sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nota do CFP sobre a suspensão do kit anti-homofobia

O Conselho Federal de Psicologia vem externar sua preocupação com a suspensão do kit anti-homofobia, uma vez que esse material constitui-se um dispositivo importante e qualificado, técnica e politicamente, para a discussão do preconceito contra homossexuais na perspectiva dos processos educativos. A formação de jovens e adolescentes pressupõe necessariamente a valorização da cidadania plena, do respeito às diferenças e da promoção dos direitos humanos.
Nesse sentido, elaboramos um parecer favorável acerca da utilização deste material educativo compreendendo o papel da escola na formação de sujeitos livres, autônomos e protagonistas dos seus próprios destinos.
Esperamos que a ampliação do debate público proposto pela presidenta não culmine com a prevalência das posições conservadoras, preconceituosas e homofóbicas, firmando uma posição neste país que a verdadeira democracia com conquistas sociais não pode ser aviltada.
Esse parecer do Conselho Federal de Psicologia foi encaminhado ao Ministério da Educação e outros órgãos diretamente envolvidos com a questão dos direitos humanos, constituindo-se um posicionamento oficial da autarquia.
Conselho Federal de Psicologia

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pesquisa mapeia sexologia no Brasil




Os resultados da pesquisa “Sexualidade, Ciência e Profissão no Brasil” já estão disponíveis para download. O lançamento aconteceu no último dia 13, em mesa redonda coordenada pelo antropólogo Sergio Carrara e que reuniu as pesquisadoras Jane Russo (IMS/UERJ) e Fabíola Rohden (UFRGS), coordenadoras da pesquisa no Brasil.

Os resultados do relatório referente ao Brasil, que teve a participação dos pesquisadores Igor Torres, Livi Faro e Marina Nucci, mostram de que maneira o campo profissional da Sexologia se estrutura no país. O mapeamento do campo foi realizado a partir de análise de publicações, investigações em eventos e congressos e entrevistas com os principais profissionais da área. O relatório brasileiro faz parte da pesquisa “Sexualidade, Ciência e Profissão na América Latina”, que é fruto de uma parceria entre o CLAM/IMS/UERJ e o Inserm (Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica), da França. O relatório brasileiro é o primeiro de uma série de resultados de países latino-americanos, entre eles Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru.

Durante a mesa redonda foi discutida a chamada “medicalização da sexualidade”. No Brasil, a institucionalização da sexologia aconteceu na década de 80, época da criação do Núcleo de Sexologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ). “A sexologia surge a partir da medicina, mais especificamente da ginecologia obstetrícia, mas já começa sendo um campo multiprofissional, que conta com médicos, psicólogos, educadores”, explicou Jane Russo.

A partir dos anos 90, o campo da sexologia é deslocado para a urologia, com o surgimento da medicina sexual, que tem foco na sexualidade masculina e em disfunções sexuais de homens. “Se antes o foco da sexologia eram as mulheres, com a emergência da medicina sexual o foco passa a ser o público masculino e a sexualidade passa a ser concebida a partir de uma perspectiva totalmente biomédica”, relatou a pesquisadora.

Atualmente, a medicina sexual conta com amplo financiamento por parte de laboratórios farmacêuticos, que patrocinam congressos e seminários promovidos pelaAbeis (Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual). “A medicina sexual parece estar ocupando um espaço antes ocupado por teorias e visões psicológicas do ser humano, das quais a sexologia fazia parte”, completou.

“A medicina sexual é muito profissionalizada e institucionalizada. Ela caminha lado a lado com a medicalização da sexualidade. Desde o lançamento do Viagra pelo laboratório Pfizer, em 1998, nós assistimos a uma nova era no processo de medicalização da sexualidade masculina”, afirmou a pesquisadora Fabíola Rohden (UFRGS), que, ao lado de Jane Russo, coordenou a equipe brasileira.

Outro assunto discutido durante o encontro foi a relação entre a medicalização e farmacologização da sexualidade e os direitos sexuais. Apresentada na fala da pesquisadora Fabíola Rohden, a New View Campaign é um exemplo de organização voltada para a garantia dos direitos sexuais. Criada em 2000 pela sexóloga canadense Leonore Tiefer, a organização busca estabelecer uma crítica ao modelo médico e às indústrias que promovem drogas voltadas à sexualidade feminina. “Esse movimento se opõe à noção de uma ‘sexualidade feminina normal’, afirmando que a sexualidade da mulher é mais complexa. A perspectiva é interessante, no entanto, precisamos ficar atentos a uma reificação dos gêneros”, alertou Fabíola Rohden.

O próximo passo da pesquisa latino-americana é realizar uma análise comparativa entre os campos da sexologia nos países pesquisados. O relatório com os dados recolhidos na Argentina será o próximo a ser divulgado, ainda sem data definida.

Para ter acesso ao relatório brasileiro completo, clique aqui.





CLAM

A ONU e os direitos das mulheres


A ONU e os direitos das mulheres

Em meados de abril, a 44ª Sessão da Comissão de População e Desenvolvimento (CPD) da Organização das Nações Unidas (ONU) discutiu temas que, ainda hoje, configuram um panorama de desigualdade e desrespeito aos direitos das mulheres. Presente na reunião, a advogada do Ipas Brasil Beatriz Galli afirma, em artigo para o CLAM, que, apesar de a Conferência do Cairo, em 1994, ter definido compromissos internacionais sobre saúde reprodutiva a partir de uma perspectiva de direitos humanos, os desafios ainda persistem. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher (28 de maio), os impasses na reunião da ONU sobre temas como mortalidade materna, aborto, gravidez, contracepção e feminização do HIV/Aids atestam os obstáculos que emperram a extensão dos direitos da mulher.



Clique aqui para ler o artigo .
Publicada em: 25/05/2011 �s 11:50 artigos e resenhas




CLAM

Brasileiro é condenado à prisão perpétua na Suíça por estuprar menina de 4 anos

Brasileiro é condenado à prisão perpétua na Suíça por estuprar menina de 4 anos


Um brasileiro de 30 anos, que em 2002 estuprou uma menina de quatro anos na cidade suíça de Lucerna, foi condenado à prisão perpétua após o Tribunal Federal suíço rejeitar nesta quinta-feira (26/05) um último recurso.


No dia do crime, o homem, que na ocasião tinha 21 anos, iria se encontrar com um traficante de cocaína, mas errou de apartamento. Na outra casa estavam uma mulher de 77 anos e sua neta, de quatro. Após bater na avó até deixá-la inconsciente, ele estuprou a menina.

O agressor foi detido e identificado por meio de um teste de DNA. Em um primeiro momento, ele foi condenado à prisão perpétua, mas após a apresentação de um primeiro recurso ao Tribunal Federal, esta sentença foi cancelada e o tribunal cantonal de Lucerna o condenou a sete anos de prisão por estupro, relações sexuais com crianças e lesões corporais graves.

Ele também foi obrigado a passar um tratamento psicoterapêutico em uma clínica. Nesta quinta-feira, no entanto, o Tribunal Federal confirmou a condenação à prisão perpétua depois que uma investigação realizada em 2010 mostrou, de acordo com os analistas, que o homem era "incurável" e que o tratamento não podia ter êxito. 
Leia mais:
A pena de morte é efetiva?
ONU denuncia pelo menos 303 estupros no Congo ex-Zaire
Garoto de 13 anos pode ser condenado à prisão perpétua nos EUA
ONU reconhece que pode ter falhado na proteção de mulheres e crianças no Congo

Fonte: Universidade Livre Feminista

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Secretaria de Políticas para Mulheres lança dois Editais para seleção de projetos

SPM lança dois Editais para seleção de projetos

Secretaria de Políticas para as Mulheres
Data: 05/05/2011
A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) lança, na próxima semana, dois Editais para seleção de projetos. Um é sobre o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O outro, envolve duas linhas de financiamento: apoio a Organismos de Promoção de Direitos e de Políticas para as Mulheres e incentivo à Autonomia Econômica e Social. Assim que forem publicados, as informações estarão disponíveis no site da SPM: www.sepm.gov.br.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Veja as diferenças de salário entre homens e mulheres com 3º grau nas funções mais bem pagas

Veja as diferenças de salário entre homens e mulheres com 3º grau nas funções mais bem pagas
José Roberto de Toledo - Estadão

Elevador Quebrado

Para as mulheres brasileiras, o elevador profissional não chega à cobertura. Elas estudam cada vez mais do que os homens, preenchem mais vagas no mercado de trabalho que requerem melhor qualificação, mas são barradas antes de chegarem ao topo salarial e ao comando. Dilma Rousseff é a exceção que confirma a regra.
A mesma eleição que colocou uma mulher na Presidência da República manteve uma baixa ocupação feminina no Congresso, nas assembleias e nos governos estaduais. A culpa é do machismo das cúpulas partidárias, é certo. Mas o problema se estende a toda a sociedade.
As mulheres são 42% dos 44 milhões de trabalhadores formais do País e ganham, em média, 17% menos do que os homens (Rais 2010). Em dinheiro, a diferença mensal é de R$ 305. Dito assim, o problema parece enganosamente menor. A média escamoteia a crueldade da discriminação.
Se considerarmos apenas os trabalhadores com nível superior completo, descobriremos que 59% são do sexo feminino. É uma recompensa pelo esforço das mulheres, que passam mais tempo estudando e conseguem, mais do que os homens, empregos que exigem diploma.
Só há um problema: a diferença salarial duplica entre os homens e mulheres que fizeram faculdade. As mulheres ganham, em média, 41% a menos do que seus colegas que estudaram tanto quanto elas. São R$ 2.150 a mais para os homens todo mês.
Como a diferença salarial pode ser tão grande se a qualificação é, teoricamente, a mesma?
É que a maioria de mulheres fica confinada à base da pirâmide profissional. Seu acesso aos postos do topo é dificultado por barreiras culturais, preconceitos e até intimidação sexual. Para chegar lá, precisam desalojar concorrentes masculinos. Mas eles não largam o osso.
No topo da pirâmide, 35 famílias ocupacionais pagam mais de R$ 10 mil por mês, em média, para os com-diploma. Os homens são maioria em nada menos do que 33 delas. Eles ocupam 69% dos postos de comando mais bem pagos.
Para piorar, as relativamente poucas mulheres que chegam ao topo geralmente ganham de 20% a 80% menos do que os homens que ocupam os mesmos cargos. Segundo estudos norte-americanos, as mulheres reivindicam aumentos salariais muito mais raramente do que os homens.
Mas isso não explica absurdos como este: dois em cada três dos mais de 14 mil diretores empresariais no Brasil são homens, que ganham R$ 16 mil, em média. O outro terço, formado por mulheres, ganha R$ 5,8 mil, ou seja, R$ 10 mil a menos por mês, R$ 130 mil a menos por ano.
Sobram indícios de que isso seja fruto de ação deliberada contra as mulheres dentro das empresas. Quando a competição profissional é regida pelo mérito, o fosso entre os sexos diminui. Nos cargos públicos bem pagos e preenchidos por concurso, as mulheres avançam à igualdade.
Elas são 41% do ministério público, 40% dos magistrados, 45% dos auditores do trabalho, 51% dos defensores públicos e 47% dos procuradores de Justiça. Nessas funções, cujo plano de carreira dificulta a discriminação, os salários médios de homens e mulheres são muito parecidos.
Se os juízes ainda ganham, em média, 14% mais do que as juízas é porque há menos mulheres nos tribunais superiores. Apesar de Dilma ter nomeado três barbados para o STJ, há mais ministras e desembargadoras hoje do que em qualquer outra época.
Elas estão chegando lá, mas não sem enfrentar a reação dos homens.
Na quinta-feira, o jornal “The New York Times” contou como funcionárias do Fundo Monetário Internacional evitam usar saias para não atrair a atenção indesejada dos chefes. Em 2008, o FMI julgou que seu comandante, Dominique Strauss-Khan, não violara nenhuma regra ao levar para a cama uma economista subordinada a ele.
DSK, como é chamado na França, sempre contou com a cumplicidade silenciosa da imprensa francesa para seus casos extraconjugais e assédios a mulheres que se aproximavam profissionalmente. Não é à toa que os franceses ficaram estupefatos com a acusação de estupro contra ele. O chefe do FMI é o lado violento de um comportamento comum.
Na mesma edição, o NYTimes contava como outro apalpador contumaz, o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, ocultou por 10 anos o filho que teve com a empregada.
Uma terceira reportagem revelava que a fraternidade frequentada pelos dois ex-presidentes Bush foi suspensa pela Universidade de Yale após seus membros brindarem publicamente com ofensas às mulheres. Os alunos cantaram, por exemplo, “No means yes!”, uma inversão do refrão anti-estupro “No means no!” (não é não).
Pode ser coincidência que nas três histórias homens poderosos (ou futuros poderosos) tenham usado seu status para subjugar, seduzir e ameaçar mulheres. Ou pode ser um sintoma da reação masculina ao “empoderamento” feminino.
À mulher de Cesar se cobra que seja e pareça honesta. Ao marido dela nem tanto.

Fonte Estadão

Cartilha Orcamento Público em quadrinhos

CARTILHA SOFINHA E SUA TURMA

O Orçamento Público é um assunto muito importante para o país em
geral, e para a vida das pessoas em particular. Porém, nem todos
conseguem ler e entender o Orçamento Público hoje, e conhecer o seu
valor para a vida das famílias. Isso porque a forma técnica que ele
costuma ser apresentado é de difícil entendimento para aqueles que ainda
não são familiarizados com o assunto.

Foi justamente pensando nessas pessoas que a Secretaria de Orçamento
Federal - SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, decidiu elaborar uma Cartilha sobre o Orçamento Público em uma
linguagem bem simples, de fácil compreensão para todos, inclusive para
estudantes da educação básica.

Para tornar a leitura interessante e agradável, a Cartilha foi preparada
na forma de uma história em quadrinhos, onde é apresentado o dia a dia
de uma família. A personagem principal da história é a SOFINHA, uma
menina simpática e muito inteligente, que aos poucos vai aprendendo sobre
o Orçamento Público com sua família, na escola e com seus amigos.

Desejamos que você aproveite esta Cartilha para descobrir, junto com a
SOFINHA, as coisas importantes que o Orçamento significa para a sua vida
e de sua família, e também para o Brasil.


Acesse o link abaixo para baixar a cartilha em seu computador:

CartilhaOrcamentoFinal11.PDF (objeto application/pdf)

Aborto Clandestino AbordagemSociolagica

Simone Mendes Carvalho
Graciele Oroski Paes
Joséte Luzia Leite
RESUMO
Esse estudo teve como principal objetivo analisar a experiência de mulheres jovens que recorreram ao aborto clandestino, visando contribuir para a melhoria dos serviços saúde reprodutiva na atenção primária à saúde, na perspectiva da integralidade e da promoção da saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se fundamenta nas especificidades inerentes à pesquisa social, compatível com o tratamento do tema do abortamento clandestino em jovens como fenômeno social complexo. O aumento da fecundidade entre jovens e adolescentes e as práticas de abortamento inseguro, são fatores preocupantes na saúde reprodutiva desse grupo, principalmente quando ocorrem em situações sociais caracterizadas pelo desemprego, a baixa escolaridade e a pobreza, os quais geram situações de extrema vulnerabilidade. Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com 16 mulheres jovens de 18 a 29 anos que tinham recorrido ao aborto clandestino em algum momento de suas vidas, sendo referidas das unidades atendidas pelo Programa Saúde da Família do município de Cabo Frio – RJ. Os resultados dessa pesquisa mostraram uma rede vulnerável, entrelaçada por várias situações, dentre elas: a dificuldade financeira, a gravidez precoce, a instabilidade na relação com o parceiro bem como a dificuldade na tomada das decisões reprodutivas. A ocorrência dos casos de aborto foi maior em gravidezes resultantes de relações instáveis e com parceiros diferentes, num contexto de dificuldades financeiras, podendo este ser considerado como o fim da linha do processo da desfiliação, em contextos onde o desemprego e a pobreza fragilizam as relações familiares, e essas não conseguem ter sustentabilidade.
Clique aqui AbortoClandestino_AbordagemSociolagica.pdf (objeto application/pdf)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ABONG assina Petição contra o Estatuto do Nascituro

ABONG assina Petição contra o Estatuto do Nascituro
Categories: Feminismo
Fonte: http://www.abong.org.br/informes.php?id=3733&it=3736
Veja a Nota da ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) abaixo:
As Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro, coalizão de movimentos, organizações e ativistas que trabalham pelos direitos humanos das mulheres, está organizando uma petição contra o Estatuto do Nascituro, já assinada pela ABONG. A iniciativa conta com quase duas mil assinaturas e tem como foco os parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação, próxima instância a se posicionar sobre o tema.
Há quase um ano, no dia 19 de maio de 2010, o projeto de lei 478/2007 foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. O projeto, conhecido como “Estatuto do Nascituro”, define o embrião como ser humano concebido, mas ainda não nascido, através de uma visão religiosa, colocando o aborto completamente na ilegalidade.
A petição organizada pelas Jornadas fornece razões contra o projeto, pautadas, principalmente, nas críticas à criminalização do aborto. Um dos principais pontos se concentra no acesso das mulheres ao aborto legal, que deve ser mais dificultado se o projeto for aprovado. O Código Penal brasileiro admite a prática em apenas dois casos: estupro e risco de morte da mãe. “Até as mulheres que têm o direito ao acesso ao aborto previsto em lei seriam criminalizadas, como nos casos de risco de vida e nos casos de estupro”, lê-se nas justificativas da petição. Além disso, o documento atenta para o fato de não haver consenso científico quanto ao início da vida.
O alerta para o aumento das taxas de abortos inseguros insere-se no quadro de saúde pública do Brasil e de direitos humanos das mulheres. Quase duzentas mulheres morrem a cada ano devido à clandestinidade do aborto. A sua proibição não vai diminuir a prática, contribuindo apenas para a realização em condições ainda mais precárias.
Segundo Kauara Rodrigues, assessora técnica do Centro de Estudos Feministas e Assessoria (Cfemea), organização que participa das Jornadas, um dos pontos mais críticos do estatuto é a chamada “bolsa-estupro”, que prevê o pagamento de uma pensão alimentícia por parte do estuprador, se localizado, ou pelo Estado. Os movimentos que lutam pela descriminalização do aborto acreditam que isso torna o Estado cúmplice do crime hediondo de estupro.
Ela ainda comenta que o setor conservador está fazendo uma pressão fortíssima pela aprovação. “Eles elegeram esse projeto como prioridade”, diz. Por isso, Kauara acredita que a articulação contra o estatuto é necessária para evitar o retrocesso nos direitos das mulheres.
O projeto também viola os tratados internacionais de direitos humanos em que o Brasil é signatário. Nas razões da petição, encontra-se que “o projeto de lei confere proteção ao direito à vida do embrião em detrimento às realidades concretas e materiais vividas e enfrentadas por mulheres que possuem autonomia e são titulares de direitos constitucionais à saúde, à liberdade, à igualdade e à não discriminação.”
Dados
Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), divulgada em maio de 2010 e conduzida por pesquisadores da Universidade de Brasília e pelo instituto de pesquisas Anis, uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já realizou pelo menos um aborto na vida.
O estudo também concluiu que abortos feitos de forma clandestina estão entre as principais causas de mortalidade materna no país e que 50% das mulheres que abortaram procuram atendimento médico público em decorrência de complicações de saúde. “É possível que essas mulheres estejam abortando sob condições de saúde precárias, uma vez que grande parte delas tem um baixo nível educacional”, conclui a PNA.
A pesquisa é considerada um grande estudo sobre o aborto no Brasil e foi articulada de modo rigorosamente científico, combinando duas técnicas de sondagem (técnica de urna e questionários preenchidos por entrevistadoras). A amostra foi de 2.002 mulheres alfabetizadas com idades entre 18 e 39 anos em 2010.
Confira também o vídeo informativo produzido pelo Cfemea sobre o aborto.
Fonte: Aborto em Debate , Se de que?

O SURDO, O CEGO E O ELEFANTE BRANCO

InfoAtivo.DefNet: O SURDO, O CEGO E O ELEFANTE BRANCO

O SURDO, O CEGO E O ELEFANTE BRANCO


Imagem publicada - um elefante branco, ou seja um elefante que está pintado como um tigre, que tem uma máscara de um tigre, mas é um elefante, transvestido e com faixas pretas de tigre pintadas, ou seja o que nós chamamos de uma situação que parece mas não é... um pouco parecido com o momento do movimento político das pessoas com deficiência na defesa do direito à Educação Inclusiva... Estão querendo, como no reino de Sião (hoje Tailãndia), nos entregar um ''elefante branco'', estatutariamente construído, que pode nos levar até a "falência" de direitos conquistados, pois: ..."esses animais necessitavam de toda uma equipe para lhes prestar cuidados e, sendo sagrados, não podiam ser postos para trabalhar, de modo que, se tornavam uma pesada carga financeira, capaz de levar à ruína qualquer um que não fosse muito rico.". O elefante segura, com a tromba, uma placa com um rugido "Roar", completando a sua fantasia de tigre.

Um dia um homem cego encontrou-se com um velho amigo seu. Este era surdo. Ambos viviam em um planeta, como aquele do Pequeno Príncipe. Um microplaneta solitário, quase solidário. Lá as autoridades legais tinham estabelecido uma série de leis e de discursos que os faziam se sentirem "quase iguais". Porém, pela chamada ''natureza humana'', muito mais para a discórdia do que para a concórdia, eles começaram a discutir sobre seus modos de ''ver'' e ''escutar'' o mundo. Assim como o modo de interpretar essas leis e discursos. Os dois tinham suas razões. Tinham também muito mais é emoções, subjetividades e afetos misturados em suas propostas de discordância. Eles eram e são diferentes.

Ambos marcavam sempre um encontro para trocarem seus ''insultos'' midiatizáveis. Ambos também já trocaram, no passado, muitas gentilezas. O que os afastava, hoje, era que o cego defendia, ardorosamente uma nova constituição legal, chamada de Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Ela foi promulgada em um outro espaço sideral. Em uma reunião dos diferentes microplanetas humanos, também com muitas discordâncias. E, após muitas lutas conseguiu-se torná-la um decreto, uma emenda constitucional do nosso novo século.

Ambos, cegos e surdos, estavam agora defendendo aparentes polos opostos em suas diferenças. Nos é comum, quando o Outro, o diferente de mim, me questiona ou interpela que eu me faça sempre como divergência, principalmente se não o ''vejo'' ou o ''escuto". Os nossos paradigmas, como perpectivas dominantes ou hegemônicas, sobre o que é a verdade da autoridade podem se naturalizar. Podemos negar as diferenças e singularidades desse alter ego.

Um tal de Saussare disse que a diferença é fundamentada na linguagem. E, como o cego ''dizia que'' não via o que Outro via, enquanto o surdo "dizia", em Libras que não escutava o que o cego captava, lá iam os dois alimentando sua pendenga. Caminhando na mesma estrada, pisando nas mesmas pedras no caminho, tendo os mesmos obstáculos que exigem a cooperação de ambos. Porém, entretanto, todavia, contudo "diziam" que no riacho ou na encruzilhada, que chamamos de Inclusão, que a sua margem ou seta continha a perfeição. Ambos teimavam ter a verdadeira travessia ou ou verdadeiro caminho.

Um dia, quando ambos estavam, como disse Empedócles, antes de pular no vulcão: em plena discórdia. Aguerridos e prestes a se engalfinhar. Eis que surge, oportunamente, um tal de representante político do Planalto Central para complicar suas vidas. Estavam quase conseguindo ver e enxergar suas diferenças. O tal representante popular lhes trouxe um complicador. Ele trazia, preso à uma corrente, um Elefante Branco. E, aos dois duelistas, insistia em apresentá-lo como a possível concórdia para todos e todas, cegos e cegas, surdos e surdas. Universalmente e indiscriminadamente deficientes. Segundo suas falácias e falas o animal paquidérmico seria a solução de seus debates excludentes.

Aos dois, que insistiam que havia uma única maneira de educar seus filhos cegos ou surdos, ou seja, de forma totalmente protegida e especial, o representante trouxe uma enorme, gigantesca e tangível questão/solução. Como apresentava, por seu carisma, um discurso novo sobre diversidade, identidade e diferença, o representante planáltico os convenceu a fazerem uma trégua. Enquanto não conseguissem descrever com minúncias e detalhes toda a extensão do paquiderme, assim como descrever com fidedignidade todas as formas de ruídos por ele emitidos, não poderiam ter a resposta da sua disputada busca pela afirmação de seus singulares direitos.

E o cego, imbuido da suas ferramentas assistivas e ajudas técnicas, passou a mesuração e esquadrinhamento de toda a pele do elefante. Ao mesmo tempo que o surdo, após um implante coclear e usando a Libras tentava se comunicar com o animal. Ambos, mais uma vez, caminharam muito próximos de uma solução. O que os afastou novamente teria sido o peso do elefante? a sua cor não visível para o cego? o som ensurdecedor de sua tromba para o surdo? ou apenas a dimensão minúscula dos seus pelos e seu pequeno rabo? ou as politicagens do astuto representante planáltico, de olhos e orelhas em pé apenas nos dois votos?

O que me leva a escrever essa ''estória'' é a possibilidade de um retrocesso do que levou anos para ser conquistado. Quando soubermos todas as respostas sobre o Elefante Branco da macropolítica, se nos ''acordamos'' (do latim cordis=coração), ou seja nos colocarmos mais nos afetos comuns do que nas mentes egolátricas e vaidosas, talvez possa ser muito tarde para entender nossa história. Mais ainda, entender como nos enredamos nos descaminhos das supostas identidades engessadas. Eu sou cego, você é surdo, mas nos denominam a ambos como ''deficientes''.

Minha filha me fez reler, hoje, um conto do Congo, onde um sapo e um macaco se encontram na amizade, mas ao frequentarem os diferentes espaços familiares de cada um passam pela desigualdade de hábitos, culturas e modos de ser. Após um desencontro e risco para sua amizade descobrem que ''são diferentes'', quando um sábio macaco velho lhes mostra quão mesquinhos e egoístas tinha sido os pais de cada um. Para um trabalho escolar ela retirou do conto a seguinte máxima: "O mundo é povoado de pessoas discordantes. É a diferença entre elas que as torna interessantes, quem aceita e compreende isso enriquece, quem recusa, coitado, se empobrece". Eu diria: - ganha de presente um Elefante Branco.

Há, para mim em minha convicção momentânea, um quê de sabedoria nas histórias ancestrais. Elas tem, como as histórias dos dervixes, uma série de metáforas embutidas ou explícitas sobre nossa condição humana. E, se fosse possível sintetizar o que lhes quero provocar, diria a máxima popular: "cada macado no seu galho", enquanto "as raposas políticas continuam fazendo a festa no galinheiro", e, nós, chamados de incapazes ou incompetentes diante do Elefante Branco, não enxergando/auscultando o engodo da disputa sem saída sobre inclusão escolar, acabaremos ''engolindo mais um sapo''...

Por mais que sejam nobres nossas causas, em defesa de nossas culturas, ou posições ideológicas, nossos afetos nos impedem de "ver, escutar, sentir, dimensionar, tocar, descobrir...".Temos de ir além, refletindo que a identidade e a diferença são processos de produção social, e, como tal, são e serão processos que envolvem relações de poder.

Aos dois querelantes imaginários, ou melhor às radicalidades atuais sobre o processo de inclusão escolar, agora em debate, solicito a inclusão do verbo POLITIZAR, antes mesmo do verbo militar. Já dizia o querido Guattari, sobre a revolução molecular: "militar é agir..." micropoliticamente, e não "grupelhizar".

Vamos aprender, multiculturalmente, a linguagem diferente que permitiu a Gennet de Corcuera, em sua surdocegueira, chegar até a Universidade... e nesse devir mulher, negra, etíope e ''nem lá, nem cá'', nem surda e nem cega, muito pelo contrário, aprender outra língua, o espanhol, que não é o dialeto/diferença de seu povo original, e,transculturalmente, superar as discriminações e barreiras a partir do afeto que recebeu e retribuiu, agora incluirá... e incluiremos, diferentemente.


copyright jorgemarciopereiradeandrade (favor citar o autor e as fontes em republicação livre pela Internet ou outros meios de comunicação de massa)

Conto do Congo - Amigos para a vida inteira - pág.12 - in Pequenos Contos para Crescer - Mario Urbanet & Albena Ivanovitch-Lair, Ed. Companhia das Letrinhas, São Paulo,SP, 2009.

Imagens de elefantes que ''não são elefantes'' - http://triviaveg.blogspot.com/2008/02/cad-o-elefante.html

Lendas e curiosidades que envolvem o maior animal da Terra -
http://www.seuguara.com.br/2010/03/lenda-e-as-curiosidades-que-envolvem-o.html

Sobre Gennet de Corcuera -
http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Alguna/gente/cree/condicion/han/puesto/facil/elpporsoc/20060929elpepisoc_6/Tes

Uma Luz no Fim do Livro - meu texto em:
http://www.feneis.com.br/page/noticias_detalhe.asp?cod=228

Leia também no blog:
A Inclusão Escolar ainda usa fraldas? -
http://infoativodefnet.blogspot.com/2010/07/inclusao-escolar-ainda-usa-fraldas.html
Direitos Humanos como questão para a Educação Inclusiva -
http://infoativodefnet.blogspot.com/2010/05/imagem-publicada-uma-foto-de-tres.html
Inclusão, Racismo e Diferença -
http://infoativodefnet.blogspot.com/2011/05/inclusao-racismo-e-diferenca.html
Por uma Mídia que se preocupe com a sua língua -
http://infoativodefnet.blogspot.com/2009/12/por-uma-midia-que-se-preocupe-com-sua.html

LANÇAMENTO ESTADUAL DA MARCHA DAS MARGARIDAS

LANÇAMENTO ESTADUAL DA MARCHA


Lançamento Oficial no RS da Marcha das Margaridas, dia 26 de maio, no auditório da CUT a partir das 9horas às 13h.
Devem estar presentes a companheira Rosane Silva, Secretária de Nacional da Mulher Trabalhadora e a companheira Carmem Foro da Executiva nacional,Secretária do Meio Ambiente também da coordenação da marcha.
Veja a chamada geral da Marcha das Margaridas:
http://www.youtube.com/watch?v=OBlHJ-uRKAQ

Quem foi Margarida Alves?

A marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu o nome de MARCHA DAS MARGARIDAS em homenagem à ex-líder sindical, Margarida Maria Alves. Ela foi assassinada em 1983, na porta de sua casa, por latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba.

Margarida Maria Alves era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e fundadora do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Ela obteve grande destaque na região por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a garantia dos seus direitos protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo Sindicato, moviam ações na Justiça do Trabalho, para o cumprimento dos direitos trabalhistas, como carteira de trabalho assinada, 13º salário e férias.

Exemplo de luta e coragem
À época do assassinato de Margarida Alves, foram movidas 73 reclamações trabalhistas contra engenhos e a Usina Tanques. Um fato inusitado, em função da então incipiente democracia brasileira, e que gerou grande repercussão. Em conseqüência disso, Margarida Alves passou a receber diversas ameaças. Eram “recomendações” para que ela parasse de criar “caso” e deixasse de atuar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

A despeito disso, Margarida Alves não escondia que recebia outras ameaças. Pelo contrário, tornava-as públicas, fazendo questão de respondê-las. Um dia antes de morrer, Margarida Alves participou de um evento público, no qual falou dos recados que vinha recebendo. Em seu último discurso, registrado em fita cassete, Margarida denunciou as ameaças que vinha sofrendo e disse que preferiria morrer lutando a morrer de fome.

Margarida se tornou um símbolo de força, de garra, de coragem, de resistência e luta. Um exemplo e um estímulo com grande força mobilizadora. Cada mulher trabalhadora rural se inspira em Margarida Alves para resistir, lutar contra as formas de discriminação e violência no campo, qualificar, mobilizar e participar das lutas por igualdade de gênero, por justiça e paz no campo.

O espírito de luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais encontrado em Margarida foi o principal motivo de seu assassinato. Margarida não morreu, suas pétalas se espalharam e florescem a cada dia, se multiplicando num imenso jardim.


FONTE: Mulheres em  movimento mudam o mundo

SIMPÓSIO SOBRE ESTUDOS DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS

SIMPÓSIO SOBRE ESTUDOS DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS - II Simpósio

A Universidade Estadual de Londrina promove o II Simpósio Gênero e Políticas Públicas nos dias 18 e 19 de agosto de 2011.

As inscrições do evento estão abertas até 31 de julho. Para a inscrição de trabalhos, a data limite para o envio dos resumos é 1º de junho.


Mais informações sobre a programação clique aqui.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ministra quer que MP-SP puna já Roger Abdelmassih por manipular embriões e abuso sexual

Ministra quer que MP-SP puna já Roger Abdelmassih por manipular embriões e abuso sexual | Viomundo - O que você não vê na mídia
por Conceição Lemes
Roger Abdelmassih, o “rei da paternidade”, está condenado a quase 300 anos de cadeia. Ele foi preso, mas acabou solto graças a habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No último final de semana, a revista Época publicou a reportagem “A clínica do horror”, que torna público outras monstruosidades daquele que já foi médico queridinho de 99,99% da mídia brasileira e das celebridades.
Como bem observa Fátima Oliveira no artigo O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) vai calar?, algumas chamadas da matéria falam por si: “Pais descobriram que os bebês concebidos com a ajuda do fugitivo Roger Abdelmassih não eram seus filhos biológicos”; “O casal que recebeu R$ 600 mil para ficar em silêncio”; e “Um cientista que frequentava o laboratório denuncia manipulação genética…”.
No seu artigo, Fátima cobra uma posição do CNDM: “Como cidadã eu quero saber: O CNDM vai ou não exigir do governo as medidas cabíveis para proteger mulheres e homens nos processos de fertilização in vitro (FIV) e as crianças nascidas por tais meios?
Como cidadã e jornalista, eu também. Tanto que desde o início desta semana tento saber da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), ligada à presidência da República, que medidas serão adotadas em relação ao caso.
Pois a assessoria de imprensa da ministra acaba de responder a esta repórter, informando que ela solicitou ao Ministério Público do Estado de São Paulo a “imediata e rigorosa punição do médico Roger Abdelmassih, acusado de praticar crimes de abuso sexual de mulheres e a manipulação indevida de material genético.”
Em outro documento, enviado ao Conselho Regional de São Paulo (Cremesp), a ministra “pediu a cassação definitiva do registro de Roger, em virtude da prática de crimes cometidos no exercício da profissão de medicina”.
Segue a íntegra da resposta da assessoria de imprensa da SPM

A ministra Iriny Lopes, Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) encaminhou, nessa quinta-feira (19/05), um oficio ao Ministério Público de São Paulo solicitando a imediata e rigorosa punição do médico Roger Abdelmassih, acusado de praticar crimes de abuso sexual de mulheres e a manipulação indevida de material genético.
Em outro documento remetido ao Conselho Regional de Medicina Paulista, a ministra pediu a cassação definitiva do registro de Roger, em virtude da prática de crimes cometidos no exercício da profissão de medicina.
A SPM, que acompanha o caso desde de 2009, reitera nos documentos pedido para que o Poder Judiciário adote providências efetivas e que o acusado seja responsabilizado pelos crimes praticados.
Nesse sentido, a SPM, que têm por compromisso desenvolver políticas públicas de enfrentamento à violência e discriminação contra as mulheres, vem somar-se ao clamor da sociedade brasileira e dos movimentos feministas e de mulheres para que a justiça seja plena e os direitos humanos das mulheres sejam garantidos

TJ adia análise de lei que proíbe DIU e pílula do dia seguinte no interior de SP


TJ adia análise de lei que proíbe DIU e pílula do dia seguinte no interior de SP — Rede Brasil Atual

São Paulo – Dois pedidos de vista de desembargadores adiaram a análise da validade de uma lei de Pirassununga, no interior paulista, que proíbe a distribuição de Dispositivo Intrauterino (DIU) e de pílula do dia seguinte na rede pública local.
O Tribunal de Justiça de São Paulo reuniu-se na tarde desta quarta-feira (9) em sessão plenária para avaliar o mérito da ação direta de inconstitucionalidade apresentada pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado. O entendimento é de que municípios não podem dispor sobre assunto que é de competência federal. A Lei Municipal 3.723, de 2008, está suspensa em sua aplicação por uma liminar concedida naquele mesmo ano.
Com os pedidos de vista dos desembargadores Renato Nalini e Barreto Fonseca, não há data definida para que o TJ volte a analisar o caso. A perspectiva de entidades de direitos humanos que acompanham o tema continua positiva. Em 2009, o tribunal julgou inconstitucional uma lei da cidade de Jundiaí que tratava do mesmo assunto.
A ideia da Conectas e da Comissão de Cidadania e Reprodução, inscritas na condição de amici curiae, espécies de consultoras sobre o tema, é mostrar não apenas a incompetência do município de legislar sobre o tema, mas que está equivocada a argumentação do autor do projeto, o ex-vereador José Arantes da Silva. Médico, que considera que o DIU e a pílula do dia seguinte são métodos abortivos incentivados pelos Estados Unidos, temerosos de que o crescimento da população brasileira possa afetar a administração de suas riquezas em solo sul-americano.
As duas organizações baseiam-se em estudos do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina para afirmar que se trata de instrumentos contraceptivos, que em nada servem para alterar uma eventual gravidez.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Saúde Participativa on Vimeo

Saúde Participativa on Vimeo
O documentário Saúde Participativa é parte da pesquisa “Participação, Distribuição e Consumo de Serviços de Saúde no Município de São Paulo” e trata da realidade dos Conselhos Gestores de Saúde no Município de São Paulo. O documentário apresenta um pouco da história, do cotidiano e dos dilemas enfrentados pelos conselhos locais e Municipal de Saúde da cidade de São Paulo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Curso Online Grátis: Processo Histórico de Saúde Publica No Brasil - Parte 1 | Buzzero.com

Curso Online Grátis: Processo Histórico de Saúde Publica No Brasil - Parte 1 | Buzzero.com

vamos juntos realizar uma jornada para entendermos a construção histórica do Sistema Único de Saúde, o SUS.Aqui você é convidado a fazer uma análise e reflexão acerca dos Marcos Históricos que nos levaram até o SUS, partindo do conceito de saúde e doença, sua evolução no tempo,passando pelos fatos mundiais da saúde mais relevantes até chegarmos aos eventos brasileiros que marcaram e se refletiram na construção do SUS.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Número de agressões a homossexuais cresceu em 2010, diz Marta Suplicy

Número de agressões a homossexuais cresceu em 2010, diz Marta Suplicy
Silvia Gomide / Agência Senado
De acordo com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do PLC 122/06, o número de agressões homofóbicas vinha diminuindo nos últimos anos, mas aumentou em 2010, superando recorde histórico e chegando a 250 notificações em um ano.
No relatório apresentado pela senadora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde o projeto que criminaliza a homofobia deve ser votado nesta quinta-feira (12), a senadora diz que a homofobia é "um mal que aflige de maneira perversa nosso país, reconhecido internacionalmente como um dos que registram os maiores números de assassinatos por orientação sexual".
Em 2003, dados estatísticos apontavam que a cada dois dias uma pessoa era assassinada no Brasil em função de sua orientação sexual. Esse número, por si só, era "absolutamente avassalador" na opinião da senadora. Nos anos que se seguiram, porém, essa média diminuiu, passando para um assassinato a cada um dia e meio, informou.
Em 2010, no entanto, a situação piorou: o número de homossexuais assassinados superou 250 casos, segundo informou o Grupo Gay da Bahia (GGB) em seu relatório anual. Esse foi um recorde histórico, pois pela primeira vez o número de homicídios ultrapassou a casa das 200 notificações.
Igualdade
Para a senadora Marta Suplicy, o projeto de lei objetiva garantir "o princípio da não discriminação e assegurar a igualdade de tratamento entre todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade, sexo, raça, origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual".
- A proposta é extremamente positiva, pois protege as minorias não aceitas numa sociedade predominantemente heterossexual, intolerante à homossexualidade - ressaltou Marta em seu relatório.

Fonte: Universidade Livre Feminista

Brasil precisa avançar na redução da mortalidade materna, dizem especialistas

Brasil precisa avançar na redução da mortalidade materna, dizem especialistas

Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Antes do fim do prazo para o cumprimento dos Objetivos do Milênio, das Nações Unidas, pesquisadores da área de saúde avaliam que o Brasil não deve conseguir reduzir a taxa de mortalidade materna ao patamar assumido com a organização.
Atualmente, o país registra 68 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. A meta das Nações Unidas é cerca de 35 para cada 100 mil até 2015. Assim, a queda precisa ser de aproximadamente 48% em quatro anos. Em 18 anos, de 1990 a 2007, o país registrou uma redução da taxa em 56%, passando de 140 a cada 100 mil crianças nascidas vivas para 75 por 100 mil, conforme dados do governo federal.
Para os especialistas, a diminuição foi significativa, mas ainda é insuficiente para tirar o Brasil do ranking das nações com alto número de mortes durante a gravidez e o parto – que é cinco a dez vezes maior que o dos países ricos.
A especialista em saúde pública da Universidade Federal da Bahia, Estela Aquino, aponta a grande quantidade de cesarianas e a negligência em alguns cuidados durante o pré-natal, como medir a pressão arterial das gestantes, entre os fatores que retardam a queda do indicador.
Apesar de mais de 90% dos partos serem feitos em hospitais, a pesquisadora cita a falta de assistência adequada na hora do parto, obrigando as grávidas a buscar leitos nas maternidades às vésperas do nascimento do filho.
“O fenômeno da peregrinação das mulheres no momento de ter um bebê é grande. Temos uma excessiva medicalização (abuso das cesarianas) e a falta do uso de outras tecnologias, como medir a pressão arterial, uma coisa simples que não tem sido feita e que causa impacto na taxa. A mortalidade materna é uma violação de direitos. São mortes, quase em sua totalidade, evitáveis”, disse Estela
A questão da mortalidade materna é um dos temas da série especial feita pela revista médica inglesa The Lancet sobre a saúde do brasileiro, lançada na última segunda-feira (9). De acordo com o artigo, do qual Estela Aquino integra o grupo de autores, as principais causas de mortes maternas em 2007 foram doenças hipertensivas (23%), septicemia - infecção geral grave do organismo - (10%), hemorragia (8%) e complicações de aborto (8%).
“Não estamos no ritmo necessário. Teríamos de ter um progresso mais rápido”, afirmou o epidemiologista Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas (RS), um dos autores do artigo. Para Estela Aquino, essa é uma das Metas do Milênio que dificilmente será alcançada.
Com o lançamento do programa Rede Cegonha, em março deste ano, o governo federal espera diminuir a taxa nos próximos anos. A ideia é adotar medidas para mudar o modelo de atenção às mães, como a concessão de vale-transporte ou vale-táxi para garantir o deslocamento das grávidas às unidades de saúde para o pré-natal, na hora do parto e para garantir vagas nas maternidades, além de criar casas para atendimento de gestantes de risco. O foco são as regiões da Amazônia Legal e do Nordeste – que têm maiores índices de mortalidade materna – e as regiões metropolitanas, com maior concentração de gestantes.
“O nosso modelo de atenção ao parto não é um modelo que facilita isso [a redução da taxa de mortalidade materna]. As medidas vão impactar”, disse Esther Vilela, coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, acrescentando que o Brasil tem possibilidade de cumprir a meta. Segundo a coordenadora, não foi estabelecido percentual anual de redução da taxa.
As Nações Unidas estabeleceram oito objetivos a serem atingidos pelo Brasil e mais 190 países: diminuir a pobreza extrema e a fome, melhorar o ensino básico, promover a igualdade entre sexos, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater a aids e outras doenças, promover a sustentabilidade ambiental e a parceria mundial para o desenvolvimento.
Edição: Graça Adjuto


Fonte: universidade Livre Feminista

Reajuste salarial do homem foi maior que da mulher em 2010, diz Ministério

Reajuste salarial do homem foi maior que da mulher em 2010, diz Ministério

Fábio Amato - Do G1, em Brasília
Ganho real médio foi de 2,62%, contra 2,54% das trabalhadoras. Dados foram divulgados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
O reajuste salarial pago aos homens superou o das mulheres em 2010, comportamento inverso ao verificado no ano anterior, informou nesta quarta-feira (11) o Ministério do Trabalho.
saiba mais
País criou 2,86 milhões de vagas formais em 2010, diz Ministério
Na média nacional, o ganho real (acima da inflação) para os homens ficou em 2,62%, ante 2,54% obtido pelas mulheres.
O salário médio pago aos homens, que em 2009 estava em R$ 1.828,71, passou para R$ 1.876,58 no ano passado. Em relação às mulheres, a variação foi de R$ 1.514,99 para R$ 1.553,44.
A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) verificou redução na diferença do salário pago a homens e mulheres na faixa de trabalhadores que possuem educação superior completa. Neste recorte, o reajuste salarial dado às mulheres em 2010 foi superior ao dado aos homens: 3,17% contra 1,36%.
Entretanto, este nicho continua a registrar a maior distância salarial na comparação entre os gêneros. A média nacional da remuneração dos homens com ensino superior completo ficou em R$ 5.416,66, contra R$ 3.207,28 das mulheres.
O setor público foi o que concedeu o maior reajuste real médio no ano passado, de 5,30%, seguido da agricultura (4,04%) e da indústria de transformação (3,7%).
Fonte: Universidade livre Feminista

terça-feira, 10 de maio de 2011

Movimentos sociais e saúde hoje: novos tempos, novas necessidades, novas estratégia

Movimentos sociais e saúde hoje: novos tempos, novas necessidades, novas estratégias - Mª Inês S. Bravo

Palestra proferida por Maria Inês Souza Bravo, professora da Faculdade de Serviço Social da Uerj, durante o Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, realizada no Auditório Térreo da ENSP no dia 9 de maio de 2011. A atividade contou ainda com a participação do vice-diretor da Escola de Governo em Saúde, Marcelo Rasga Moreira, como debatedor da palestra e teve a coordenação do pesquisador da ENSP, Eduardo Stotz.

A professora destacou que a saúde é um componente fundamental da democracia por ser determinada por um conjunto de direitos como também por ter potencial revolucionário e de consenso.
Arquivo disponível para leitura, audição e/ou download aqui

Dando início às atividades da sétima edição do Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família - nessa segunda (9/5), no auditório térreo da ENSP, a professora da Faculdade de Serviço Social da Uerj, Maria Inês Souza Bravo, abordou o tema Movimentos sociais e saúde hoje: novos tempos, novas necessidades, novas estratégias. A professora destacou que a saúde é um componente fundamental da democracia, uma vez que é determinada por um conjunto de direitos, como também pelo potencial revolucionário e de consenso. A atividade contou ainda com a participação do vice-diretor da Escola de Governo em Saúde, Marcelo Rasga, como debatedor da palestra, e coordenação do pesquisador da ENSP, Eduardo Stotz.

Maria Inês iniciou o debate abordando dois pontos fundamentais: o potencial revolucionário e o consenso. O primeiro é destacado pelo fato da saúde se constituir em um campo privilegiado da luta de classe em que se chocam as concepções de vida das diferentes classes sociais. Já o consenso pode unir um conjunto de forças para empreender lutas para a sua conquista. Para Inês, a distribuição desse direito é motivo de dissenso. "Com base nesta concepção, destaca-se a importância das lutas dos movimentos sociais", citou a professora.

Em seguida, Inês contextualizou a luta pela saúde na abertura política. Segundo ela, partir da década de 90, consolida-se uma direção política das classes dominantes no processo de enfrentamento da crise brasileira, tendo como estratégias do grande capital a acirrada crítica às conquistas sociais da Constituição de 1988 e a construção de uma cultura persuasiva para difundir e tornar universal sua visão do mundo. A professora destacou também a participação dos movimentos sociais e a saúde a partir da década de 90. "Houve uma fragilização das lutas sociais como uma atitude defensiva dos movimentos sociais, tornando assim um campo propício para as tendências neocorporativas e individualistas", afirmou.

A professora ressaltou ainda as condições históricas que demarcam o debate atual dos Conselhos, que, segundo ela, "são mecanismos de democratização do poder na perspectiva de estabelecer novas bases de relação Estado-Sociedade, e a introdução de novos sujeitos políticos, além de inovar na Gestão das Políticas Sociais, tem a finalidade de estabelecer parâmetros de interesse público para o governo (os conselhos não governam), exigindo a democratização das informações e transparência no processo governamental". Inês citou algumas proposições para o fortalecimento dos conselhos, como a articulação entre os diferentes sujeitos que atuam neles, por meio da criação de Fóruns de Políticas Sociais nos estados e municípios, e a articulação entre os diversos conselhos de política e de direitos na elaboração das propostas, a fim de evitar a fragmentação e segmentação das políticas públicas.

Por fim, Inês apontou que "na atual conjuntura, é fundamental a articulação nacional através da Frente entre os diversos Fóruns de Saúde, com vistas à construção de um espaço que fomente a resistência às medidas regressivas e aos direitos sociais, e contribua para a construção de uma mobilização em torno da viabilização do Projeto de Reforma Sanitária, construído nos anos 80 no Brasil, tendo como horizonte a emancipação humana", concluiu.



Desafios atuais dos movimentos sindicais

Dando continuidade ao tema proposto para o debate, o vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da ENSP, Marcelo Rasga, pontuou desafios para os movimentos sociais na atualidade. Segundo ele, "para chegar ao socialismo, é necessária a radicalização da democracia, pois só assim teremos uma sociedade mais justa". Dentre os desafios apontados pelo vice-diretor para a radicalização da democracia, é fundamental aumentar a participação da sociedade na formulação das políticas públicas.

De acordo com o professor, os conselhos de saúde têm extrema importância, pois atuam no campo da formulação das políticas públicas. Porém a questão de terem participação não resolve todos os problemas, pois é fundamental a integração de várias ações. "Hoje podemos com força de lei entrar e participar; podemos radicalizar a democracia se investirmos em nossa participação por meio dos conselhos de saúde. Os movimentos sindicais têm que exigir a melhora do Sistema Único de Saúde", enfatizou o vice-diretor.

Em seguida, Marcelo apontou que é fundamental saber o que são os movimentos sociais claramente na atualidade. "Nos dias de hoje, os movimentos sociais não são mais o que eram há 20 anos, hoje eles são múltiplos, diversos e têm atuação para dividir os espaços dos Conselhos de Saúde com a sociedade", afirmou. O vice-diretor destacou também que é importante saber, nos dias de hoje, quem é a favor da saúde como direito do cidadão. Segundo ele, precisamos ter claro quem são os movimentos que veem o SUS como direito universal, pois assim o movimento sanitário pode se aproximar e se articular. Por fim, o professor destacou que "os movimentos sociais devem discutir, fazer e formular políticas públicas, pois apenas assim conseguiremos radicalizar a democracia e chegar ao socialismo, oferecendo uma sociedade mais justa e digna para todos".

Fontes: Informativo ENSP  e  ENPS - Biblioteca Multimídia - Temas

Por unanimidade, STF reconhece união estável entre casais homoafetivos — Observatório Brasil da Igualdade de Gênero

Por unanimidade, STF reconhece união estável entre casais homoafetivos — Observatório Brasil da Igualdade de Gênero


06.05.2011 – Em julgamento histórico, foi decidido que serão estendidos aos casais homossexuais os mesmos direitos e deveres dos casais heterossexuais nas uniões estáveis
leia materia completa aqui

 Fonte :Observatório Brasil da Igualdade de Gênero

3ª Conferência Nacional das Mulheres debaterá erradicação da pobreza — Secretaria de Políticas para as Mulheres

3ª Conferência Nacional das Mulheres debaterá erradicação da pobreza — Secretaria de Políticas para as Mulheres

Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM) e o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), promovem a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se inicia com as conferências municipais em 1º de julho e termina em Brasília, no período de 12 a 14 de dezembro, com a presença de mais de três mil mulheres.

A 3ª Conferência terá três etapas complementares: as conferências municipais, que ocorrerão no período de 1º de julho a 31 de agosto; as conferências estaduais, no período de 1º de setembro a 31 de outubro, as conferências temáticas no período de 1º de julho a 30 de outubro e a etapa nacional no período de 12 a 14 de dezembro.

Convocada pelo Decreto Presidencial de 15 de março, a 3ª Conferência tem o objetivo de discutir e elaborar políticas públicas voltadas à construção da igualdade, tendo como perspectiva o fortalecimento da autonomia econômica, cultural e política das mulheres, contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para o exercício da cidadania das mulheres no Brasil.

Autonomia e erradicação da pobreza
As partir de suas perspectivas e realidades locais, as mulheres debaterão a criação de uma plataforma de políticas para as mulheres no âmbito municipal e estadual, à luz dos seguintes eixos temáticos:

I - análise da realidade brasileira: social, econômica, política, cultural e os desafios para a construção da igualdade de gênero, na perspectiva do fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres que contribuam para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício da cidadania pelas mulheres brasileiras;

II – avaliação, atualização e aprimoramento das ações e políticas propostas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, sua execução e impactos; e definição de prioridades para o próximo período. Todas as discussões da Conferência, sobre as temáticas ou sobre os documentos, deverão incorporar as dimensões de classe, gênero, étnico racial, geracional e da livre orientação e liberdade sexual da sociedade brasileira.

Fonte SEPM

Repressão aos Movimentos Sociais

Repressão aos Movimentos Sociais

Esta publicação da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, com o apoio da Cáritas, tem como objetivo auxiliar na formação dos estudantes de direito no enfrentamento do processo de criminalização dos movimentos sociais.

Fonte: Rede Social de Justiça e Direitos Humanos

Relatório Direitos Humanos no Brasil 2010

Relatório Direitos Humanos no Brasil 2010
O livro é publicado anualmente pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, com o objetivo de contribuir para o debate político, econômico e social face às diversas áreas de Direitos Humanos. Os autores representam mais de 30 organizações sociais e apresentam um panorama dos direitos humanos no país, incluindo direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais

Fonte Rede Social

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Veja livro lançado sobre ataques de 2006 em SP- Mães de Maio ion/pdf)

leia aqui o livro_maes_de_maio.pdf (objeto application/pdf)

ONG Mães de Maio lança livro sobre ataques de 2006 em SP

DE SÃO PAULO
A ONG Mães de Maio, criada por familiares de mortos por policiais em 2006, durante os ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, vai lançar no próximo dia 12 o livro "Mães de Maio - Do Luto à Luta", com a visão dos membros da entidade sobre os crimes de maio.
Leia o livro da ONG Mães de Maio, Do Luto à Luta


"Falta boa vontade para mostrar que, na suposta reação policial, inocentes foram mortos", diz Débora Maria da Silva, da ONG Mães de Maio, criada por familiares de mortos por policiais em 2006.
Estudo produzido pela ONG de defesa de direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, uma das mais importantes dos EUA, aponta as três principais causas para as ações: corrupção policial contra membros do grupo, a falta de integração dos aparatos repressivos do Estado e a transferência que uniu 765 chefes do PCC, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão de Presidente Venceslau (620 km de SP).

ESTUPRO E TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS

ESTUPRO E TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS

RESUMO

Objetivos: O artigo revê as relações entre estupro e transtornos mentais especialmente o transtorno de estresse pós-traumático.

Metodologia: Artigos originais e revisões selecionadas. Literatura fora pesquisada utilizando o MEDLINE e LILACS.

Resultados: Apesar das dificuldades operacionais de aferição e identificação, a prevalência do estupro é significativa, associa-se com padrões de comportamento disfuncionais e um risco aumentado de apresentar transtorno psiquiátrico. O transtorno de estresse pós-traumático como sua conseqüência mais freqüente é descrito em seu quadro clínico, curso, fatores de risco e incidência.

Conclusões: Em função da alta prevalência da agressão sexual, de seu potencial patogênico e das dificuldades das vítimas em falar a respeito, enfatiza-se a necessidade pelo profissional de saúde mental de identificar, através de anamnese dirigida, a presença de histórico traumático de abusos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

: Saúde feminina e maternidade

Tá lubrinando – escritos da Chapada do Arapari: Saúde feminina e maternidade

Saúde feminina e maternidade
"Fátima Oliveira afirma que se o argumento da morte materna é o ponto central da Rede Cegonha, a atenção ao abortamento inseguro deveria estar presente. “A morte decorrente de um aborto inseguro também é conceitualmente considerada morte materna. A pergunta é: como será enfrentada tal morte? Ou ela é satanizada a tal ponto que nem merece atenção?”.

Para ativista, cultura do preconceito resulta em ambiente social deteriorado  | AFRICAS.com.br

Para ativista, cultura do preconceito resulta em ambiente social deteriorado | AFRICAS.com.br

Filósofa, que está lançando o livro “Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil”, analisa também a discriminação racial e a política para mulheres

Unifesp oferece atendimento gratuito às vítimas de violência sexual

Unifesp oferece atendimento gratuito às vítimas de violência sexual

O serviço conta com profissionais da área de enfermagem, médicos, psicólogos, assistentes sociais e ultrassonografistas, além de oferecer apoio jurídico por meio da Organização Pró-Bono, na qual uma advogada se disponibiliza, gratuitamente, a orientar, acompanhar e facilitar o acesso das pacientes aos encaminhamentos jurídicos eventualmente necessários, caso a paciente assim o desejar.
O atendimento multiprofissional é necessário para que se realize a prevenção, não só de uma possível gravidez decorrente da violência, bem como das doenças sexualmente transmitidas como: sífilis, hepatites, AIDS entre outras; das complicações sociais como acesso a medicações, escolas, empresas, etc.; traumas psicológicos resultantes da violência (Transtorno de Estresse Pós- Traumático).

Serviço
Casa de Saúde da Mulher
Os atendimentos de emergência (imediatamente após a agressão sexual) são realizados no Pronto-Socorro do Hospital São Paulo, por equipe treinada neste tipo de violência. Logo após, as vítimas são encaminhadas para a "Casa de Saúde", para o devido acompanhamento ambulatorial pela equipe especializada multiprofissional.
End.: Rua Borges Lagoa, 418 - Vila Mariana - São Paulo - SP
Informações e marcação de consultas: tel. (11) 5084 4987
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas

http://www.estadao.com.br/

terça-feira, 3 de maio de 2011

Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo - parte 6

Texto 6
Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo
paginas 12, 13 e l4.
Por Thereza Ferraz
            Muitos meninos, assustados com a dura independência a que são condenados, almejam então ser meninas; nos tempos em que o inicio os vestiam como elas, era muitas vezes com lágrimas que abandonavam o vestido pelas calcas, e viam cortar-lhes os cachos. Alguns escolhem obstinadamente a feminilidade, o que é uma das maneiras de se orientar para o homossexualismo; "desejei apaixonadamente ser menina, e levei a inconsciência da grandeza de ser homem até pretender urinar sentado", conta Maurice Sachs em Le Sabbat. Entretanto, se o menino se apresenta a principio como menos favorecido do que as irmãs, é que lhe reservam maiores desígnios. As exigências a que o submetem implicam imediatamente uma valorização. Em suas recordações, Maurras conta que tinha ciúmes de um caçula que a mãe e a avó tratavam com mais carinho: o pai pegou-o pela mão e levou-o para fora do quarto: " Nós somos homens; deixemos aí essas mulheres", disse-lhe. Persuadem a criança de que é por causa da superioridade dos meninos que exigem mais dela;  para encorajá-la no caminho difícil que é o seu, insuflam-lhe o orgulho da virilidade; essa noção abstrata reveste para ele um aspecto concreto: encarna-se o pênis; não é espontaneamente que sente orgulho de seu pequeno sexo indolente; sente-o através da atitude dos que o cercam. Mães e amas perputuam a tradição que assimila o falo à ideia de macho; seja porque lhe reconhecem o prestígio na gratidão amaorsa ou na submissão, seja porque constitua para elas um, revide reencontrá-lo na criança sob uma forma humilhada, o fato é que tratam o pênis infantil com uma complacência singular. Rebelais diz-nos dos folguedos das amas de Gargântua; a história registrou os das amas de Luís XIII. Mulheres menos impudentes dão entretanto um apelido gentil ao sexo do menino e falam-lhe dele como de uma pequena pessoa que é a um tempo ele próprio e um outro; fazem desse sexo, segundo, a expressão já citada, "um alter ego geralmente mais esperto,  mais inteligente e mais hábil do que o indivíduo. Anatomicamente, o pênis presta-se muito bem a esse papel; separado do corpo, apresenta-se como um pequeno brinquedo natural, uma especie de boneca. Valorizam portanto a criança valorizando-lhe o duplo. Um pai contava-me que um de seus filhos com a idade de três anos ainda urinava sentado; cercado de irmãs e primas de três anos, era uma criança tímida e triste; um dia o pai levou-o ao W.C dizendo-lhe; " Vou te mostrar como fazem os homens ". A partir de então o menino, orgulhoso de urinar em pé, desprezou as meninas "que mijam por um buraco"; seu desdém provinha originalmente, não do fato de carecerem de um órgão, mas sim pelo de não terem sido distinguidas e iniciadas pelo pai. Assim, longe de o pênis ser descoberto como um privilégio imediato de que o menino tiraria um sentimento de superioridade, sua valorização surge, ao contrário, como uma compensação - inventada pelos adultos e artorosamente aceita pela criança - para as durezas da última desmana; deste modo, ela se acha defendida contra a saudade de não ser mais uma criança de peito, de não ser uma menina. Posteriormente, o menino encarnará em seu sexo sua transcendência e sua soberania orgulhosa.
           
            A sorte da menina é muito diferente. Nem mães nem amas têm reverência e ternura por suas partes genitais; não chamam a atenção para esse órgão secreto de que só se vê o invólucro e não se deixa pegar; em certo sentido, a menina não tem sexo. Não sente essa ausência como uma falha; seu corpo é evidentemente uma plenitude para ela, mas ela se acha situada no mundo de um modo diferente do menino e um conjunto de fatores pode transformar a seus olhos a diferença em inferioridade.