"Um dia histórico e um tremendo passo à frente": foi com essa manchete que a revista Der Stern anunciou, na década de 60, o lançamento do contraceptivo oral no mercado alemão. Tudo havia começado no início dos anos 50 nos Estados Unidos. A feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick haviam se unido para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata.
O cientista Gregory Pincus aceitou o desafio. Mas tinha que trabalhar às escondidas, pois os contraceptivos estavam oficialmente proibidos nos Estados Unidos até 1965. Ele alegou tratar-se de uma pesquisa para aliviar os sintomas da menstruação e encerrou seu trabalho cinco anos depois de iniciar as pesquisas. No dia 18 de agosto de 1960 lançou o novo produto no mercado norte-americano: o Enovid-10.
Katherine Dexter McCormick |
A revolução sexual dos anos 60
O sexo, na época, ainda era tratado apenas como meio de reprodução. Por isso, a pílula significou uma reviravolta no conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter relações sexuais apenas por prazer. A demanda aumentou muito a partir de 1965 na Alemanha. Ao mesmo tempo em que a indústria farmacêutica enriquecia, o sexo masculino começou a preocupar-se com a fidelidade de esposas e namoradas.
O auge da pílula anticoncepcional veio a seguir, com Woodstock e os hippies, a efervecência do movimento estudantil e o avanço do feminismo. Em pouco tempo, no entanto, começaram a ficar claros os efeitos colaterais, como mal-estar e ganho de peso.
Os laboratórios continuaram pesquisando e criaram a mini e a micropílula (com dosagens hormonais menores), a pílula para depois, a pílula do aborto, o adesivo e o implante com hormônios. Parece faltar apenas um tipo de pílula: a para o homem
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