quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cai índice de gravidez na adolescência

Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostra que o número de partos em meninas com idade entre 10 e 19 anos apresentou uma redução de 30,6% nos últimos dez anos. Em 1998, foram registrados 699,72 mil, ante 485,64 mil no ano passado. A queda ocorreu em todos os Estados, com exceção do Amapá.

Em 1998, o Amapá havia contabilizado 2.379 partos de adolescentes, contra 3.313 no ano passado. A explicação para a redução, segundo o Ministério, é uma combinação de educação sexual com o uso de métodos anticoncepcionais, incluída a pílula do dia seguinte.

Em todas as regiões a queda foi importante. A maior redução foi na Região Centro-Oeste, com 36,7%, seguida pela Região Sul, com 36,4%, e Sudeste, com 36,17%. No Nordeste, a queda foi de 27,82% e na Região Norte, 12%. O número de abortos legais - feitos quando a gravidez coloca a vida da gestante em risco ou quando ela é resultado de violência sexual - também registrou uma queda significativa nos serviços públicos de saúde. Entre janeiro de 99 e fevereiro de 2006, os registros de interrupção de gravidez entre 10 e 14 anos caíram 2,37%. Na faixa entre 15 e 19 anos, a redução foi de 38,2%.

Causas - "A queda do número de partos pode ser atribuída a uma melhora do acesso dos adolescentes à informação e aos métodos contraceptivos", afirma a coordenadora da área de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare. Entre as ações importantes que influenciaram esses números, ela destaca projetos conjuntos feitos com o Ministério da Educação, que permitem a distribuição de preservativos e a intensificação da educação sexual nas instituições de ensino, como Saúde nas Escolas e Prevenção e Saúde nas Escolas.

A pílula do dia seguinte exerceu também um papel preponderante nesses indicadores. Thereza lembra que até o início desta década a pílula era encontrada somente nos serviços de referência para atendimento a mulheres vítimas de violência. Hoje, o medicamento está disponível na rede básica de saúde para mulheres que tiveram uma relação de risco. "Não há dúvida de que esta oferta reduziu o número de gestações indesejáveis", completa.

Ela considera ainda extremamente importante o trabalho feito pelo Programa Saúde da Família. "Os agentes procuram dar informações para aquelas que nunca tiveram filhos e identificar adolescentes que já são mães. Neste caso, a ideia é tentar retardar ao máximo uma segunda gestação." Thereza conta que, entre adolescentes, é muito comum haver um espaço pequeno entre a primeira e a segunda gravidez.

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