproduzindo os comportamentos que o anúncio propõe como adequados, já que a publicidade apela para a necessidade de pertencimento da criança.
Fonte: Consumismo e Infância
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